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segunda-feira, 31 de maio de 2021

A Nova Ordem Internacional do Século XIX - Antecedentes - Parte 7/11

A Nova Ordem Internacional do Século XIX - Antecedentes - Parte 7/11


O Congresso de Viena (1815) e o Concerto Europeu

O Tratado da Santa Aliança estabelecia a restauração na Europa da ordem religiosa e monárquica, fundamento do Antigo Regime que a Revolução Francesa quis derrubar. Fundando-se no mundo cristão, excluía o sultão otomano, apesar de o Czar desejar que o sistema abarcasse a França e a Espanha. Segundo Duroselle (1976, p. 5), “a ‘Santa Aliança’, produto dos sonhos do Czar tinha pouca consistência, e que a verdadeira realidade era a Quádrupla Aliança, assinada secretamente a 20 de novembro de 1815 entre a Rússia, a Inglaterra, a Áustria e a Prússia, contra a França.”

Mapa 12: O Congresso de Viena (1815)


Até 1830, o equilíbrio europeu foi assegurado graças aos entendimentos entre Inglaterra, Rússia, Áustria e Prússia – os “Quatro Grandes” – e à estabilização política da França. Como resultado de habilidosa diplomacia, já em 1818 os franceses conseguiram associar-se à política de garantia da ordem na Europa. Estava estruturado o Concerto Europeu, por meio do qual as Grandes Potências europeias conduziriam o continente por décadas. O equilíbrio de forças entre Inglaterra, Rússia, Áustria, Prússia e França garantia a estabilidade, uma vez que nenhum desses Estados ou qualquer outro país europeu era suficientemente poderoso para enfrentar sozinho uma coalizão formada pelos demais. Assim, estabelecia-se um verdadeiro consórcio entre as Grandes Potências europeias, que lhes permitiu projetar seu poder sobre toda a Europa e pelo mundo. O século XIX seria o século da Paz na Europa e da hegemonia europeia sobre todo o planeta.

A partir de 1815, a ação dos países europeus intensificou-se em escala mundial. A Inglaterra, por exemplo, divulgava mais e mais o liberalismo político e econômico, e a expansão desses ideais liberais foi um dos objetivos da política externa inglesa no século XIX, pela qual os britânicos atuaram, direta ou indiretamente, na independência das colônias espanholas e portuguesas na América e na organização dessas novas nações americanas. Da mesma forma, os russos cada vez mais se preocupavam com a decadência e o fatiamento territorial do Império Otomano. Isso explica, em grande parte, a concorrência e a inimizade que iriam marcar as relações entre Inglaterra e Rússia em boa parte do século XIX.

A Europa que emergiu do Congresso Viena estava ansiosa pela eliminação dos traços da Revolução Francesa. Era uma Europa legitimista, clerical, desigual, aristocrática e, principalmente, reacionária. 
 
Importante registrar, no entanto, que o fantasma de 1789 não desapareceu. Intelectuais, trabalhadores, liberais, democratas, burgueses estavam descontentes com o restabelecimento do Antigo Regime. Sob diversos matizes ideológicos, o século XIX testemunhou um longo desenrolar de revoluções.

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