Profetismo e Profetas Bíblicos
“Se você sofre com a desobediência do povo de Deus – chore ao lado de Jeremias. Se precisares decidir entre adorar a Deus ou ao ídolo do rei – aprenda com Daniel. Se precisares de purificação apresente a língua a Isaías”.
Essa máxima ilustra o quanto os livros dos profetas têm orientado e fortalecido a fé de muitos cristãos em todo o mundo e em todas as épocas. O aforismo também demonstra a condescendência e empatia dos fiéis profetas de Yahweh com o sofrimento de todos os cristãos portadores de uma mensagem divina, quer seja para o mundo, quer seja para a igreja. Somente este fato já seria suficiente para impelir-nos a estudar conscienciosamente os livros proféticos.
Para compreendermos os livros proféticos, não é necessário apenas uma empatia existencial entre o texto e o leitor, como deseja a nova hermenêutica, mas uma introspecção com o ambiente histórico-cultural do autor. A Bíblia não é apenas importante pelo que significa para nós hoje, mas, por tratar de questões histórico-vivenciais do passado que se tornaram, pela inspiração divina, Palavra de Deus. É assim que os Salmos messiânicos de Davi, que tratam do sofrimento do monarca, não se interpretam somente à luz da história do rei, mas também à luz da revelação histórica e profética posterior - Jesus Cristo.
O Ofício Profético e Sua Instituição
O ofício profético organizado em Israel remonta aos dias do profeta Samuel. Foi ele quem deu origem ao ofício de profeta como uma ordem ou classe organizada. Nesse sentido, ele é “o primeiro dos profetas” – distinção que as Escrituras neotestamentárias reconhece perfeitamente: “E todos os profetas desde Samuel, todos quantos depois falaram, também anunciaram estes dias” (At 3.24 cf. 13.20; Hb 11.32).
As escolas de profetas foram fundadas a partir dos dias de Samuel e não anteriormente. A primeira menção dessa classe organizada é a escola por ele fundada, que ficava em Ramá (1 Sm 19.20). Essas escolas eram centros de vida religiosa, onde se buscava a comunhão com Deus mediante a oração e meditação. É evidente que estudavam as profecias, inquirindo sobre o tempo de seu cumprimento (1 Pd 1.10-12), além de recordarem os grandes feitos de Deus no passado. Através dessas escolas, cresceu em Israel uma ordem profética reconhecida (2 Rs 2.3,5).[1]
O Profeta Normativo
Sabe-se que, mesmo antes da organização dos profetas como uma ordem, eles remontam aos primórdios bíblicos: Abraão, Moisés e o próprio Samuel, são usados como referências (Dt 18.15; Jz 4.4; 2 Rs 22.14; 1 Sm 3.20).
Abraão foi a primeira pessoa a quem a Escritura chama de profeta (Gn 20.7 cf. Sl 105.15). A normatização veio posteriormente através da vida e pessoa de Moisés, que passou a constituir padrão de comparação para todos os profetas futuros (Dt 18.15-19; 34.10). [2]
As principais características posteriores encontradas nos profetas foram, a priori, regulamentadas através da experiência profética de Moisés. Senão, vejamos:
