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Magazine na Lanterna

sexta-feira, 31 de maio de 2019

Artigo

Artigo

O artigo é a palavra que define o substantivo, ele pode ser definido ou indefinido e variar quanto ao gênero e ao número.

ArtigoO artigo é uma palavra que se antepõe ao substantivo, serve para determiná-lo, essa determinação pode ser definida ou indefinida. É variável em gênero e número e dividido em:

- Artigo definido: o, a, os, as, esses determinam o substantivo com precisão.
Exemplo: A revista publicou o escândalo.

- Artigo indefinido: um, uma, uns, umas, esses determinam o substantivo com imprecisão.
Exemplo: Uma revista publicou um escândalo.

Observações sobre o emprego do artigo:

- O artigo determina o gênero e o número do substantivo.
Exemplo: o menino, os meninos, a menina, as meninas.

- O artigo anteposto pode substantivar qualquer palavra.
Exemplo: Não quero ouvir um não como resposta. (o advérbio não foi substantivado)

- Os artigos podem aparecer combinados com preposições.
Exemplo: Estava numa cidade grande. (preposição em + artigo uma)

- Quando o artigo indefinido aparece anteposto a um numeral indica quantidade próxima.
Exemplo: Escrevi uns quatro artigos sobre o aquecimento global.

- Não é aceitável o uso do artigo depois do pronome relativo cujo e suas flexões.
Exemplo: Comprei uma planta cujas plantas são raras.

- O artigo definido pode, ou não, ser usado depois do pronome indefinido todo. Quando o artigo é utilizado, a ideia é de totalidade, quando é omitido, o sentido é de qualquer.
Exemplos: Aos domingos leio todo o jornal. (totalidade)
Todo jornal traz noticiário político. (qualquer jornal)
                             

                                                                     Artigo definido

Preposições          o                            a                          os                         as                        
aaoàaosàs
dedodadosdas
emnonanosnas
por (per)pelopelapelospelas
                                                               
Artigo indefinido

Preposiçõesumumaunsumas
emnumnumanunsnumas
dedumdumadunsdumas


Fonte de referência. estudos e pesquisa: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/artigo.htm

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Moralidade

Moralidade

A diferença que existe entre as diversas concepções de Ética possibilitou o estabelecimento de alguns aspectos do que é a Moralidade.

As normas jurídicas, ao contrário das normas morais, têm o sentido de uma obrigação externa fundada nas leis
As normas jurídicas, ao contrário das normas morais, têm o sentido de uma obrigação externa fundada nas leis.

