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Magazine na Lanterna

domingo, 21 de março de 2021

Profetiza a povos, línguas e nações

Profetiza a povos, línguas e nações

 



“E ele disse-me: Importa que profetizes outra vez a muitos povos, e nações, e línguas e reis.” (Apocalipse 10:11).

Profetizar outra vez? Se era para profetizar outra vez, é porque já havia sido profetizado antes. Isto é fato! A Igreja de Deus já havia alcançado o mundo com sua mensagem nos primeiros séculos da Era Cristã. Com o passar do tempo, aos poucos a heresia tomou conta do povo santo, como podemos perceber através das cartas às igrejas em Apocalipse capítulos 2 e 3. A decadência espiritual e doutrinária da igreja é um processo de quase 1.000 anos. Ela sai daquele estado de efervescência espiritual do primeiro século para chegar ao estado de coma por volta dos X e XI. Podemos entender isso com base em Apocalipse 3:1, que refere-se à igreja do período de Sardes: “Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto”. Esta decadência não é obra do acaso. Contribuiu para isso a intensa perseguição promovida pelo Império Romano nos primeiros séculos e a sedição da igreja pelo Imperador Constantino no ano 321 d.C. Sem nos esquecermos que o poder do anticristo (papismo) ocupou um lugar de preeminência na igreja a partir do século IV, fazendo com que os fiéis se retirassem para regiões mais desertas, longe do convívio social. O que causou, não só dificuldades na expansão do evangelho, como a retração na pregação, e ainda a descaracterização doutrinária da igreja. A carta à igreja de Sardes dá a entender que pouca coisa caracterizava a verdadeira igreja: “Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te.” (Apocalipse 3:3). Falarei mais do assunto quando postar sobre as cartas às igrejas. Por ora, este pequeno comentário é apenas para criar uma visão deste processo histórico vivido pela igreja de Deus, desde sua fundação por Jesus Cristo até por volta dos séculos X e XII.

Mas há uma reação contra este estado de coisas. Paulatinamente, a partir do século XII, a igreja, tomada do conhecimento transmitido pela Bíblia, volta a evangelizar o mundo. Sua mensagem ganha força através dos cátaros e valdenses, pois importava profetizar “outra vez a muitos povos, e nações, e línguas e reis”. Na Europa, devida a intensa perseguição que se instalou com as inquisições do século XIII até o século XVI, a igreja foi banida. Mas, parte de seus filhos consegue chegar à América e, a partir daí, sua voz foi ouvida de novo em todo o mundo. Cumpre-se a profecia.

Fazendo um resumo, que leva em conta as postagens anteriores (leia-as para compreender melhor esta conclusão), podemos dizer que Apocalipse 10, a profecia do “anjo forte”, “vestido de uma nuvem”, com um “livrinho aberto” nas mãos, que clama com grande voz “como quando ruge o leão” conta a história do povo de Deus em sua luta para promover o conhecimento da Bíblia ao mundo, principalmente o Novo Testamento. Levar o conhecimento da Bíblia é o mesmo que pregar o evangelho do reino de Deus. O reino de Deus será sobre as nações do mundo. Este é o segredo que fez o anjo jurar por Deus de que não haveria mais demora, pois este reinado estava por começar, ao toque da sétima trombeta. Porém, o brado do anjo despertou os “sete trovões” que também fizeram soar suas vozes. A “voz do céu” não permitiu que João escrevesse o que os “trovões falaram”, porque certamente sua mensagem não interessava ao verdadeiro crente. As “vozes” dos sete trovões são as mensagens vindas da Reforma Protestante. Os reformadores procuraram apoiar suas mensagens na Bíblia, todavia, ao invés de procurarem a igreja fundada por Cristo, bradaram por uma reforma do catolicismo. Daí que a interpretação bíblica por eles, realmente não conduz ao verdadeiro conhecimento. Temos, então, duas mensagens em contraste. De um lado, a mensagem escrita no “livrinho aberto”, o Novo Testamento, vindo do povo de Deus, o “anjo vestido de uma nuvem” e, de outro lado, uma mensagem que não foi escrita, a mensagem dos reformadores.

Contando com as postagens anteriores, tudo o que foi apresentado nos faz crer que o Apocalipse 10 apresenta a história da Bíblia, principalmente do Novo Testamento, muitíssimo utilizado pelos valdenses para proclamar o evangelho nos séculos XII em diante. Temos que lembrar que naquele tempo a Bíblia estava separada em duas partes, Antigo e Novo testamento. Por isso, elas são as “duas testemunhas” que estão no Apocalipse 11. Neste capítulo, o “anjo” dá uma “cana” de medir a João. O que será esta “cana de medir”? A história da Bíblia segue nas próximas postagens.


Fontes de referência, estudos e pesquisa:

Profetiza a Povos, Línguas e Nações

Professor Julio Cesar Martins


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