terça-feira, 31 de julho de 2018
sábado, 28 de julho de 2018
sexta-feira, 27 de julho de 2018
Uma Tragédia!
Postado por Professor Julio Cesar Martins
Professor Julio Cesar Martins
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quinta-feira, 26 de julho de 2018
Pastor Sequestrado na Malásia
Pastor sequestrado na Malásia
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segunda-feira, 23 de julho de 2018
domingo, 22 de julho de 2018
CONFLITO ENTRE RAZÃO E FÉ
A filosofia inicia o conflito entre razão e fé quando tenta deixar para trás a fé cega nos mitos, explicando racionalmente tais fenômenos.
Tradicionalmente, o capítulo da História da humanidade relativo ao tema “conflito entre razão e fé” é atribuído a um período medieval em que se travava um confronto entre os adeptos da boa nova, isto é, a religião cristã, e seus adversários moralistas gregos e romanos, na tentativa de imporem seus pontos de vistas. Para estes, o mundo natural ou cosmos era a fonte da lei, da ordem e da harmonia, entendendo com isso que o homem faz parte de uma organização determinada sem a qual ele não se reconhece e é através do lógos que se dá tal reconhecimento. Já para os cristãos, a verdade revelada é a fonte da compreensão do que é o homem, qual é sua origem e qual o seu destino, sendo ele semelhante a Deus-pai, devendo-lhe obediência enquanto sua liberdade consiste em seguir o testamento (aliança).
Desse debate, surgem as formas clássicas de combinação dos padres medievais: aqueles que separam os domínios da razão e da fé, mas acreditam numa conciliação entre elas; aqueles que pensam que a fé deveria submeter a razão à verdade revelada; e ainda aqueles que as veem como distintas e irreconciliáveis. Esse período é conhecido como Patrística (filosofia dos padres da Igreja).
No entanto, pode-se levantar a questão de que esse conflito entre fé e razão representa apenas um momento localizado na história. A filosofia, tendo como característica a radicalidade, a insubordinação, a luta para superar pré-conceitos e estabelecer conceitos cada vez mais racionais através da história, mostra que, desde seu início, esta relação tem seus momentos de estranhamento e reconciliação. Por exemplo, na Grécia antiga, o próprio surgimento da filosofia se deu como tentativa de superar obstáculos oriundos de uma fé cega nas narrativas dos poetas Homero e Hesíodo, os educadores da Hélade. A tentativa de explicar os fenômenos a partir de causas racionais já evidenciava o confronto com as formas de pensar e agir (fé) do povo grego que pautava sua conduta pelos mitos. O próprio Sócrates, patrono da filosofia, foi condenado por investigar a natureza e isso lhe rendeu a acusação de impiedade. Mais tarde, a filosofia cristã se degladiou para fundamentar seu domínio ideológico, debatendo sobre os temas supracitados. Na era moderna, com encrudescimento da inquisição, surge o renascimento que apela à razão humana contra a tirania da Igreja. Basta olhar os exemplos de Galileu, Bruno e Descartes, que reinventaram o pensamento contra a fé cega que mantinha os homens na ignorância das trevas e reclamava o direito à luz natural da razão. A expressão máxima desse movimento foi o Iluminismo que compreendia a superação total das crenças e superstições infundadas e prometia ao gênero humano dias melhores a partir da evolução e do progresso.
Hoje, essa promessa não se cumpre devidamente. O homem dominou a natureza, mas não consegue dominar as suas paixões e interesses particulares. Declarado como expropriado dos meios de produção e forçado a sobreviver, eis que o homem se aliena do processo produtivo e se mantém em um domínio cego, numa crença inconsciente de si e do outro (ideologia). O irracionalismo cresce à medida que se promete liberdade aos seres humanos a partir de outra fé: o trabalho. O homem explora e devasta o mundo em que vive e não tem consciência disso. E tudo isso para enriquecer uma classe dominante, constatando o interesse egoísta e classista.
Parece, pois, que a luta entre razão e fé não é apenas localizada, mas contínua, já que sempre há esclarecidos, esclarecimentos e resistência a esses esclarecimentos. A razão se rebela com o estabelecido e quando se impõe, torna-se um dogma incutido nos homens de cada tempo. Numa linguagem hegeliana, uma tese que se torna antítese e necessita já de uma síntese para que a razão desdobre a si mesma.
Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:
CABRAL, João Francisco Pereira. "Conflito entre Razão e Fé"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/filosofia/o-conflito-entre-fe-razao.htm>. Acesso em 06 de agosto de 2017.
Fonte de referência, estudos e pesquisa: http://brasilescola.uol.com.br/filosofia/o-conflito-entre-fe-razao.htm
quinta-feira, 19 de julho de 2018
10 Verdades Cruéis Sobre a Vida que Ninguém Quer Admitir - Do ponto de vista Filosófico
10
Verdades Cruéis Sobre a Vida que Ninguém Quer Admitir - Do ponto de vista
Filosófico
A verdade dói, infelizmente nem todas
as pessoas têm maturidade para aceitá-la. Não entraremos aqui no questionamento
filosófico sobre o que é verdade? Para quê e Por que? Se fôssemos entrar por esse
viés, esta matéria ficaria extensa. A principal questão que nós iremos abordar
aqui, diz respeito aos problemas reais que afetam a nossa existência. Na vida
real, existem muitas questões que são óbvias, contudo, a maior parte da
população não está preparada psicologicamente para aceitar a dureza desses
fatos.
Diz o ditado
popular que “a vida está cheia de ilusões, escolha uma e divirta-se“. As
pessoas não estão habituadas a ver a vida do jeito que ela realmente é. É muito
mais fácil esconder nossos problemas do que encará-los.
Confira logo a seguir, as 10 verdades
brutais que ninguém quer admitir, ou até mesmo querer pensar sobre o assunto.
1. Você vai
parar de viver a qualquer momento
Todos nós queremos pensar que
somos invencíveis, mas infelizmente não somos. Evite estresse em sua vida, pare
de desejar ansiosamente mais dias. Comece a aproveitar o que está acontecendo
agora. Concentre-se no presente. A vida acontece agora! Não sofra com as
preocupações do futuro. Valorize cada instante, a qualquer momento tua
existência desaparecerá desse planeta.
2. Todo mundo
ao seu redor vai morrer.
Sim, é muito obvio, no entanto,
muitas pessoas não aceitam. Se você tem uma família, abrace sua mãe e seu pai e
seus irmãos, se você realmente os ama. Seu smartphone pode estar sempre
presente – e pode ser até substituído, caso necessário, contudo pode ser que
eles não estejam para sempre ao seu lado. Diga às pessoas que importam para
você o quanto eles importam.
3. “A
felicidade depende mais do que você tem na mente do que no bolso”
Essa afirmação é de Schopenhauer, pai
do pessimismo moderno. Não importa o quanto você tente, o dinheiro não vai lhe
comprar felicidade. A vida é sobreviver, não acumular. Mude sua mentalidade,
mude seu mundo.
4. Procurar a
felicidade impede que você a encontre.
A felicidade é um tema muito
abstrato, dentro da tradição filosófica nós encontramos diversas vertentes de
pensamentos que tentam elucidar a importância desse conceito. Podemos dizer que
a procura pela felicidade não traz felicidade, a menos que você esteja vivendo
o agora, você está desperdiçando sua vida, se sua preocupação consistir em
encontrar o caminho feliz, pois esse não existe. Pare de perseguir amanhã,
comece aproveitar o hoje.
5. Gastar
dinheiro é menos eficaz do que gastar tempo.
Se você quer fazer
uma diferença real no mundo, doe seu tempo e economize seu dinheiro. Passar o
tempo com as pessoas afeta aos outros e a você de maneiras que você sequer pode
imaginar. Há sempre mais dinheiro, mas nunca haverá tempo suficiente. Nunca
se esqueça: o tempo é mais importante do que o papel.
6. Fazer com
que todos sejam felizes.
Voltamos aqui com a problemática da
concepção de felicidade, porém, desta vez, na convivência coletiva. Não se
preocupe em tentar fazer todas as pessoas felizes. As pessoas nunca serão
felizes completamente. Essa é uma tarefa impossível. Faça feliz a si mesmo,
antes que seu tempo se acabe. Sua felicidade por si bastará para afetar quem
quer que esteja ao seu redor.
7. Tentar ser
perfeito irá matá-lo.
Somos seres imperfeitos, independente
de sua concepção de perfeição. Se você ficar sempre na frente do espelho,
apontando suas próprias falhas, você irá envelhecer antes do tempo! Não perca
outro segundo tentando ser qualquer coisa exceto o que você está agora.
8. Os
sentimentos também são importantes.
