Os Três Reis Magos
Três Reis Magos, Reis Magos (em grego: μάγοι, transl. magoi), na tradição da religião cristã, são personagens que teriam visitado Jesus logo após o seu nascimento, trazendo-lhe presentes. Foram mencionados no Evangelho segundo Mateus,[1] onde se afirma que teriam vindo do oriente para Jerusalém para adorar o Cristo, "nascido Rei dos Judeus". Como três presentes (ouro, incenso e mirra), foram registrados, diz-se tradicionalmente que tenham sido três, embora Mateus não tenha especificado seu número, que pode ser três, quatro, doze ou até mais.[2] São figuras constantes em relatos da natividade e nas comemorações do Natal.[3][4][5] Melchior[6](também chamado Melquior ou Belchior[7]), Baltasar[8] e Gaspar, não seriam reis nem necessariamente três mas sim, talvez, sacerdotes da religião zoroástrica da Pérsia ou conselheiros. Como não diz quantos eram, diz-se três pela variedade de presentes oferecidos. Não há relatos bíblicos sobre o nome dos magos.
Talvez fossem astrólogos-astrônomos (na época ainda não existia uma separação entre a Astrologia e a Astronomia), pois, segundo consta, viram uma estrela e foram, por isso, até a região onde nascera Jesus, dito o Cristo. Segundo o registro bíblico a estrela porém não os levou diretamente a casa do menino Jesus e sim ao palácio do cruel rei Herodes em Jerusalém na Judeia que coincidentemente desejava a morte de Jesus. Perguntaram eles ao rei sobre a criança. Este disse nada saber. Herodes alarmou-se e sentiu-se ameaçado, e pediu aos magos que, se o encontrassem, falassem a ele, pois iria adorá-lo também, embora suas intenções fossem a de matá-lo. Até que os magos chegassem ao local onde estava o menino, já havia se passado algum tempo, por causa da distância percorrida, assim a tradição atribuiu à visitação dos Magos o dia 6 de janeiro.
A estrela, conta o evangelho, os precedia, e só após guiá-los ao cruel Herodes é que parou por sobre onde estava o menino Jesus. "E vendo a estrela, alegraram-se eles com grande e intenso júbilo" (Mateus 2:10). "Os Magos ofereceram três presentes ao menino Jesus: ouro, incenso e mirra, cujo significado e simbolismo espiritual é, juntamente com a própria visitação dos magos, ser um resumo do evangelho e da fé cristã, embora existam outras especulações respeito do significado das dádivas dadas por eles. O ouro pode representar a realeza (além providência divina para sua futura fuga ao Egito, quando Herodes mandaria matar todos os meninos até dois anos de idade de Belém). O incenso pode representar a fé, pois o incenso é usado nos templos para simbolizar a oração que chega a Deus assim como a fumaça sobe ao céu (Salmos 141:2). A mirra, resina antisséptica usada em embalsamamentos desde o Egito antigo, nos remete ao gênero da morte de Jesus, o martírio, sendo que um composto de mirra e aloés foi usado no embalsamamento de Jesus (João 19:39-40).
A narrativa no Evangelho de Mateus segue:
“ | «Entrando na casa, viram o menino, com Maria sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra. Sendo por divina advertência prevenidos em sonho a não voltarem à presença de Herodes, regressaram por outro caminho a sua terra.» (Mateus 2:11-12) | ” |
Nada mais a Escritura diz sobre essa história, não havendo também quaisquer outros documentos históricos sobre eles.
Uma descrição dos reis magos foi feita por São Beda, o Venerável (673-735), que no seu tratado “Excerpta et Colletanea” assim relata:
“ | Belquior era velho de setenta anos, de cabelos e barbas brancas, tendo partido de Ur, terra dos Caldeus. Gaspar era moço, de vinte anos, robusto e partira de uma distante região montanhosa, perto do Mar Cáspio. E Baltasar era mouro, de barba cerrada e com quarenta anos, partira do Golfo Pérsico, na Arábia Feliz. |
Celebrações
Durante a Idade Média começa a devoção dos Reis Magos (e que são "baptizados"), tendo as suas relíquias sido transladadas no séc. VI desde Constantinopla (Istambul) até Milão. Em 1164, com os três já a serem venerados como santos, estas foram colocadas na catedral de Colônia, em Colônia (Alemanha), onde ainda se encontram.
