O Pecado Original
Gênesis
3.1-24; Jeremias 17.9, Romanos 3.10-26; Romanos 5.12-19, Tifo 1.15
É comum ouvirmos a afirmação: "As pessoas são basicamente boas". Embora se admita que ninguém
é perfeito, essa afirmação minimiza a impiedade humana. Se as pessoas são
basicamente boas, por que o pecado universal? Freqüentemente, alguém sugere que
todas as pessoas pecam porque a sociedade exerce urna influência muito negativa
sobre nós.
O problema é visto como tendo a ver com nosso meio ambiente e
não com nossa natureza. Essa explicação da universalidade do pecado levanta a
pergunta: em primeiro plano, como a sociedade se tornou corrupta? Se as pessoas
nascem boas e inocentes, poderíamos esperar que pelo menos uma parte delas permanecesse
boa e impecável. Poderíamos encontrar sociedades não corrompidas, nas quais o
meio ambiente tenha sido condicionado pela pureza e não pela pecaminosidade.
Entretanto, as comunidades mais comprometidas com a justiça,
descobrimos que elas ainda têm problemas com a culpa do pecado.
Visto que o fruto é universalmente corrupto, procuramos à raiz
do problema na árvore. Jesus indicou que uma árvore boa não produz frutos
corrompidos. A Bíblia ensina claramente que nossos pais originais, Adão e Eva,
caíram em pecado. Subseqüentemente, todo ser humano tem nascido com uma
natureza pecaminosa e corrupta. Se a Bíblia não ensinasse isso explicitamente,
teríamos de deduzi-lo racionalmente do simples fato da universalidade do
pecado.
Mesmo assim, a Queda não é simplesmente urna questão de dedução
racional. É uma parte da revelação divina. Refere-se ao que chamamos pecado
original. Pecado original não indica primariamente o primeiro ou original
pecado cometido por Adão e Eva. O pecado original refere-se ao resultado do
primeiro pecado — a corrupção da raça humana. Pecado original refere-se á
condição caída em que nascemos.
A Bíblia deixa claro que a Queda realmente aconteceu. Foi um
evento devastador. A forma como aconteceu tem sido debatida até mesmo entre os
pensadores da Reforma. A Confissão de Westminster explica o evento de forma
simples, da maneira como a Bíblia o explica: Nossos primeiros pais,
seduzidos pela astúcia e pela tentação de Satanás, pecaram ao comer o fruto
proibido. Segundo o seu sábio e santo conselho, foi Deus servido permitir este
pecado deles, havendo determinado ordená-lo Para sua própria glória. Assim
ocorreu a Queda. Os resultados, entretanto, atingiram muito além de Adão e Eva.
Não apenas atingiram toda a humanidade, mas dizimaram toda a
raça humana.
Somos pecadores
A verdade é que o ser humano já vem à existência no estado de
pecador. Os seres humanos são vistos por Deus como pecadores por causa de sua
solidariedade com Adão. Novamente, a Confissão de Westminster expressa
elegantemente os resultados da
Queda, particularmente com relação aos seres humanos: Por
este pecado eles decaíram de sua retidão original e da comunhão com Deus, e
assim se tornaram mortos em pecado e inteiramente corrompidos em todas as
faculdades e partes do corpo e da alma. Sendo eles o tronco de toda a
humanidade, o delito de seus pecados foi imputado a seus filhos; e a mesma
morte em pecado, bem como a sua natureza corrompida, foram transmitidas a toda
a sua posteridade, que deles procede por geração ordinária.
Desta corrupção original, pela qual ficamos totalmente
indispostos, incapazes e adversos a todo bem e inteiramente inclinados a todo
mal, é que procedem todas as transgressões atuais. Art. 6.2-4. Esta última
frase é crucial. Somos pecadores, não porque pecamos. Antes, pecamos porque
somos pecadores. Por isso Davi lamenta: "Eu nasci na iniquidade, e em
pecado me concebeu minha mãe" (SI 51.5).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário desempenha um papel fundamental na melhoria contínua e na manutenção deste blog. Que Deus abençoe abundantemente você!