Fernando Pessoa certa vez afirmou que
: a maioria pensa com a sensibilidade, e eu sinto com o pensamento. Para o
homem vulgar, sentir é viver e pensar é saber viver. Para mim, pensar é viver e
sentir não é mais que o alimento de pensar. Nem tudo precisa ser
lógico e racional. Os sentimentos nos levam a fazer coisas bastante
surpreendentes. Preste atenção em como você se sente, ao invés de tentar se
esconder de seus sentimentos.
9. Você é
responsável por você mesmo.
Ninguém vai viver
sua vida por você. Não seja uma talentosa criança de 40 anos que vive na barra da
saia de sua mãe. Inspire-se. Saia e faça algo de bom com a sua vida. Não espero
se completado com a presença do outro. Seja grato e coerente consigo mesmo.
Complete-se, não procure por completude sem estar inteiro.
10. Nada
importará quando você se for.
Pode parecer
absurda, contudo, é a pura verdade. A qualquer momento nos tornaremos memórias
na mente de alguns, depois lembrança, e por fim, esquecimento. Algum dia, você
perceberá que boa parte daquilo com que você passou sua vida se preocupando não
importa mais. Espero que você perceba isso enquanto ainda tem tempo para
fazer as coisas que você realmente quer fazer agora, neste
momento presente.
A vida é um sopro!
Curta, divirta-se agora. O tempo está passando, não se esqueça disso.
Fontes de referência, estudos e pesquisa: http://omartelodenietzsche.com
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Teologia com Filosofia mais Direito
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segunda-feira, 16 de julho de 2018
Lição 04 - A Função Social dos Sacerdotes – 3º Trimestre 2018
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sábado, 14 de julho de 2018
AULA DE BALLET
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sexta-feira, 13 de julho de 2018
Os Sofrimentos da Mulher de Jó...
Os Sofrimentos da Mulher de Jó...
Mulher esquecida e incompreendida pela modernidade, assim defino inicialmente a mulher de Jó. Este patriarca sim, paladino da fé, suportou todas as vicissitudes e flagelos dócil e humildemente. Ele é símbolo de perseverança, paciência e retidão (Jó 1.1,22), mas a mulher desse sofredor...., no mínimo, ainda é chamada de louca ou néscia (Jó 2.10).
Mulher anônima, a quem a tradição posterior chamou de Sitis, aparece em Jó 2.9,10 e não é mais mencionada no livro, embora nada sugira sua morte, ou abandono do lar.
Ela era uma mulher nobre, respeitada por todos, e considerada afortunada para os mais antigos e de sorte para as donzelas da região. Seu marido era um homem sábio, fiel à sua família, riquíssimo e temente a Deus. O homem mais poderoso do Oriente. Seus filhos, saudáveis e belos. Suas filhas eram mulheres decentes, educadas e belas. Centenas de servas e servos estavam espalhados pela bela casa, fazendas, plantações (Jó 1.3). Sitis era uma mulher riquíssima que ajudava na administração da casa, dos servos domésticos; um elo de unidade familiar (Jó 1.2). Seus sete filhos e três filhas periodicamente reuniam-se ao redor da mesa para desfrutarem de seus conselhos, sapiência e virtudes (Jó 1.2,4). No período patriarcal o número dez era símbolo de completude, de abundância e prosperidade. Era a mulher mais poderosa, afamada e respeitada de todo o Oriente (Jó 1.3). Jó amava-a muitíssimo; suas filhas provavelmente espelhavam-se no zelo, discrição, beleza e sabedoria da mãe. O lar de Sitis era um paraíso cravado no Oriente (Jó 1.10).
Essa mulher, “ossos dos ossos” e “carne da carne” de Jó, no entanto, viveu as primeiras calamidades da vida do patriarca. Próximo a Jó ouvira que seus servos foram mortos e os seus rebanhos confiscados pelos sabeus. A notícia era ruim, mas suportável. Note a descrição do versículo 13, que destaca a efusiva alegria da reunião familiar na casa de seus filhos (“comiam e bebiam vinho na casa de seu irmão primogênito”), e a calamidade súbita que toma conta do restante da narrativa. Essa narrativa que antecede e moldura as tragédias de Jó será depois desconstruída no versículo 19.
