Divisão da Europa – Nacionalidade X
Legitimidade
A Europa de
1815 foi construída sobre o princípio de que era essencial preservar o
continente de uma possível ameaça francesa. Assim, no redesenho do mapa
continental, o princípio da nacionalidade fora deixado em segundo plano. Nem
por isso, no entanto, inexistia a afirmação da nacionalidade.
O
nacionalismo foi um dos filhos das ondas revolucionárias da primeira metade do
século XIX. O nacionalismo se propagou a partir da classe média e teve nas
escolas e nas universidades seus grandes defensores. Vários movimentos
nacionalistas jovens começaram a se espalhar a partir das revoluções de 1830: a
Jovem Itália, a Jovem Polônia, a Jovem Suíça, a Jovem Alemanha, a Jovem França
e a Jovem Irlanda.
Parte da onda nacionalista vinha dos escombros do Império Otomano, o qual, nas palavras do
Czar, era o ancião enfermo da Europa.
Progressivamente, o Império Otomano foi
perdendo terras para austríacos, russos e para nações que iam surgindo de suas
fraquezas. A primeira delas foi a Grécia, cuja independência foi tema de
preocupação durante toda a década de 1820. Finalmente independente em 1830,
serviu como exemplo para muitos outros: a Sérvia, alguns anos depois,
conquistava autonomia, e, em 1856, Romênia e Bulgária se tornaram
independentes.
"O Império Otomano existiu aproximadamente de
1300 a 1922 e, no período de maior extensão territorial, abrangeu três
continentes: da Hungria, ao norte, até Aden, ao sul, e da Argélia, a oeste, até
a fronteira iraniana, a leste, embora centrado na região da atual Turquia. Por
meio do Estado vassalo do janato da Crimeia, o poder otomano também se expandiu
na Ucrânia e no sul da Rússia. Seu nome deriva de seu fundador, o guerreiro
muçulmano turco Osman (ou Utman I Gazi), que fundou a dinastia que governou o império
durante sua história."
No restante da Europa, no entanto,
apenas a Bélgica se tornou independente da Holanda, em 1830. Para isso, assumiu
o caráter de nação neutra, com aval das Grandes Potências. A neutralidade
belga, garantida pela Grã-Bretanha, seria violada em 1914 pelo avanço alemão
contra a França e contribuiria para que Londres declarasse guerra a Berlim.
Outras
tentativas de independência no continente europeu fracassaram. A Polônia não
conseguiu a autonomia diante da Rússia (1830), e a Hungria alcançou uma
semi-independência em relação à Áustria (1867). Dos movimentos nacionais de
afirmação, os mais importantes foram os da Itália e da Alemanha, países que se unificaram a partir da segunda metade
do século. De fato, a unificação da Itália e, sobretudo, a da
Alemanha, seriam acontecimentos importantes para alterar o equilíbrio de poder
na Europa estabelecido pelo Concerto Europeu, e afetariam diretamente as
relações internacionais do período, culminando nos processos que levaram à I
Guerra Mundial.
Fontes de referência, estudos e pesquisa:
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