Fariseus quem eram?
Fariseus (do hebraico פרושים)
são um grupo de judeus devotos ao Torá (5 primeiros livros da bíblia),
surgidos no século II a.C.. Opositores dos saduceus, criam numa Lei Oral,
em conjunto com a Lei escrita, e foram os criadores da instituição da sinagoga. Com a destruição de Jerusalém em 70 d.C. e a queda
do poder dos saduceus, cresceu sua influência dentro da comunidade judaica e se
tornaram os precursores do judaísmo rabínico. A palavra Fariseu tem o significado
de "separados", " a verdadeira comunidade de Israel",
"santos".
O
cristianismo primitivo fundado inicialmente por Jesus de Nazaré como uma nova
religião proselitista fez oposição ferrenha contra os Fariseus, por serem dois
sistemas de crenças completamente diferentes e irreconciliáveis, o cristianismo
primitivo tinha como principal objetivo se sobrepor como única religião
verdadeira.
Origens e história
A
origem mais próxima do nome fariseu está no latim pharisaeus,
que por sua vez deriva do grego antigo ϕαρισαῖος,
assentado no hebraico פרושים prushim. Esta palavra vem da
raiz parash que basicamente quer dizer "separar",
"afastar". Assim, o nome prushim ou perushim é
normalmente interpretado como "aqueles que se separaram" do resto da
população comum para se consagrar ao estudo da Torá e das suas tradições. Todavia, sua
separação não envolvia um ascetismo, já que julgavam ser importante o ensino à
população das escrituras e das tradições dos pais.
A
origem mais provável dos perushim é que tenham surgido do
grupo religioso judaico chamado hassidim (os piedosos), que
apoiaram a revolta dos macabeus (168-142
a.C.) contra Antíoco IV Epifânio,
rei do Império Selêucida,
que incentivou a eliminação de toda cultura não-grega através da assimilação
forçada e da proibição de qualquer fé particular. Uma parte da aristocracia da
época e dos círculos dos sacerdotes apoiaram as intenções de Antíoco, mas o
povo em geral, sob a liderança de Yehudah Makkabi (Judas Macabeu) e sua família revoltou-se.
Os
judeus conseguiram vencer os exércitos helênicos e estabelecer um reino judaico
independente na região entre 142-63 a.C., quando então foram dominados pelos
romanos. Durante este período de 142-63 a.C., a família dos macabeus
estabeleceu-se no poder e inaugurou o período independente do Reino da Judéia,
que durou de 110a.C até 37a.C. Os Macabeus eram de ascendência levítica e
restauraram a adoração e os sacrifícios no Templo de Jerusalém.
Este acontecimento é comemorado até hoje pelas comunidades judaicas, chamado de
Festa da Dedicação do Templo ou Hanuká
E
foi provavelmente nesta época que alguns grupos apareceram dentro da sociedade
judaica, começando a estabelecer um certo tipo de divisão de posturas,
normalmente com relação a política e/ou religião e com a vida em geral, e com
isso se relacionando com a maneira de pensar e de se encaixar na sociedade da
época. Dois dos grupos são: Os tzadokim (saduceus), clamando ser os legítimos
descendentes de Tzadoque e portanto os legítimos detentores do sumo-sacerdócio
e da liderança religiosa em Israel; e os perushim (fariseus),
oriundos dos hassidim que, geralmente, desiludidos com a
política, voltaram-se para a vida religiosa e estudo da Torá, esperando pela
vinda do Messias e do reino de Deus. Outras linhas já existiam há algum tempo e
tiveram também seu papel neste cenário, mesmo que de maneira indireta ou
subjetiva, um exemplo são os Essênios, que viviam mais em uma vida de
consagração ao Criador se estabeleciam na região do deserto, nos montes, como o
carmelo, e em algumas outras regiões a fim de preparar o caminho para a vinda
do Rei Messias.
Os perushim agrupavam-se
em "havurot", associações religiosas que tinham os seus líderes e
suas assembleias, e que tomavam juntos as suas refeições. Segundo Flávio Josefo, historiador judeu
do século I d.C., o número de perushim na época era de
pouco mais de seis mil pessoas (Antiguidades Judaicas 17, 2, 4; § 42). Eles
estavam intimamente ligados à liderança das sinagogas, ao seu culto e escolas.
Eles também participavam como um grupo importante, ainda que minoritário, do
Sinédrio, a suprema corte religiosa e política do Judaísmo da época. Muitos
dentre os "perushim" tinham a profissão de sofer (escriba),
ou seja, a pessoa responsável pela transmissão escrita dos manuscritos e da
interpretação dos mesmos. Duas escolas de interpretação religiosa se
desenvolveram no seio dos perushim e se tornaram famosas: a
escola de Hillel e a escola de Shammai. A escola de Hillel era considerada
mais "liberal" na sua interpretação da Lei, enquanto a de Shamai era
mais "estrita".
No
entanto os "perushim" eram uma seita de grande influência em Israel
devido ao ensino religioso e político. Aceitavam a Torá escrita e as tradições
da Torá oral, na unicidade do Criador, na ressurreição dos mortos, em anjos e
demônios, no julgamento futuro e na vinda do rei Messias. Eram os principais
mestres nas sinagogas, o que os
favoreceu como elemento de influência dentro do judaísmo após a destruição do Templo. São
precursores por suas filosofias e ideias do judaísmo rabínico.
Máximas
·
"A verdade
é o selo de Deus "
·
"Mais que
toda ação religiosa, Deus quer um coração puro"
·
"Toda
oração deve ser precedida por um ato de Caridade"
·
"Aquele que
comete uma falta em segredo, nega a onipotência de Deus"
·
"Se Deus
reserva a recompensa das boas ações para o mundo futuro é com o fim de que os
homens ajam neste mundo por convicção e não por interesse"
·
"Sede dos
discípulos de Arão, amai a paz e sacrificai tudo para mantê-la"
·
"Não
julgues teu próximo até que te encontres no lugar dele"
·
"Julgai
todo mundo com indulgência"
·
"Não
envergonheis o próximo em público, porque isso poderia custar-lhe a vida e
seríeis um criminoso"
·
"Mais vale
estar entre os perseguidos que entre os perseguidores"
·
"Não te
metas em nenhum assunto do qual possa resultar condenado à morte ainda que
culpado"
·
"Grande
perigo é substituir Deus do coração por um coração de deus"
Fontes
de referências, estudos e pesquisa:
https://www.profjuliomartins.com
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