PORTUGAL ANUNCIA AO PAPA A “DESCOBERTA” DA ILHA DO BRASIL
Oficialmente, sabe-se que os portugueses já no ano de 1343, ou antes dele aqui estiveram, enviados pelo rei de Portugal, Afonso IV, filho de D. Dinis.
Afirma-nos Roberto Costa Pinho que “o primeiro registro da Ilha Brasil encontra-se na Carta Náutica do cartógrafo genovês Angel Dalorto, elaborada em 1325, onde ela figura a oeste da costa sul da Irlanda, 175 anos antes do Brasil ser oficialmente descoberto.”
Como podia um cartógrafo genovês saber da existência desta terra, que os irlandeses da época passaram depois a chamar de Ilha de São Brandão? De duas maneiras: ou porque teve acesso a mapas existentes (como os dos templários) ou porque, já nessa época, navegadores portugueses, orientados por genoveses, cruzavam os mares e aportavam no Novo Mundo.
Esta última hipótese sem dúvida é plausível, pois convém lembrar que o rei D. Dinis, de Portugal, nascido em 1260 e considerado o pai do projecto dos descobrimentos, contratou navegadores genoveses para construção da primeira armada portuguesa, com vistas às navegações marítimas futuras. Foi este monarca que plantou pinhais pelo reino, para fornecer a madeira necessária ao feitio das embarcações.
O ano de 1325, em que apareceu a Carta Náutica de Ângelo Dalorto, foi também o ano em que morreu D. Dinis, subindo ao trono seu filho Afonso IV. Dezoito anos após a morte de D. Dinis, em 1343, foi oficiada ao papa a descoberta da Ínsula Brasil, conforme registra Felipe Cocuzza: “Sancho Brandão foi o navegador português que, a mando de D. Afonso IV chegou ao Brasil na Idade Média, conforme atesta Assis Cintra, em seu livro “Revelações Históricas para o Centenário”, em 1923. Essa navegação foi informada por D. Afonso IV ao papa Clemente VI em carta de 12 de fevereiro de1343, acompanhada de um mapa com a inscrição de “Ínsula do Brasil ou de Brandam”.
O nome Sancho, de Sanctius, o mais santo, ajudou a convergência para São Brandão”. Segundo este mesmo autor, mapas e textos europeus da Idade Média, entre eles o célebre “The Canterbury Tales”, de Geolfroy Chaucer (1380) ligam sempre o nome do Brasil ao de Portugal, às vezes dando a ideia inequívoca de posse: Brasil de Portugal.
Esta “descoberta” de 1500 foi, portanto, uma “tomada de posse”, uma vez que os reis-templários de Portugal já sabiam da existência dessas terras muito antes dessa navegação ordenada pelo rei Afonso IV, aliás preparada pelo seu pai, D. Dinis, chamado por Fernando Pessoa de “plantador de naus”.
in "HISTÓRIA SECRETA DO BRASIL", Cláudia Bernhardt de Souza Pacheco
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário desempenha um papel fundamental na melhoria contínua e na manutenção deste blog. Que Deus abençoe abundantemente você!