A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) - Continuação
A Queda da França (continuação)
A derrota francesa significou uma ruptura da velha ordem internacional do século XIX. O equilíbrio de poder que havia moldado a sociedade europeia, com valores e regras de conduta comuns, ruiu definitivamente.
No Ocidente, a Itália e a Alemanha julgavam-se capazes de formular uma nova ordem internacional. Ademais, a instabilidade europeia ocasionada pela guerra criou o ambiente para as independências afro-asiáticas nas décadas seguintes e para que Stalin começasse a dar a sua contribuição para a modificação do mapa político europeu: agiu sobre os países bálticos, sobre a Grécia e comandou várias anexações na Romênia e na Bessarábia (transformada em Moldávia).
No Oriente, a política japonesa de substituição das potências ocidentais na Ásia – “Ásia aos asiáticos” – levou aos privilégios econômicos sobre portos aéreos e marítimos. A ocupação alemã da França deixara o Japão livre no sudeste asiático. O Japão acreditava no nascimento de um novo império, não mais contra a URSS ou a China, mas a favor de prosperidade econômica, que, não obstante a derrota ao final da guerra, pode ser sentida até os dias de hoje.
Veja a interessante animação sobre a Segunda Guerra Mundial dando dois cliques na imagem ao lado. Clique em qualquer lugar do mapa e acompanhem a movimentação das tropas alemãs e, depois, a dos aliados. ATENÇÃO: após assistir à animação, clique a tecla ESC para retornar ao curso!
A Segunda Fase: 1941-1945
Em 1941, desapareceu o mundo que o século XIX construiu e o período de transição iniciado na I Guerra Mundial (1914-1918). Havia um vazio de poder no mundo com a França invadida e a Grã-Bretanha falida. A crise do mercado financeiro comandado por Londres e, portanto, o fim da zona esterlina fizeram ruir a ordem liberal criada pelos ingleses, que até precisaram começar a usar reservas monetárias para pagar pelos produtos norte-americanos (cash-and-carry), o que começou a preocupar os EUA.
As práticas comerciais começaram a mudar e a ter um novo articulador, quando, a partir de março de 1940, os EUA iniciaram o sistema do lend-lease (empréstimo e arrendamento) com os países que apresentassem interesse à defesa vital dos EUA (SARAIVA, 1997). Plantavam-se as sementes do que viria a ser o Plano Marshall e de um Sistema Internacional sob a égide de uma Superpotência, novo conceito em relações internacionais.
Também em 1941, dois eventos importantes provocariam nova mudança no equilíbrio de forças da guerra e da própria ordem internacional: a invasão da URSS conduzida pelos alemães e o ataque japonês à base estadunidense de Pearl Harbor, que provocaria a entrada dos EUA no conflito. E o ano seguinte começaria com uma fase em que a guerra se tornara global (vide o Mapa 25 – em vermelho, a zona de dominação alemã; em rosa, a zona de dominação japonesa, em azul, a zona de guerra marítima; e em verde os aliados em guerra contra a Alemanha e o Japão).
Mapa 25: A II Guerra Mundial – O Mundo em 1942
Em 22 de junho de 1941, tropas alemãs deram início à Operação Barbarossa, avançando sobre o território da URSS: a necessidade alemã de espaço vital chocava-se com a necessidade soviética de espaço vital. A operação desencadeava-se em três grandes frentes: em direção a Leningrado, Moscou e às reservas de petróleo da Ucrânia. A máquina de guerra alemã encontrou pouca resistência. De fato, em muitas partes da URSS, os alemães que chegavam eram vistos como liberdadores daqueles povos do jugo de Moscou e do totalitarismo stalinista. Logo essa percepção mudaria, graças à violência dos alemães nos territórios ocupados, motivada sobretudo pelo discurso ideológico nazista de destruição ou escravização daqueles considerados “inferiores” aos arianos.
Stalin foi pego de surpresa com a invasão da URSS. O líder georgiano não acreditava que seu país seria atacado pelos alemães, apesar dos relatórios da inteligência soviética que afirmavam ser o ataque iminente. O Exército Vermelho, por sua vez, estava em situação de extrema fragilidade, particularmente em virtude dos expurgos stalinistas da década de 1930, que desarticularam o Estado-Maior e aniquilaram o melhor que havia da oficialidade. Demoraria algum tempo para as forças soviéticas se recomporem.
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