A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) - Continuação
O imediato pós-guerra: 1945-1947
A destruição atômica de Hiroshima e Nagasaki, em 1945, simboliza o ocaso da velha ordem internacional do século XIX, o surgimento de um vácuo de poder na Europa, o fim dos sonhos de uma terceira Grande Potência (Alemanha) para substituir o antigo equilíbrio anglo-francês, o fim da condução europeia das relações internacionais e o surgimento de duas Superpotências com raios políticos de alcance planetário, EUA e URSS (SARAIVA, 1997).
Antes da definição da polaridade EUA-URSS, que só fica clara a partir de 1947, houve uma tentativa de concerto anglo-americano, em março de 1943, momento em que já se procurava por uma nova era das relações internacionais e em que foram discutidos, em Washington, o futuro da Alemanha e as reivindicações territoriais dos soviéticos. Na ocasião, Roosevelt propôs um diretório de quatro: EUA, Grã-Bretanha, URSS e China, ideia que lembrava o Concerto Europeu do século XIX e as ideias do Congresso de Viena de 1815. Surgiu também a ideia de um projeto federativo para a Europa, proposto pela Polônia, que Moscou prontamente recusou, temendo a reconstrução do “cordão sanitário” do período pós-1918 e já vislumbrando as possibilidades de projeção da URSS na região. De Gaulle reclamou da ausência da França no diretório.
As conferências internacionais de Moscou, Cairo e Teerã, no segundo semestre de 1943, mostraram a fragilidade da aliança entre as Potências ocidentais e a URSS: os EUA reapresentaram as teses idealistas wilsonianas de estabelecimento de um organismo internacional de segurança coletiva para resolver problemas territoriais; a Grã-Bretanha preocupava-se com a expansão soviética; e a França, com governo exilado em Londres, já não tinha voz.
A Declaração de Moscou não incluiu nada a respeito de renúncias a zonas de influência e se resumiu a três pontos: a capitulação total da Alemanha, a ocupação de seu território pelos três aliados e o desarmamento completo. A Declaração do Cairo adicionou o Japão, exigindo a devolução de todas as conquistas japonesas do projeto da Grande Ásia, especialmente dos territórios tirados da China, como a Manchúria e Taiwan.
Por fim, em Teerã, a Grã-Bretanha propôs a criação de três organizações regionalizadas (na América, na Europa e na Ásia), mas os EUA recusaram, pois insistiam numa instituição de raio mundial, que, por meio de um diretório composto entre os Quatro Grandes, atuaria como a “polícia do mundo”. Os EUA também recusaram a tese do federalismo europeu. Como se observa, EUA e URSS já ensaiavam, nessas discussões políticas, tornarem-se Superpotência.
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