A Reforma - Parte 2/3
Aspecto importante das teses de Lutero repousa no fato de que o monge propunha, em última instância, a dispensa da necessidade da própria Igreja para que o homem tivesse sua religiosidade e seu contato com o Criador. As consequências da doutrina luterana ultrapassavam a esfera religiosa, pois ameaçavam a dominação político-ideológica que a Igreja de Roma exercia sobre os reinos europeus e seus soberanos.
Lutero, ao contrário de outros que atacaram a Igreja, obteve proteção da aristocracia europeia. Mais especificamente, foi protegido por Frederico, príncipe da Saxônia, na Alemanha. Posteriormente, Lutero deixou claro que não desejava de forma alguma ser uma ameaça à autoridade política dos príncipes alemães. Além disso, declarou que o bom cristão era aquele que obedecia às leis e à ordem.
De fato, Martinho Lutero obteve a simpatia de príncipes e de cidades em toda a Alemanha. As razões foram simples. Ao se desqualificar a Igreja Católica, abria-se a possibilidade de confisco das terras desta pelos príncipes e nobres e do fim dos pesados tributos que a ela eram pagos. Além disso, os príncipes alemães sentiam-se livres para resistir ao Sacro Império Romano, do católico Carlos V. Este, pressionado por ameaças externas – a França, a oeste, e os turcos, a leste – acabou por assinar a Paz de Augsburgo, em 1555. Esse acordo basicamente definiu que cada príncipe poderia determinar a religião de seus súditos.
Filme indicado: Lutero, de Eric Till, conta a história do monge alemão que se rebelou contra o abuso de poder na Igreja Católica há 500 anos. Trata-se de filme interessante para auxiliar na compreensão da Reforma e da Contrarreforma.
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As 95 teses de Lutero que abalaram a Europa renascentista estão disponíveis em um sitio interessante: a Revista Espaço Acadêmico. Veja, também, a biografia do monge.
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