O que é moralidade
Para entender o que significado de moralidade, precisamos entender o termo que dá origem à palavra: moral. A palavra “moral” vem do latim mos ou moris – e significa costumes. Nós vivemos em uma sociedade e a sociedade tem normas estabelecidas do que é certo e do que é errado. Em um sentido mais simples, a noção de moralidade pode estar associada às noções de justiça, ação e dever: a moralidade não se relaciona àquilo que cada um quer para si e sim às formas de agir com o outro.
Ainda que “moralidade” se refira a um código moral concreto (“a moralidade de determinado país” ou “a moralidade de determinado período histórico”, por exemplo, expressões pelas quais determinamos o que é moral ou imoral) pode ser usado como sinônimo de “O moral”. Quando se entende assim, significa que mesmo havendo códigos morais distintos entre si, há aspectos que nos possibilitam identificá-los como sendo “morais”.
Os juízos morais
Entre esses aspectos está a capacidade de se formar juízos morais: quando dizemos que alguém está agindo de forma correta, estamos fazendo um juízo moral, independente do código moral no qual nos baseamos. Se em uma sociedade imaginária as mulheres fossem ensinadas a rasparem os cabelos, seria um juízo moral dizer que uma mulher de cabelos longos se comportaria de forma incorreta. O oposto também válido: em uma sociedade em que as mulheres fossem recomendadas a nunca cortar os cabelos, ao dizer de uma mulher com cabelos curtos se comporta de forma incorreta, fazemos um juízo moral.
O que há em comum entre esses dois juízo morais tão distintos? No aspecto formal ambos se referem a ações que supõem a liberdade do ser humano em escolher sua forma de agir no mundo e, portanto, está disposto a se responsabilizar por aquilo que faz e que entende qual é a responsabilidade que está envolvida em seu ato. No aspecto de conteúdo, o que traço em comum entre os juízo morais é que eles se referem àquilo que os seres humanos desejam ou necessitam. Nesse aspecto é preciso fazer, ainda, uma distinção: há aqueles que falam sobre o que é justo – e isso aporta um sentido de “exigência” e “prescrição” – e há aqueles que falam sobre o que é bom – estes se apresentam como conselhos a respeito das formas de agir.
Ética ou Filosofia Moral
A moralidade é um fenômeno complexo que nos permite entender de formas distintas. Por isso vemos que os pensadores antigos podiam pensar a moralidade como uma dimensão do ser humano e os pensadores modernos podiam pensá-la como uma forma de consciência. As diferentes abordagens e pensamentos a respeito da moralidade por parte da Filosofia podem ser referidas como “Ética” ou “Filosofia Moral”.
Toda análise a respeito da linguagem moral, as perguntas a respeito da validade racional dos princípios morais e a reflexão sobre os problemas morais fazem parte da Ética. Quais são os traços distintivos da moral, investigar as razões da moralidade e procurar pelo desenvolvimento de uma “moral crítica” que impede a obediência e a simples adesão a determinado código, nesse sentido, fazem parte da tripla função da Ética.
A diferença que existe entre as diversas concepções de Ética possibilitou o estabelecimento de alguns aspectos do que é a Moralidade. Vejamos a seguir, seguindo a caracterização feita por Adela Cortina e Emílio Martinez (2001).
1) A moralidade como aquisição de virtudes para alcançar a felicidade
Ser moral, para os pensadores antigos, sobretudo os da Grécia, era o mesmo que descobrir os meios para se alcançar, por meio da razão, o máximo de felicidade. Há diversas formas de se compreender a felicidade. Para os epicuristas, a felicidade era entendida como prazer. Para Aristóteles, a faculdade principal do homem, sua maior virtude, é a racionalidade. Para ser feliz, o homem precisa exercitar sua capacidade de pensar. Para alcançar a virtude, o homem precisa escolher “o caminho do meio”, a justa medida das coisas, e agir de forma equilibrada.
2) A moralidade do caráter individual