O mensageiro ainda não terminara o anúncio fúnebre quando imediatamente outro mordomo anunciou: “Fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os moços, e os consumiu” (v.16). A mulher de Jó fica espantada com a sucessão de tragédias que se sucedem sucessivamente sem cessar. Perde o fôlego, aproxima-se do marido para apoiá-lo... quando então, novamente, outro desastre, dessa vez arquitetado pelos caldeus que, em três bandos, roubam os camelos e ferem os servos (v.17). Mas o pior ainda estava para acontecer. Um servo aproxima-se esbaforido, com ar de cansaço e pesar. Tem receio do que vai dizer. Durante o trajeto ensaiara diversas vezes, até soltar o verbo flamífero: “Estando teus filhos e tuas filhas comendo e bebendo, eis que um vento muito forte sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, a qual caiu sobre os jovens, e morreram” (Jó 1.18,19). O vento da desventura e sortilégio, gélido como a morte, implacável como a desgraça. Quem é suficiente forte para resistir suas lanças inflamadas? Como reagir diante de tanta calamidade e dor? Sitis chora amargamente a morte de seus filhos. Se isso não bastasse, vê o seu marido rasgar suas vestes, rapar sua cabeça e cumpridas barbas, símbolos de sua posição social superior, e lançar-se em terra adorando a Deus. Apesar da dor que aflige sua alma abatida olha com carinho e respeito o gesto humilde e devoto de seu marido. Somente a fé e a comunhão com Deus dão ao aflito a esperança e a força para vencer as vicissitudes. É nessas ocasiões que a comunhão do crente com Deus faz toda a diferença. A resiliência e o ânimo para continuar a lida depois de uma grande calamidade são resultados de uma vida de fé, comunhão com Deus e relacionamentos corretos. Jó, como os pequenos ribeiros orientais em período de estio, vê a sequidão tomar conta de si, no entanto, estivera durante muito tempo da vida plantado junto a ribeiros de águas; suas folhas não murchariam e os seus frutos viriam na estação própria (Sl 1). Dizia um antigo provérbio oriental que o “justo nunca será abalado” (Pv 10.30).
Os dias de luto ainda não estavam completos. Parentes distantes e amigos próximos reuniam-se na casa de Sitis para apoiá-la e ao marido, Jó. Os melhores amigos nascem nos períodos de sequidão e angústia (17.17). Autoridades do Oriente chegavam à casa do infortúnio. Ouvia-se os murmúrios das carpideiras, que se revezavam em seus turnos. Os cancioneiros entoavam suas elegias, e os sábios do Oriente procuravam entender a tragédia humana. Sitis chorava desconsoladamente. A dor e angústia apertavam seu corpo, como se a estivessem comprimindo em um pequeno vaso de cerâmica. Olhava para Jó e se inspirava na fé, piedade e devoção de seu marido. Ele em nenhum momento blasfemou ou se queixou de sua sorte (Jó 1.22). Junto aos sábios do Oriente, ouvia-o dizer: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1.21). Todos ouviam, admirados, a fé e perseverança de Jó em Deus. Procuravam algum altar na casa, ou artefatos que materializassem o Deus de Jó, mas nada encontravam. Diferente dos tolos adoradores de ídolos do Oriente, Jó confiava no Deus Invisível, Espírito eterno e imutável em seu ser.
Passados os dias de luto, Sitis e Jó procuravam retomar as atividades diárias. Todavia, sentiam dificuldades de recomeçar. Reconstruir a casa que desabara sobre as crianças era uma dúvida latente. Aquele lugar trazia boas recordações. O lugar que as crianças cresceram e a velha árvore com as marcas de suas brincadeiras traziam lembranças tão vívidas como o vento outonal que derrubava as folhas das árvores e pintavam o chão de tons marrons e cinza. Nada diziam um ao outro, apenas apertavam firmemente as mãos. Todas as palavras foram expressas naquele aperto de mãos. Nunca saberemos exatamente o que disseram. Apesar da tristeza, estavam unidos, apoiando um ao outro.
