O Fim da Guerra Fria e a Nova Ordem da Década de 1990 - Continuação
Globalização e regionalização
Há um consenso, na doutrina internacional, de que o mundo que surgiu na década de 1990 caracteriza-se pelos seguintes aspectos: globalização; regionalização; mudança de papel do Estado-nação e inexistência de uma administração racional para os principais interesses coletivos da humanidade. São aspectos que não vieram de forma abrupta, mas já se delineavam nas relações internacionais desde, pelo menos, a década de 1970.
Na década de 1990, o fenômeno da globalização já se mostrava irreversível. O mundo se integrava cada vez mais em virtude da abertura democrática em diversas regiões, da queda de barreiras comerciais e políticas, das novas estruturas de mercados financeiros transnacionais e do desenvolvimento tecnológico, sobretudo o de telecomunicações. Nesse sentido, o fenômeno da Internet não encontra precedentes e, definitivamente, passou a unir pessoas por todo o planeta e a transmitir informações em tempo real.
Entretanto, à medida que se globalizava, o mundo presenciava o recrudescimento de nacionalismos em várias regiões do planeta, que repercutia tanto em conquistas políticas e sociais de alguns grupos dentro de nações quanto em processos de independência – uns pacíficos, a maioria nem tanto. Também associado a alguns movimentos nacionalistas, ganhou força o terrorismo, processo facilitado pelo vazio de poder do fim da Guerra Fria e pela oferta de mão de obra especializada e de equipamentos oriundos do esfacelamento do sistema socialista.
Paralelamente também ao processo de globalização, percebeu-se um incremento da regionalização. Por todo o planeta, países se aproximaram e estabeleceram acordos de comércio, cooperação e aproximação política. Na Europa, povos que até cinquenta anos eram inimigos figadais, tornaram-se parceiros, e aquilo que fora tentado pelas armas, diversas vezes, ocorreu, finalmente, por via pacífica: a formação de uma União Europeia.
Apesar de mais notório, o caso europeu não ocorreu isoladamente. Em todos os continentes testemunharam-se processos de integração, fortalecendo organizações e uniões regionais. Na América do Sul, a criação e o desenvolvimento do Mercosul é um bom exemplo. Quem poderia supor, há algumas décadas, que Brasil e Argentina teriam um no outro seu principal parceiro e que as rivalidades militares entre os dois desapareceriam?
Há o livro de Anthony Giddens, O Mundo na Era da Globalização (Presença, 2000).
Novamente, as obras de Manuel Castells também são essenciais para entender essa nova realidade internacional:
A Sociedade em Rede (Paz e Terra, 2007), O Poder da Identidade (Paz e Terra, 2000), Fim de Milênio (Paz e Terra, 2002).
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Fonte de referência, pesquisa e estudos:
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