O materialismo histórico entende que os processos de mudança social são movidos pela realidade material dos indivíduos.
O trabalho teórico de Karl Marx está fundamentado no que ele chamava de concepção materialista da história. O período em que ele viveu foi marcado pelas grandes mudanças causadas pelo crescente processo de industrialização dos países europeus. Marx testemunhou o crescimento das indústrias e fábricas, o inchamento dos meios urbanos e o consequente aumento vertiginoso das desigualdades sociais. De acordo com a concepção materialista, fundamentada por Marx e Friedrich Engels, as mudanças sociais que se passam no decorrer da história de uma sociedade não são determinadas por ideias ou valores. Na verdade, essas mudanças são influenciadas pela realidade material, isto é, a situação econômica dos atores da sociedade em questão. No materialismo histórico, as respostas para os fenômenos sociais estão inseridas nos meios materiais dos sujeitos. Isso quer dizer que diferentes situações materiais, o que em uma sociedade capitalista traduz-se em situação econômica, moldam diferentes sujeitos. Essa diferença seria, para Marx, vetor de conflitos entre grupos de indivíduos submetidos a realidades materiais diferentes.
Com essa ideia, Marx faz referência ao conflito incessante entre classes, o que julga ser “o motor da história”. A preocupação de Marx estava além do estudo dos problemas das sociedades modernas, pois seu trabalho direcionava-se para a busca de uma lógica do desenvolvimento humano ao longo da história. Sob essa perspectiva, os modos de produção de uma sociedade eram determinantes tanto para a constituição da realidade social quanto para a determinação dos rumos que seu desenvolvimento tomaria.
O conceito de modos de produção é uma das ideias-chaves dos estudos econômicos de Marx. Podemos resumi-lo como sendo as formas de organização de um grupo social diante das relações de produção de seu meio. Em outras palavas, trata-se das relações envolvidas no processo de construção e manutenção da estrutura econômica de uma sociedade. Nisso se insere o trabalho, em razão da produção de subsistência do trabalhador, e as consequentes divisões em função das condições materiais dos indivíduos. Como Marx explica: “O modo de produção da vida material condiciona o processo da vida social, política e espiritual em geral. Não é a consciência do homem que determina o seu ser, mas, pelo contrário, o seu ser social é que determina a sua consciência.” *
Esse seria um processo contínuo e movido pela incessante luta de classes, entendida como a força que empurraria a história adiante. Assim como os pequenos mercadores burgueses uniram-se e derrubaram a ordem estabelecida no período feudal, a luta de classes entre proletários e burgueses movimentaria novamente a roda da história em favor de um ou de outro.
*Referência: Karl Marx, Prefácio - Introdução à Contribuição para a Crítica da Economia Política. Edições Progresso Lisboa - Moscovo, 1982.
Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:
RODRIGUES, Lucas de Oliveira. "Materialismo histórico"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/materialismo-historico.htm>. Acesso em 07 de agosto de 2017.
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