Alhures, absorto com os últimos acontecimentos, Sitis percebe que pequenas chagas começam alastrar-se sobre o corpo de seu marido. Imediatamente, os melhores médicos são consultados, especialistas na arte da cura entram e saem da casa do patriarca. Sitis se mantém firme cuidando de Jó; tratando das feridas de seu amado; procurando suavizar a dor com as especiarias, óleos de vários gêneros, alguns importados. A chaga se espalha mais ainda, desde a planta do pé até ao alto da cabeça (Jó 2.7). Longe de Jó ela chora, sente as lágrimas quentes caminharem pelas linhas de sua pele até caírem e se desfazerem lentamente ao chão. “Senhor porque me provas?”, murmurava. “Não basta os meus filhos?” “Agora tu queres o meu marido Jó?”, balbuciava. Os médicos diagnosticaram que a doença era maligna, incurável. Erupções e prurido intenso destilavam do corpo de Jó (2.7,8). Os bichos insaciáveis se alimentavam do corpo putrefato (7.5), e os ossos daquele homem forte se desfaziam como torrão de madeira apodrecida (30.17). A pele de Jó perdera toda elasticidade, suavidade e beleza (30.30). Até no sono era atormentado por pesadelos (7.14).
Sitis olhava para todo aquele sofrimento. O cheiro dos florais da primavera paulatinamente foi expulso por uma mistura de pus, sangue e carne putrefata. Nem ela mesma conseguia cuidar de seu marido. A praga alastrara por toda casa. Ela gastara as últimas reservas financeiras no tratamento do marido moribundo. Investira todos os seus recursos para curar a Jó, mas a sentença médica era apenas uma: “Nada podemos fazer, só um milagre”. Sitis sofria, inconsolável... A esperança escapava por entre os seus dedos como as águas ribeirinhas. Lembrava dos momentos em que ela era considerada uma mulher bem-aventurada, rica, com filhos e filhas para lhe consolar, um marido próspero que a amava. Mas agora, tudo lhe havia sido tirado, à uma. O que você faz quando a calamidade bate à sua porta e, sem pedir licença, carrega para sua família toda desventura conhecida? A quem você recorre?
Certo dia, Sitis vê o seu marido no meio da cinza com um pedaço de cerâmica raspando as feridas. Olha e um sentimento acre-doce lhe invade a alma aflita. O grande príncipe Jó no monturo da cidade, como um pária. Sitis perde definitivamente a esperança. Aproxima-se do moribundo, sente pena do marido, fecha os olhos, aperta-os e a seguir dispara: “Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus e morre” (Jó 2.9). Nenhum sofrimento pode ser maior do que a confiança e fidelidade a Deus. O Senhor jamais permitirá que sejamos tentados acima de nossas forças. Sitis achava que já havia chegado ao limite. Assim como os servos de Jó foram preservados da morte para levarem a notícia calamitosa ao patriarca, a esposa parece que fora guardada todo esse tempo para destalingar esse último chicote. Sem o saber, pensando que a morte seria a melhor solução para o marido, Sitis empresta sua boca ao Tentador incitando Jó a se rebelar e amaldiçoar a Deus. O que você faz quando toda a esperança se esgota? Sitis em vez de confiar em Deus acima de todas as coisas; em vez de amar ao Senhor pelo que Ele é, deixou-se levar pelas circunstâncias atrozes, fundamentada em um relacionamento de troca com Deus. Para muitos a morte é a solução para uma vida de infortúnios e desajustes domésticos. Contudo, sempre há uma esperança para aqueles que confiam em Deus.
Jó olha para sua esposa, e a fita com ternura e carinho. Sitis sente o tempo congelar por alguns instantes. Embora o tabernáculo terrestre de Jó estivesse se desfazendo, seu edifício eterno estava preparado por Deus (2 Co 5.1). Os olhos de Jó traziam um brilho vivaz, contagiante, embora todo o restante dissesse o contrário. Lembrava muito o olhar de Jesus quando Pedro o negou. Carinhosamente afirma: “Como fala qualquer doida, assim falas tu; receberemos o bem de Deus e não receberíamos o mal?” (Jó 2.10). O sábio Jó afirmara que sua esposa, em seu desespero e dor, falava como uma pessoa sem entendimento; como alguém que ele não conhecia. Sitis fica desconcertada diante da afirmação do marido. Reflete a respeito do assunto. Lembra das muitas orações de Jó feitas em gratidão ao Senhor. E ali mesmo reconsidera... Cala-se e desaparece do cenário até o final do livro de Jó quando Deus restitui-lhe todas as coisas. Embora não seja mencionada no final do livro, não há razões para se duvidar de sua presença. Ela é a esposa incansável que esteve com o marido nos piores momentos e circunstâncias, mas que, em certo momento, perdeu as esperanças, mas a recobrou através da piedade e devoção de seu marido.