Nesse sentido, o desenvolvimento pessoal tornaria possível que cada indivíduo se tornasse moral e, assim, teria os recursos necessários para enfrentar os desafios da vida. Esse desenvolvimento seria como o desenvolvimento de um esportista: se o esportista estabelece metas e desenvolve suas habilidades a fim de alcançá-las, o indivíduo deve proceder da mesma forma a respeito do seu desenvolvimento moral, isto é, ter um projeto vital de autorrealização. Por isso, a moralidade entendida assim é aplicável ao indivíduo, que é o agente moral, mas também poderia ser aplicada a sociedades. Os espanhóis Ortega y Gasset e Aranguren destacam essa concepção em sua obras.
3) A moralidade do dever
Se os estoicos interpretavam a “lei natural” como centro da moralidade, isto é, pensavam no ajuste entre a intenção humana e os planos da razão universal, há sistemas morais que colocam o “dever” como centro das preocupações. Para Kant, a moralidade seria o ir além da natureza e o homem, capaz de ir além da ordem natural, seria capaz de se autolegislar. A autonomia é o foco da moralidade, pois o homem exerceria sua autonomia ao estabelecer aquilo que é correto.
4) A moralidade como aptidão para resolver conflitos
Para a compreensão da moralidade como base para se resolver conflitos é importante entender o conceito de “reconhecimento recíproco” para George H. Mead: ao contrário dos enfoques que ancoram a noção de moralidade no indivíduo, nesta concepção a moralidade não pode ser pensada fora do âmbito social. Com isso, ele situa o problema moral em relação aos conflitos, sejam individuais, sejam coletivos. Pela racionalidade, além de estabelecer para si mesmo leis próprias, o homem deve ser capaz de decidir sobre elas por meio do diálogo.
5. A moralidade como prática solidária das virtudes comunitárias
Para essa noção de moralidade, entende-se o indivíduo em relação à sua comunidade concreta. O ser humano constitui sua personalidade a partir do pertencimento a uma comunidade (profissional, nacional, por exemplo), pois é a comunidade que, ao exigir virtudes daqueles que estão a ela ligados, possibilita o desenvolvimento delas. Ao ter uma visão do que seria a “excelência humana”, a comunidade se esforça para que todos os seus membros a desenvolvam. Assim, a moralidade tem o sentido de “alcance solidário das virtudes” e sai do âmbito de deveres e direitos.
A diferença entre o âmbito moral, jurídico e religioso
Porque falamos em “normas” para nos referimos à Moralidade, podemos nos confundir com as normas jurídicas e religiosas. Um código de normas pode se inscrever nesses três âmbitos. Nós podemos pensar: “Mas todas essas normas não são estabelecidas para que todos as sigam?” Ou ainda: “Não são todas as normas possíveis de transformação em relação ao contexto histórico e social?” Ou então: “Todas essas normas não buscam que todos os indivíduos vivam melhor em sociedade?”
Sim, as normas jurídicas e, algumas normas religiosas, possuem aspectos em comum com as normas morais, como, por exemplo, o aspecto prescritivo. Mas há distinções importantes. Vejamos algumas delas:
a) As normas morais têm o sentido de uma obrigação interna, ou seja, fundada na razão; as jurídicas de uma obrigação externa fundada nas leis; as religiosas têm o sentido de uma obrigação externa fundada na divindade, expressa por algum livro sagrado ou pelas autoridades religiosas;
b) As normas morais são estabelecidas pela consciência pessoal de cada indivíduo; as normas jurídicas são estabelecidas por organismos legislativos do Estado; as normas religiosas são estabelecidas pelos intérpretes da doutrina professada, tendo relação tanto com o livro sagrado (se houver para a determinada religião) quanto com a tradição;
c) As normas morais têm uma condição universalizável, ou seja, abrange diversos aspectos da vida humana, por isso também não possuem um código formal. As normas jurídicas se referem a questões específicas e geralmente, por sua ligação com o Estado, afetam um território delimitado. As normas religiosas se referem a princípios compartilhados por um grupo de pessoas, que não têm relação ao território, pois pessoas de países diferentes podem professar o mesmo credo. No entanto, as normas morais são independentes da expressão religiosa, sem que isso signifique que sejam opostas a existência dela.
CORTINA, Adela; MARTINEZ, Emílio. Ética. Ediciones Akal. Espanha, 2001.
Fonte de referência, estudos e pesquisa: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/filosofia/moralidade.htm