Em várias partes do mundo, há festas e celebrações em honra aos Magos. Com o nome de Festa de Santos Reis há importantes manifestações culturais e folclóricas no Brasil.
Devemos aos Magos a tradição de trocar presentes no Natal. Dos seus presentes dos Magos surgiu essa tradição em celebração do nascimento de Jesus. Em diversos países, como por exemplo os de língua espanhola, a principal troca de presentes é feita não no Natal, mas no dia 6 de janeiro, e os pais muitas vezes se fantasiam de reis magos. No Brasil e em Portugal, o evento é conhecido como Dia de Reis ou Epifania.
Referências
2. ↑ Vermes, Geza, The Nativity: History and Legend, Londres, Penguin, 2006, p.22; E. P. Sanders descreve as histórias da natividade como "os mais claros casos de invenção nos Evangelhos" (E. P. Sanders, The Historical Figure of Jesus, 1993, p.85).
3. ↑ Revista universal Lisbonense. UMA Sociedade Estudiosa, Volume 4. Editora Imprensa Nacional, 1845.
4. ↑ Faleiro, Angelita. Desbravando nosso folclore. Editora Biblioteca24x7. ISBN 857893573X, 9788578935733.
5. ↑ Borba, Francisco da Silva. Verbete "Santos Reis". Dicionário UNESP do Português Contemporâneo. Editora UNESP, 2005. ISBN 8571395764, 9788571395763.
6. ↑ Enciclopédia Católica Popular (Paulinas Editora)
7. ↑ «As variantes Melchior e Belchior». Ciberduvidas. Consultado em 27 de Dezembro de 2020
8. ↑ MACHADO, José Pedro, Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, tomo I, página 210.
Três Reis Magos, Reis Magos (em grego:
μάγοι, transl. magoi), na tradição da
religião cristã, são personagens que teriam visitado Jesus logo após o seu
nascimento, trazendo-lhe presentes. Foram mencionados no Evangelho segundo Mateus,[1] onde
se afirma que teriam vindo do oriente para Jerusalém para adorar o Cristo,
"nascido Rei dos Judeus". Como três presentes (ouro, incenso e
mirra), foram registrados, diz-se tradicionalmente que tenham sido três, embora
Mateus não tenha especificado seu número, que pode ser três, quatro, doze ou
até mais.[2] São
figuras constantes em relatos da natividade e nas comemorações do Natal.[3][4][5] Melchior[6](também
chamado Melquior ou Belchior[7]), Baltasar[8] e Gaspar,
não seriam reis nem
necessariamente três mas sim, talvez, sacerdotes da religião
zoroástrica da Pérsia ou
conselheiros. Como não diz quantos eram, diz-se três pela variedade de
presentes oferecidos. Não há relatos bíblicos sobre o nome dos magos.
Talvez
fossem astrólogos-astrônomos (na
época ainda não existia uma separação entre a Astrologia e
a Astronomia),
pois, segundo consta, viram uma estrela e foram, por isso, até a
região onde nascera Jesus, dito o Cristo. Segundo o registro bíblico a estrela
porém não os levou diretamente a casa do menino Jesus e sim ao palácio do cruel
rei Herodes em Jerusalém na Judeia que
coincidentemente desejava a morte de Jesus. Perguntaram eles ao rei sobre a
criança. Este disse nada saber. Herodes alarmou-se e sentiu-se ameaçado, e
pediu aos magos que, se o encontrassem, falassem a ele, pois iria adorá-lo
também, embora suas intenções fossem a de matá-lo. Até que os magos chegassem
ao local onde estava o menino, já havia se passado algum tempo, por causa da
distância percorrida, assim a tradição atribuiu à visitação dos Magos o dia 6
de janeiro.