(Prezados coblogueirantes, por recomendação de nosso irmão e amigo João Paulo Mendes, segue o link do blog do irmão Carlos Augusto Vailatti: Livrando a Mulher de Jó do Banco dos Réus. Esse artigo ajudará a compreender melhor a pergunta feita pelo Pr. Marcello de Oliveira.
quarta-feira, 11 de julho de 2018
Teologia Sistemática
TEOLOGIA SISTEMÁTICA: BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE JESUS: O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA
Assim, como mencionado acima, uma vez que se refere a discorrer sobreO Caminho, a Verdade e a Vida enquanto reportando-se a Jesus se apresentando dessa forma, nada mais coerente do que começar com uma citação da própria bíblia para introduzir o assunto. Eia pois, aos versículos:
João 14.6
5.Indagou-lhe Tomé: “Senhor, não sabemos para onde vais; e como poderemos conhecer o caminho?” 6.Assegurou-lhes Jesus: “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim. 7.Se vós, de fato, tivésseis me conhecido, teríeis conhecido também a meu Pai; e desde agora vós o conheceis e o vistes.”(grifei)
Certamente você conhece os versículos acima. Quando as pessoas estão sem rumo este trecho bíblico traz um alento muito grande. Ao menos o é para os cristãos. Principalmente o versículo 6 onde Jesus afirma que é três elementos de que todos precisam fundamentalmente, quais sejam, Caminho, Verdade e Vida.
Jesus enquanto caminho é aquele pelo meio do qual se pode percorrer com toda a segurança. Não há a menor possibilidade de você se perder se seguir por ele. Algumas vezes as pessoas percorrem uma rodovia, rua ou avenida em localidades que não conhece e de repente se depara com uma bifurcação. Muitas vezes a sinalização é confusa e a pessoa acaba fazendo a escolha errada. Então, segue a toda pressa, para alguns quilômetros adiante se dar conta de que está perdida e o ponto onde queria chegar não será alcançado.
Agora, observe o início do versículo 6, e veja que na versão escolhida (King James) a palavra usada é Assegurou-lhes. A versão é adequada para o assunto em questão. Primeiro porque a palavra transmite confiança total, segundo, porque o verbo está julgado no pretérito perfeito, dirigido a mais de uma pessoa. Ou seja, demonstra uma atitude irretocável e completa e ao mesmo tempo de alcance universal. A garantia que Jesus dá não se restringe a uma pessoa ou grupo, bem como não é garantia para o futuro, mas e sim uma garantia instituída para sempre, e desde já. Porque Jesus é o caminho, quem nele se encontra pode fechar os olhos e seguir.
Jesus também nos assegura que ele é a Vida. Jesus como a vida faz parte da garantia que ele nos dá por ser o caminho. Quem quiser chegar à vida não pode buscar outra via que não seja Jesus. E a vida é tão importante que os professores de direito, sobretudo os que lecionam sobre os direitos humanos afirmam com toda razão que a vida é a causa e objetivo de todos os outros direitos. Sem o direito à vida os demais direitos não têm sentido.
De nada adiantaria o direito à propriedade se não houvesse garantia para a vida desfrutar, de nada adiantaria o direito de ir e vir se a vida não fosse protegida para se locomover, de nada adiantaria o direito à liberdade de pensamento e expressão se não houvesse uma vida para os defender, para se manifestar.
Em que pese ter o mesmo princípio a vida a que Jesus se refere é a vida perpétua, eterna, e esse direito ele conquistou para todos quantos queiram, quando deu a sua própria em resgate da humanidade. Não há ato de exemplo mais humano do que a autoentrega de Jesus na cruz. É por meio de sua morte que todos os bens eternos criados por Deus reservados aos herdeiros da vida eterna passam a fazer sentido. Sem a vida eterna o céu eterno não vale a pena. Talvez, Deus nem o teria criado. Assim como Deus criou o mundo para o homem natural desfrutar por meio da vida garantida pelo direito, também criou maravilhas narradas no livro de apocalipse para um desfrute eterno. Agora, se não houvesse vida eterna, não haveria interesse em que as maravilhas narradas na bíblia fossem relatadas aos seres humanos.
E Jesus sendo o Caminho e a Vida, isso tudo pode e deve ser acreditado porque é Verdade. E por falar em verdade, vamos ao segundo elemento, que estrategicamente deixamos para o final. Para tanto, observe um trecho do diálogo entre Jesus e Pilatos:
37. Perguntou-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. 38. Perguntou-lhe Pilatos:Que é a verdade? E dito isto, de novo saiu a ter com os judeus, e disse-lhes: Não acho nele crime algum (grifei).
