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Que profissão é essa? A Filosofia e a busca pelo conhecimento
Atualizada em:31 de julho de 2023
Quem eu sou? De onde eu vim? Para aonde eu devo ir? Quando você começa a levantar essas questões, você começa a ver o mundo de outra maneira. É exatamente esse exercício que o filósofo faz. Ele tenta responder a todas essas e muitas outras perguntas, desde as mais simples até as mais complexas, que direcionam a humanidade a um caminho.
Considerada por muitos um assunto complicado, na verdade, a Filosofia está no dia a dia de todas as pessoas. De acordo com o vice-coordenador do curso de Filosofia da Uesb, Roberto Roque Lauxen, essa área do conhecimento promove a possibilidade de superar o “código restrito” no qual nos encontramos e nos dar acesso a um “código elaborado”, uma reflexão radical que põe em suspenso a mera existência cotidiana, para significá-la, para acessar um sentido mais rigoroso de nosso pensar e agir no mundo. “É nesse sentido que a Filosofia desenvolve a plenitude de nossas capacidades e se transforma em um grande instrumental para a atuação no mercado de trabalho, que exige pessoas diferenciadas para atuar em todas as organizações da sociedade”, explica.
A origem desse ramo do conhecimento remete à Antiguidade, nas cidades-estado da Grécia Antiga, e, até hoje, é um importante campo que permeia toda a nossa existência e o mundo. Por esse motivo, a disciplina é obrigatória no currículo escolar e é oferecida como curso superior nas universidades.
Assim, é comum que o filósofo atue na área da educação e pesquisa, seja em escolas públicas ou particulares, ou na docência em universidades. Mas esse profissional também pode trabalhar como consultor em instituições científicas, artísticas e culturais ou, ainda, implantando projetos educacionais em instituições de ensino e empresas.
Outra possibilidade comum de atuação é no mercado editorial. Muitos profissionais, mesmo com outras ocupações, dedicam-se a escrever e publicar livros sobre os mais diversos temas. Em jornais e revistas, impressos ou digitais, o filósofo também pode ser convidado a escrever crônicas, artigos, ensaios, críticas e outros tipos de conteúdo. Além disso, é possível atuar em debates interdisciplinares, assessorias culturais, entre outros setores relacionados à cultura e ao conhecimento.
Algumas dessas possibilidades foram escolhidas por Leonardo Araújo Oliveira, egresso do curso de Filosofia da Uesb. Hoje, ele é docente na Universidade, pesquisador e membro de uma revista científica. “O papel da Uesb na minha formação é central. Quando entrei na graduação, me encontrei. Foi quando eu descobri o que queria ser na vida. Sou da primeira turma de Filosofia da Uesb e pude vivenciar o que uma universidade pública nos proporciona: a união e diversidade de saberes, o diálogo entre as áreas de conhecimento”, analisa Leonardo.
Outro aspecto que ele evidencia é a interdisciplinaridade e as múltiplas possibilidades trazidas ao longo da vida acadêmica. “Participei de projetos, cursos, pesquisas. Um deles unia Filosofia e Cinema. Até hoje isso faz parte da minha formação, também sou cineclubista. Isso mostra como esse aspecto de união de saberes e interdisciplinaridade da Universidade é importante para se conseguir, na prática, o tripé ensino, pesquisa e extensão”, avalia.
Filosofia na Uesb – Durante seus 14 anos de existência, o curso já formou mais de 80 professores e pesquisadores. Criado em 2008, em Vitória da Conquista, é o único curso de Filosofia público e gratuito da região do Sudoeste baiano, que abrange 24 municípios e 111 unidades estaduais de Ensino Médio. Possui entrada anual e oferta de 43 vagas, no período noturno.
A coordenadora do curso, Caroline Vasconcelos Ribeiro, revela que, ao longo dos anos, a graduação se consolidou impactando a sociedade e a região Sudoeste da Bahia, que se destaca como um grande polo universitário e de cultura. “Esse impacto se deu, especialmente, através de seus cursos de extensão, palestras, conferências, Semanas Acadêmicas, congressos, grupos de estudo, e também na pós-graduação, com a edição do Curso de Especialização em Filosofia da Natureza (2018-2019)”, cita.
O curso de Filosofia está atrelado a diferentes programas de bolsas: de Iniciação à Docência (Pibid), Residência Pedagógica, com a média de 15 bolsas por ano; de Monitoria, com a média de cinco bolsas por ano; de Iniciação Científica (Pibic), com a média de oito bolsas por ano. “Elas oportunizam ao discente a possibilidade de um aprofundamento em seus conhecimentos, um amadurecimento relacionado ao campo da docência, além de ser um aporte para mantê-lo no curso. Em suma, essas bolsas contribuem para a permanência estudantil na Uesb”, opina Caroline.
Ela também destaca a volumosa produção científica de alunos e professores da licenciatura. Entre 2018 e 2021, o corpo docente do curso publicou dez livros, 35 artigos científicos, 28 capítulos de livros e 35 resumos.
Para além da produção científica, graças a uma maior divulgação e popularidade da Filosofia, através de diferentes canais alternativos de mídia, o campo filosófico tem encontrado um espaço de reflexão fértil, que extrapola os limites do espaço acadêmico. “A popularização do conhecimento filosófico vem fortalecendo os cursos de Filosofia no país e com o da Uesb não é diferente. Cabe destacar o fenômeno cultural dos cafés filósofos, lives no Youtube, canais de discussão filosófica. Tudo isso promove penetração da Filosofia em diferentes níveis etários e culturais”, conclui o vice-coordenador do curso de Filosofia da Uesb.
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