A
estrela, conta o evangelho, os precedia, e só após guiá-los ao cruel Herodes é
que parou por sobre onde estava o menino Jesus. "E vendo a estrela,
alegraram-se eles com grande e intenso júbilo" (Mateus 2:10). "Os
Magos ofereceram três presentes ao menino Jesus: ouro, incenso e mirra, cujo significado e
simbolismo espiritual é, juntamente com a própria visitação dos magos, ser um
resumo do evangelho e da fé cristã, embora existam outras especulações respeito
do significado das dádivas dadas por eles. O ouro pode representar a realeza
(além providência divina para sua futura fuga ao Egito,
quando Herodes mandaria matar todos os meninos até dois anos de
idade de Belém). O incenso pode representar a fé, pois o
incenso é usado nos templos para simbolizar a oração que chega a Deus assim
como a fumaça sobe ao céu (Salmos 141:2). A mirra,
resina antisséptica usada em embalsamamentos desde o Egito antigo,
nos remete ao gênero da morte de Jesus, o martírio,
sendo que um composto de mirra e aloés foi
usado no embalsamamento de Jesus (João 19:39-40).
A narrativa
no Evangelho de Mateus segue:
“ |
«Entrando na casa, viram o menino, com Maria sua mãe.
Prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas
ofertas: ouro, incenso e mirra. Sendo por divina advertência prevenidos em
sonho a não voltarem à presença de Herodes, regressaram por outro caminho a
sua terra.» (Mateus
2:11-12) |
” |
Nada mais a
Escritura diz sobre essa história, não havendo também quaisquer outros
documentos históricos sobre eles.
Uma descrição dos
reis magos foi feita por São Beda, o Venerável (673-735),
que no seu tratado “Excerpta et Colletanea” assim relata:
“ |
Belquior era
velho de setenta anos, de cabelos e barbas brancas, tendo partido de Ur,
terra dos Caldeus. Gaspar era
moço, de vinte anos, robusto e partira de uma distante região montanhosa,
perto do Mar Cáspio. E Baltasar era
mouro, de barba cerrada e com quarenta anos, partira do Golfo Pérsico, na Arábia Feliz. |
Celebrações
Durante a Idade
Média começa a devoção dos Reis Magos (e que são "baptizados"), tendo
as suas relíquias sido transladadas no séc. VI desde Constantinopla (Istambul) até Milão. Em 1164, com os três já a serem
venerados como santos, estas foram colocadas na catedral de Colônia,
em Colônia (Alemanha),
onde ainda se encontram.
Em várias partes do
mundo, há festas e celebrações em honra aos Magos. Com o nome de Festa de Santos Reis há
importantes manifestações culturais e folclóricas no Brasil.
Devemos aos Magos a
tradição de trocar presentes no Natal.
Dos seus presentes dos Magos surgiu essa tradição em celebração do nascimento de Jesus.
Em diversos países, como por exemplo os de língua espanhola, a principal troca
de presentes é feita não no Natal, mas no dia 6 de janeiro, e os pais muitas
vezes se fantasiam de reis magos. No Brasil e em Portugal, o evento é conhecido
como Dia de Reis ou Epifania.
Referências
2.
↑ Vermes,
Geza, The Nativity: History and Legend, Londres,
Penguin, 2006, p.22; E. P.
Sanders descreve as histórias da natividade como "os mais
claros casos de invenção nos Evangelhos" (E. P. Sanders, The
Historical Figure of Jesus, 1993, p.85).
3.
↑ Revista universal Lisbonense. UMA Sociedade
Estudiosa, Volume 4. Editora Imprensa Nacional, 1845.
4.
↑ Faleiro, Angelita. Desbravando nosso folclore. Editora
Biblioteca24x7. ISBN 857893573X, 9788578935733.
5.
↑ Borba, Francisco da Silva. Verbete "Santos Reis". Dicionário
UNESP do Português Contemporâneo. Editora UNESP, 2005. ISBN 8571395764, 9788571395763.
6.
↑ Enciclopédia Católica Popular (Paulinas Editora)
7.
↑ «As variantes Melchior e Belchior».
Ciberduvidas. Consultado em
27 de Dezembro de 2020
8. ↑ MACHADO, José Pedro, Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa,
tomo I, página 210.
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