sábado, 25 de maio de 2019

Direita e Esquerda

As categorias Direita e Esquerda nasceram no contexto da Revolução Francesa e acabaram por ser encaradas como síntese de perspectivas ideológicas bastante complexas.

Direita e Esquerda
Os termos “direta” e “esquerda” remetem ao contexto da Revolução Francesa.

  • Direita e Esquerda no debate político contemporâneo
Recorrentemente podemos observar, tanto em discussões entre políticos de carreira quanto entre formadores de opinião pública, professores universitários ou mesmo pessoas comuns, por meio das redes sociais, os termos “direita” e “esquerda” sendo utilizados para qualificar ou desqualificar a postura político-ideológica de uns e de outros. O problema é que, na maioria dos casos, os debatedores empregam mal essas expressões, por não conhecerem a carga ideológica que elas comportam, e também raramente sabem em que contexto elas nasceram.
Pois bem, a origem dos termos direta e esquerda no âmbito político ocorreu durante a Revolução Francesa. A seguir saberemos como.
 
  • Origem dos termos direita e esquerda no contexto da Revolução Francesa
Sabemos que a Revolução Francesa foi um dos acontecimentos mais impactantes da história, haja vista que foi a partir dela que novos modelos políticos, sociais e culturais surgiram na Europa, “enterrando” o Antigo Regime Absolutista e espalhando-se para outros continentes. A estrutura do Antigo Regime era composta por três Estados: a Nobreza (primeiro), o Clero (segundo) e a Burguesia (terceiro), que se dividia entre alta e baixa burguesia e incluía também os trabalhadores urbanos e os camponeses.
A revolução estourou, em 1789, por causa da busca de legitimidade e representatividade política por parte do Terceiro Estado. Os membros do Terceiro Estado reuniram-se em Assembleia Constituinte para redefinir os rumos da França, levando em conta o protagonismo da burguesia. No salão em que a Assembleia reuniu-se, dois grupos principais debatiam. Do lado esquerdo, encontravam-se os mais exaltados e radicais, alinhados com a baixa burguesia e os trabalhadores. Os principais representantes desse grupo eram os jacobinos. Do lado direito, estavam aqueles mais moderados, com tendência à conciliação e com boa articulação com a nobreza e a alta burguesia. Eram conhecidos como girondinos.
Desse modo, dessas divergências entre jacobinos (radicais) e girondinos (moderados, tendendo à manutenção de certa ordem institucional tradicional) derivaram as noções de esquerda e direita, que perduram até hoje no debate político. Entretanto, há algumas particularidades de ordem ideológica que precisam ser ressaltadas.
  • O fator ideológico: Conservadorismo vs. Progressismo
Quando falamos de direita e esquerda no âmbito da discussão política, é preciso, também, além de saber como esses termos originaram-se, ter o cuidado de entender a quais vieses ideológicos eles estão associados. Por exemplo, a própria Revolução Francesa, se observada em seu todo, era uma revolução expressamente progressista, influenciada pelo Iluminismo francês. Mesmo os girondinos, que podiam ser mais ligados à tradição e moderados, estavam inseridos nessa perspectiva do progressismo, que, grosso modo, tinha em vista a crença no futuro, no progresso crescente e ininterrupto da humanidade em suas maiores qualidades e valores, como a liberdade e a igualdade etc. Esses traços típicos da ideologia progressista ainda podem ser observados em muitos discursos de esquerda ainda hoje.
Por outro lado, contrário ao progressismo, está o conservadorismo. Aquele que é considerado o pai do conservadorismo moderno, o britânico Edmund Burke (1729-1797), foi um dos principais críticos da Revolução Francesa, sendo contemporâneo dela. As críticas de Burke tinham por alvo exatamente o conteúdo progressista dos revolucionários, a aposta no futuro e a fé no Progresso e na Razão, encarados como novos “deuses” para os anticlericais da Revolução. Tal “fé”, advertiu Burke, acabou por conduzir ao terror jacobino de 1792-94. O conteúdo do conservadorismo burkeano acabou por dar base de sustentação às ideologias ditas “de direita” no século XIX, sobretudo na Inglaterra e nos Estados Unidos. A defesa da ordem moral, da tradição e dos valores religiosos, da liberdade econômica, da livre iniciativa e da propriedade privada estão entre as premissas básicas do pensamento conservador.
Nesse sentido, as categorias “direita” e “esquerda” precisam ser avaliadas por meio de estudos mais profundos sobre o progressismo e os conservadores. Só assim é possível entender como se originaram o comunismo, o liberalismo, o libertarianismo, o anarquismo, o fascismo etc.