Talvez esse seja o maior enigma filosófico para o homem resolver, Que é a verdade?. Desde muito tempo os chamados pensadores vêm discursando sobre o assunto. Pilatos fez uma pergunta retórica, diante da Verdade, ninguém sairia ignorante. E aí é que está o problema. Existe certa ditadura do conhecimento. Os que pensam possuir o tal conhecimento não admitem soluções aparentemente simples. Por esse motivo, certamente este artigo encontrará muitas críticas e refutações.Esclarecido está de antemão que a ideia não é ditar uma solução, é melhor ainda, é lançar uma provocação para que o leitor crie sua própria forma de pensar a respeito do que é a verdade, e propriamente a Verdade.
Pois bem, finalmente usemos algumas citações do texto base para este artigo. Nele o autor inicia por despertar o leitor para uma reflexão a respeito da verdade atingindo em cheio o discurso fácil que se formou na “tradição” evangélica ao longo dos anos. No trecho, Tradicionalmente, no meio evangélico, a principal interpretação da expressão “verdade” tem sido feita com base em uma perspectiva reducionista como algo que é oposto a mentira (pg. 71, grifei). Aqui o autor traz a lume o fato de que a visão maniqueísta do certo/errado, bem/mal/ céu/inferno, Deus/Diabo não é a forma final na definição da verdade. Como diria Shakespeare, existe muito mais coisas entre o céu e a terra, Horácio, do que a nossa vã filosofia. A verdade não é uma mera oposição à mentira, nisso há de se concordar. Até porque, tal ideia reduziria demais o real significado de um termo carregado de tanto simbolismo.
Outro trecho interessante a se considerar é o seguinte: “Talvez esteja presente ainda uma interpretação dualista da realidade em que tudo se apresenta como dividido entre Deus e o diabo” (pg. 71). Aqui, reside o erro das pessoas que associam o pertencimento a Deus, de quem fala a verdade, e ao Diabo de quem diz a mentira.
O texto realça o uso que se faz de versículos bíblicos para embasar tal pensamento sobretudo João 8.44. Neste ponto está implícito que deve ser levado em consideração que nem sempre quem diz a verdade quer alguma coisa com Deus, ou acredita em Deus, de modo que de acordo com a fé cristã, mesmo dizendo a verdade não significa que a pessoa pertence a Deus. O texto leva-nos a entender que falar a verdade é diferente de viver na verdade. Diz-se a verdade para se ter credibilidade junto aos pares e até diante de desconhecidos. Ao passo que viver na verdade é comportar-se de forma a convencer de que o que se prega é de fato o que se sente, independentemente de quem nos observa ou avalia. É verdade que o versículo de João 8.44 diz que o diabo fala daquilo sobre que detém a paternidade, a mentira. Certo é que quem ama a mentira tem tudo de demoníaco, mas, dizer a verdade sem compromisso com ela, tem quase nada de Deus.
A verdade sendo maior que uma proclamação verbal é a manifestação exterior em forma de comportamento que reflete o que se pretendeu dizer. O destaque negativo ou ponto fraco no texto base é encontrado nas seguintes afirmações (pg. 72) A fé e a teologia ficaram aprisionadas a sistemas teológicos exatos e controlados, que a tudo respondem e explicam. E ainda:
“O resultado disso para a teologia foi que a verdade ficou refém desse estado de mente. A verdade passou a ser aquilo que é explicado por uma proposição ou um discurso correto elaborado pela teologia. O grande problema é que não existe uma única teologia ou um único discurso. A maior prova disso é a assustadora variedade de denominações e correntes teológicas que defendem ser representantes fiéis de Deus no mundo”.(grifei).
A citação acima foi feita com o objetivo de localizar você, leitor, bem como mostrar que existem contrapontos a se considerar. No caso, não se deve concordar com autor da citação supra, pois, em que pese a verdade não habitar apenas o discurso e nem apenas um discurso, não quer dizer que existem duas ou mais verdades. Não é com base em verdades diferentes que as denominações religiosas surgem, mas nas diferenças dogmáticas e doutrinárias encontradas por interpretações divergentes de um mesmo texto por um mesmo grupo que se divide depois. Por sua vez a verdade é sempre a mesma. Claro está que dizer-se dono da verdade a partir de um discurso é o mesmo que chamar alguém de preconceituoso pelo simples fato desse alguém não pensar igual ou não adotar o mesmo discurso.