a) Uma chamada específica e particular de Deus (Êx 3.14.17 cf. Is 6; Jr 1.4-19; Ez 1-3; Os 1.2; Am 7.14,15; Jn 1.1). Conforme esses textos, o objetivo primário da chamada profética era uma introdução à presença de Deus (Jr 23.18). Assim sendo, o profeta aparecia perante o povo na qualidade de um homem que se apresentara diante de Deus (Êx 4.10-16), tal como aconteceu a Moisés. O sinal preponderante que marcava a validade de um profeta e sua profecia era a chamada de Deus. Essa vocação dava ao profeta crédito de entrar diretamente na presença divina, a fim de receber a mensagem. Muitos profetas tinham consciência de sua chamada e não raras vezes registravam-na (Am 7.5, Is 6; Jr 1; Ez 3). Através dessa consciência profética ele se obrigava ao exercício de seu ministério, às vezes, contra a sua própria vontade, como por exemplo, o profeta Jeremias (Jr 20.7-18). [3]
b) Título de “Homem de Deus” (Dt 33.1 cf. 1 Sm 2.27; 9.6; 1 Rs 13.1). O título (’ish ha’Elohim) [4] exprime o conceito que os homens tinham dos profetas e expressa a estreita associação da respectiva pessoa com Deus; Eliseu recebeu esta designação cerca de vinte e nove vezes. Este título foi dado primariamente a Moisés e continuou sendo empregado até o fim da monarquia. A intenção era expressar a diferença de caráter entre o profeta e os demais homens. Isto é deixado perfeitamente claro nas palavras ditas pela mulher sunamita: “Vejo que este...é santo homem de Deus...” (2 Rs 4.9). [4]
As Três Classes de Profetas - Orais, da Escrita e Cúltica
Gade (1 Sm 22.5);
Natã (2 Sm 12.1);
Ido (2 Cr 9.29);
Aías (1 Rs 11.29);
Semaías (1 Rs 12.22);
Elias (1 Rs 17.1);
Azarias (2 Cr 15.1);
Eliseu (2 Rs 4.8,9);
Profetas da Escrita: São aqueles que se preocuparam em registrar por escrito suas exortações, admoestações, consolações e previsões futuras. Os profetas da Escrita eram também profetas Orais. Destacamos como profetas da Escrita: Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel, entre outros.
Profetas cúlticos: Os profetas cúlticos são aqueles em que a profecia estava moldada numa forma litúrgica. O texto de 2 Crônicas 20 pressupõe que os profetas cúlticos estavam ligados ao santuário, trabalhando juntamente com o sacerdote, e estavam incumbidos do aspecto sacrifical da adoração (2 Cr 29.21-24). Jaaziel era um levita, oficial do culto, dotado de uma capacidade profética (2 Cr 20.14). Percebe-se em alguns Salmos, uma indicação desse mesmo fenômeno (Sl 60.6; 75; 82). Em todos esses Salmos há uma seção em que uma voz fala na primeira pessoa do singular: trata-se da resposta oracular – o profeta associado com o culto, apresentando a declaração contemporânea de Deus ao seu povo. Esse organismo profético-litúrgico, foi instituído pela vontade de Deus, através do profeta Gade (2 Cr 29.25), quando instituiu as corporações dos cantores no Templo. [5]
Funções dos Profetas
a) Função designada pela linguística: As funções dos profetas devem ser entendidas a partir dos vocábulos bíblicos etimológicos que dão título ao ofício profético. Portanto, devemos definir claramente o significado do vocábulo “profeta”, para entendermos suficientemente a função do mesmo. Antes, porém, precisamos ter em mente, como afirma Baxter, que a profecia, no sentido bíblico, “é o produto e a expressão de uma inspiração direta e especial de Deus” [6] e nem sempre relaciona-se com a predição de fatos escatológicos ou futurísticos.