Fonte de referência, estudos e pesquisa: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/politica/direita-esquerda.htm

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Salvação pela Graça! - O que é?

Salvação pela Graça! - O que é?


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A salvação pela graça é a forma como Deus nos livra da condenação do pecado, sem merecermos nem termos de pagar. Não podemos alcançar a salvação pelo mérito nem o podemos comprar. Deus nos oferece a salvação de graça.

Uma dívida impossível de pagar

Todos pecamos e merecemos castigo. O preço do pecado é a morte e a separação de Deus (Romanos 6:23). Ninguém consegue pagar por todos os seus pecados, ao ponto de ficar completamente puro e sem condenação. É impossível!
Mas Deus nos ama e não quer nos condenar. Por isso, em Sua graça, Ele decidiu pagar o preço. Deus enviou Jesus, que não tinha nenhum pecado, para morrer em nosso lugar (Romanos 3:23-24). Na cruz, Jesus pagou o preço de todos os nossos pecados! Não precisamos mais pagar por eles.

Salvos pela graça

A salvação é pela graça porque Deus não exige nada para merecermos a salvação. Não precisamos fazer nenhum ato de bondade, heroísmo nem penitência. Basta ter fé.
Em Sua graça, Deus oferece a salvação a todos gratuitamente. Pessoas “boas” não são favorecidas e pessoas “ruins” não são desprezadas. Em relação a Deus, todos estão na mesma situação e todos recebem a mesma oferta, sem custo. Tudo que temos de fazer é aceitar, pela fé (Efésios 2:8-9).
Assim, ninguém tem motivo para se achar superior aos outros, porque foi Jesus que fez o trabalho e conquistou a salvação por todos nós. Nossas obras não nos podem salvar porque são imperfeitas. Somente Deus é perfeito e somente Ele pode nos aperfeiçoar.

Graça e responsabilidade

Então, qual é nossa motivação para fazer o que é certo? Se nós cremos em Jesus e Deus perdoou todos os nossos pecados, podemos continuar no pecado, sem nos preocuparmos? Não!
Jesus veio para nos salvar da vida antiga, presa no pecado (Romanos 6:1-2). Quem é salvo pela graça de Deus fica purificado do pecado e agora deve ter uma vida diferente. Quando alguém acha que pode continuar no pecado, sem querer mudar, porque a salvação é pela graça, essa pessoa ainda não entendeu o que é a salvação.
Deus tem boas obras preparadas para nós fazermos. Não somos salvos pelas obras mas as boas obras são um sinal que já fomos salvos (Romanos 6:14). A graça de Deus nos salva e a graça de Deus nos capacita a fazermos Sua vontade.
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Fonte de referência, estudos e pesquisa: https://www.respostas.com.br/salvacao-pela-graca/

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Auguste Comte

Auguste Comte

O filósofo francês Auguste Comte é considerado o pai da sociologia e o fundador do positivismo.
Considerado o “pai” da sociologia e fundador do método positivista, Comte é um dos pensadores de maior influência da França no século XIX.*
Considerado o “pai” da sociologia e fundador do método positivista, Comte é um dos pensadores de maior influência da França no século XIX.*
Quem foi Auguste Comte?