Em continuidade, é necessário ser conclusivo na manifestação a respeito do verbete em comento, e nada se faz tão oportuno do que lançar mão da citação a seguir: O logos encarnado é, então, cheio de verdade, pois, é a expressão da única fonte de existência, afinal todo o resto é criado(pg. 73). Quando se fala da verdade, buscamos o convencimento de alguém por meio de um testemunho, o que envolve trazer a baila tudo o que existe a respeito de um acontecimento. Do contrário o testemunho poderá ser falso, ou mentiroso. É mentir falar o que não é verdade e é omitir não falar o que é verdade. Veja que a diferença entre mentira e omissão é a localização da palavra não. Em ambos os casos demonstra-se deficiência de caráter.
E Logos é exatamente um discurso, um testemunho. No caso de Jesus, é o discurso, o testemunho sobre Deus e seus negócios, por assim dizer.Logos em grego, verbo em português é tudo sobre Deus, sem exageros porque não precisa, sem omissão porque diminuiria a ideia sobre ELE. Verbo é palavra que expressa uma, ação; fato; fenômeno; estado. OLogos é a razão única da teologia. Dizer que não existe apenas uma teologia é o meso que dizer que existe mais de um deus, quando na verdade só existe Deus. Teologia é discurso sobre Deus. Por isso, teologia que se prese tem compromisso com a verdade.
Em função disso, dizer que existem várias verdades é como dizer que existem várias realidades. O que é definitivamente falso. Se há um fato, uma ação, um fenômeno, um estado, e há, todos esses elementos se referem ao Ser de Deus. O resto é consequência da existência desse Ser incluindo a nós os seres humanos. Nós não viemos por nos mesmos, somos consequência de sua ação.
Como se disse anteriormente, a simples oposição com a mentira faz com que a verdade fique menor do que realmente é. Aliás, aletheia (verdade) é a mesma palavra grega que se usa para dizer realidade. Discordando um pouco do nosso autor base, não existem duas verdades, porque falar a verdade é portanto, falar do que existe, ou seja, é fazer uma manifestação comportamental materializando a plenitude de significado do que se diz. É sair do mundo ideal, do que se deseja, do que se pensa, do que se planeja, do que se sonha, para ser, para existir, para estar no mundo, no mundo de Deus, porque a verdade basta por si, a mentira é criada sob artificialidade, carece de argumentos e esforços.
O real não é apenas o que se vê, mas, é aquilo que não ilude. Não o que se quer ver, mas, o que existe de fato e de direito. O que há de real não contém nada por trás. Portanto, pode ser examinado a qualquer tempo e por qualquer método. A verdade não precisa de articulação. Quem sabe da verdade apenas conta o que sabe.
Assim sendo, Jesus a verdade é a plenitude do que se deseja conhecer porque é real e por isso mesmo é a luz de Deus que é a existência, que é a verdade e dá liberdade, que desfaz a ilusão. Diante do exposto, nunca se deve fazer uma pergunta do tipo: qual é a verdade? Essa pergunta está errada, pois denota a crença na existência de duas verdades. Se duas ou mais pessoas têm versões conflitantes, logo alguém está fora da verdade.
ALFONSO, Sergio Aparecido. Resposta ao fórum 2. FÓRUM 2 – SEMANA 2 – TEOLOGIA SISTEMÁTICA III. Disponível em:http://www.teologiaonline.com.br/v3/mod/forum/user.php?id=1384&page=3. Acesso em 18 jan. 2016.
ALMEIDA, Marcos Orison Nunes. Teologia Sistemática III: cristologia e escatologia. Londrina: FTSA, 2014. Disponível em file:///C:/Users/mppr/Downloads/apostila_sist3.pdf. Acesso em 18 de jan. 2016.
Imagem: Disponível em https://imagensbiblicas.wordpress.com/tag/pilatos/. Acesso em 18 de jan. de 2016.
Publicado por: Sergio Aparecido Alfonso
O texto publicado foi encaminhado por um usuário do Brasil Escola, através do canal colaborativo Meu Artigo. Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: http://www.brasilescola.com.
Fonte de referência, estudos e pesquisa: http://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/religiao/teologia-sistematica-breves-consideracoes-sobre-jesus-.htm
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