Nascido em Montpellier, na França, no ano de 1798, Isidore Auguste Marie François Xavier Comte foi um filósofo francês que ficou conhecido por ter sido o primeiro a sintetizar a necessidade de uma ciência da sociedade (Sociologia) e por ter fundamentado, pela primeira vez, a teoria positivista.
Comte era filho de uma família monarquista francesa tradicional e católica. Estudou na cidade de Montpellier até mudar-se para Paris, onde ingressou na Escola Politécnica. Após o fechamento temporário da Escola Politécnica, Comte retornou à sua cidade natal para estudar na Faculdade de Medicina.
Em 1817, retornou à Escola Politécnica, em Paris, mas foi expulso por liderar manifestações dentro da instituição. Comte passou a escrever para jornais e dar aulas particulares, até que começou a trabalhar como secretário do Conde de Saint Simon, filósofo francês progressista que se autoproclamava um socialista (como ainda não existia o socialismo científico, de Marx e Engels, ele é classificado hoje como socialista ou socialista utópico).
Saint Simon introduziu Comte no círculo intelectual francês de sua época e influenciou-o em muitos aspectos, o principal deles é o entendimento de que haveria uma marcha progressiva constante na história da humanidade, ou seja, que a humanidade sempre caminharia para o desenvolvimento. Também são ideias de Saint Simon que influenciaram o jovem Comte: a noção de que existem leis sociais — assim como a natureza obedece às leis da Física — e de que o conhecimento científico aperfeiçoa o ser humano.
Comte passou a dedicar-se à formulação de sua doutrina positivista e, em 1822, publicou o Plano de trabalhos necessários para a reorganização da sociedade. O filósofo começou a redigir o seu Curso de Filosofia Positiva em 1830 e terminou o último dos seis volumes apenas no ano de 1842.
Nos primeiros escritos, Comte já planejava um esboço da Sociologia, a qual nomeou de “Física Social”, em referência à semelhante organização por leis entre as ciências da natureza e a ciência da sociedade. O termo “sociologia” surgiu somente nos volumes do Curso de Filosofia Positiva.
Comte já havia rompido o trabalho com Saint Simon devido à incompatibilidade de ideais. Em 1947, o filósofo fundou o que ele chamou de Religião da Humanidade, ou Religião Positivista. Essa seria uma doutrina que daria lugar à religião comum, colocando o homem e o desenvolvimento do estágio positivo da humanidade (a ciência e a crença no cientificismo) no lugar da ideia comum de Deus.
As ideias de Comte conquistam adeptos fora da França, inclusive no Brasil – os militares que lideraram a Primeira República inspiraram-se na doutrina positivista. O filósofo morreu no ano de 1857, em Paris, aos 59 anos.

Sociologia

Auguste Comte é considerado o “pai” da Sociologia. O filósofo é o primeiro a teorizar a necessidade de uma ciência que estudasse a sociedade, a fim de reorganizá-la e colocá-la nos trilhos certos para o maior desenvolvimento possível.
Mesmo sendo de família monarquista, o filósofo apostava no acerto da Revolução Francesa: o fim do Antigo Regime. Para ele, os ideais republicanos soavam como o despertar de um novo tempo que abriria caminho para as ciências e a tecnologia desenvolverem-se plenamente. Porém, a Revolução Francesa havia deixado um período de caos e instabilidade social na França.
Revolução Industrial, impulsionada na primeira metade do século XIX, principalmente pelo motor movido a vapor, também era crucial para o desenvolvimento. No entanto, muitos problemas tinham resultado da grande explosão demográfica dos centros urbanos decorrente da Revolução Industrial, como o desemprego, a miséria e a forte desigualdade social. Comte enxergava que seria necessário criar uma ciência que conseguisse teorizar todos esses fatores para apontar possíveis saídas para eles.
O motor a vapor foi a principal inovação que impulsionou a Revolução Industrial.
O motor a vapor foi a principal inovação que impulsionou a Revolução Industrial.

Comte propôs uma ciência chamada, em um primeiro momento, de Física Social e, depois, de Sociologia. Era essa que seria capaz de aplicar o método de observação e experimentação das ciências da natureza na sociedade. Esse método encontraria as mesmas estruturas e leis que existem na Física, porém na sociedade. Nascia aí a Sociologia, que seria mais bem delimitada, mais tarde, com o pensador Émile Durkheim, que criou um método de operação próprio para a Sociologia.

Positivismo

Comte também foi o primeiro teórico a estabelecer as raízes do positivismo. Segundo o pensador, o positivismo era o que o ser humano tinha criado de mais profundo e organizado: a observação e o entendimento da natureza com base no trabalho científico. Politicamente, o positivismo seria expresso pelo trabalho integrado entre ciência e política, visando ao desenvolvimento da sociedade. Para explicar a sua teoria positivista, o filósofo estabeleceu a Lei dos Três Estados, que descrevia os três estágios de desenvolvimento da humanidade.
  1. Estado teológico: o ser humano, em seus primórdios, necessitava encontrar explicações para os fenômenos naturais. Essas explicações eram fornecidas por narrativas mitológicas e religiosas, pois, ao não conseguirem explicar a natureza, os homens criaram seres sobrenaturais para fundamentarem as suas explicações.
  2. Estado metafísico: esse segundo ponto de desenvolvimento consiste no início da Filosofia. O ser humano já não se contentava mais com as explicações religiosas e passou a formular teorias racionais para conjecturar as possíveis causas dos efeitos observados na natureza. Nesse estágio, ainda há a prevalência do raciocínio sem a observação da própria natureza.
  3. Estado positivo: esse estágio seria o mais desenvolvido da humanidade. O ser humano entendeu que, para encontrar respostas sobre a natureza, ele deveria procurar as explicações na própria natureza. Nesse ponto, haveria o desenvolvimento das ciências e de um modo de pensar o mundo por meio do entendimento desse como algo que está dado fisicamente. O estágio positivo seria marcado pela Física, pela Biologia (ciência que, junto com a Sociologia, seria a mais desenvolvida para Comte) e pela busca incessante do progresso.

Influências

Auguste Comte foi fortemente influenciado por Saint Simon, principalmente pelo entendimento da História enquanto marca de uma marcha constante rumo ao progresso. Também foi influenciado por cientistas, como Newton e Galileu. Algumas especulações positivistas podem ter relação com a teoria evolucionista, de Darwin, mas não como as ideias de Herbert Spencer (também um dos primeiros postuladores da Sociologia), que formulou o Darwinismo Social. No entanto, não se pode dizer que Comte tenha sido influenciado por Darwin, até mesmo por questões cronológicas.
Comte influenciou a teoria sociológica de Émile Durkheim, que elaborou uma crítica ao pensamento comtiano. O positivismo junto ao Materialismo Histórico Dialético, de Karl Marx, representam dois expoentes antagonistas, mas que explicam os dois rumos principais pelos quais a Filosofia e a historiografia do século XIX caminharam.

Curso de Filosofia Positiva

Comte organizou um curso de Filosofia que resultou na escrita da obra Curso de Filosofia Positiva, dividida em seis tomos e escrita entre 1830 e 1842. O livro trata de diversos assuntos, como a necessidade do estabelecimento da Sociologia e a importância de recorrer-se à ciência, pois o progresso inteiro e pulsante da humanidade estaria no conhecimento científico.
No entendimento de Comte, a ciência não deveria ser vista como uma forma de acúmulo de conhecimento pelo próprio conhecimento, mas porque esse acúmulo resultaria no desenvolvimento da humanidade. O ser humano consegue, por meio da ciência, entender a natureza, a complexa sociedade (com a Sociologia), desenvolver as tecnologias que melhoram a sua vida e modificar o seu meio político. A política seria, na teoria comtiana, fortemente influenciada pelo conhecimento científico, que ensinaria a necessidade da ordem para a obtenção da glória e do progresso.

Frases

"O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim."
"Todos os bons intelectos têm repetido, desde o tempo de Bacon, que não pode haver qualquer conhecimento real senão aquele baseado em fatos observáveis."
"Viver para os outros não é somente a lei do dever, mas também a da felicidade."
"Saber para prever a fim de poder."
*Credito da imagem: Lefteris Papaulakis / Shutterstock
Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:
PORFíRIO, Francisco. "Auguste Comte"; Brasil Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/auguste-comte.htm>. Acesso em 27 de abril de 2019.

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