Baxter, com muita perspicácia, lembra-nos que segundo a correta etimologia do vocábulo profeta, o prefixo “pro” [7] não denota antecipação como na palavra “prover”, mas significa “lugar de”, como em “pronome”. [8] Com base nesse primeiro significado, unido ao termo grego “phemi” [9], cujo sentido é “falar”, podemos definir profeta como uma pessoa que fala no lugar de outra. Provavelmente é com este sentido que o termo é usado em Êxodo 7.1. Tendo isto em mente, entendemos porque a profecia não é de particular elucidação, mas que homens santos falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo (2 Pe 1.21).[10]
Outros termos correlatos à função de profetas, são:
- Nabhi’ [11]: Um dos termos hebraicos para profeta é “nabhi’ ’’. Segundo Peisker, o vocábulo ocorre cerca de 309 vezes no Antigo Testamento, das quais 92 somente em Jeremias. [12] Por sua vez, “nabhi’ ” procede de certa raiz hebraica cujo significado original é “ferver, borbulhar, líquido em ebulição”. Robert Culver assinala que se essa posição estiver correta o profeta seria alguém que extravasa “palavras, como aqueles que falam com mente fervorosa ou sob inspiração divina, como os profetas e poetas”. [13] Profeta, portanto, quer dizer aquele que ferve com a inspiração ou com a mensagem divina, sugerindo assim, o despejar de palavras geradas por animação fervorosa ou por inspiração divina. [14] O termo hebraico em apreço foi captado pelo termo grego “prophetes” [15] que significa “falar por”, “representar”, ou ainda, “alguém que fala em lugar de outra pessoa” (Êx 4.16; 7.1). Segundo a etimologia de “nabhi’”, “a função de um profeta é agir como embaixador ou mensageiro divino, anunciando a vontade de Deus para o seu povo, especialmente em época de crise”. Eles falavam não de homem para homem, mas como pessoas investidas de autoridade de Deus, a fim de falar em seu nome aos pecadores. [16] Neste caso, “nabhi’ ” é considerado um orador a quem foi confiada uma missão. Desta forma, o Senhor fala ao “nabhi’ ”, o qual precisa transmitir exatamente o que recebe. Isto pressupõe o fluxo da inspiração profética como o ato pelo qual Deus coloca as palavras na boca de seus profetas. Deus disse a Moisés: “Suscitar-lhe-ei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as minhas palavras” (Dt 18.18). De modo semelhante, o Eterno disse a Jeremias: “Eis que ponho na tua boca as minhas palavras” (Jr 1.9).
- Chozeh: O termo designativo hebraico “chozeh” [17] significa propriamente “vidente” e refere-se àquele que tem visões. O vocábulo indica o que está por trás do pronunciamento inspirado do profeta. O profeta era primitivamente chamado de “chozeh” ou “vidente” (1 Sm 9.9; 2 Sm 24.11; 2 Cr 33.18; 35.15), porque era sobrenaturalmente capacitado a ter visões e a ver aquilo que se encontrava além do conhecimento humano comum (Jr 23.18). Segundo Culver, o termo derivado de “hazâh”, é um dos três vocábulos para profeta no Antigo Testamento; citamos à guisa de exemplo, 1 Crônicas 29.29: “Os atos pois do rei Davi, [...] tanto os primeiros como os últimos, eis que estão escritos nas crônicas registradas por Samuel, o vidente [ro’eh], nas crônicas do profeta [nabî’] Natã, e nas crônicas de Gade, o vidente [chozeh]”. [18] Esta era a credencial de um profeta verdadeiro de Deus: introduzir-se infalivelmente no futuro e revelá-lo (Dt 18.21-22). Essa habilidade autenticava sua mensagem como sendo divina, porquanto, somente Deus conhece o futuro. Por intermédio dessa função profética Deus chama a atenção para seu programa futuro em relação a Israel e às nações (Nm 12.6,7; 1 Sm 28.6-15; Jr 23.28).
A Mensagem dos Profetas
Os Profetas Anunciavam a Palavra do Senhor (Hb 1.1): É frequente, nas páginas do Antigo Testamento, a expressão “assim diz o Senhor”, como um recurso emblemático que ratifica a procedência da profecia e o caráter infalível da mesma. Além dessa expressão central, a mensagem dos profetas era acompanhada de atos simbólicos que, tal qual uma imagem esculpida no pálido mármore, era registrada concretamente no coração de pedra da nação judaica. O erudito Walter Wolff assinala que:
Os relatos das ações simbólicas dos profetas esclarecem o uso da linguagem profética em geral(...). Não apenas a pessoa, mas também o comportamento do profeta esclarece a nova intervenção do Yahweh na vida de seu povo. [19]
O refrão “assim diz o Senhor” era atestado de duas formas:
- Através de palavras, com autoridade divina (2 Pe 1.21): Várias vezes os profetas punham seus oráculos em forma de parábolas ou alegorias, seguindo o estilo poético de sua época (Is 5.1-7; 2 Sm 12.1-7; Ez 16; 17).
- Através de ações concretas ou atos simbólicos: Muitos profetas serviram-se de potentes recursos audiovisuais ao executarem atos simbólicos que encerravam a sua mensagem. Por exemplo:
ISAÍAS: Andou três anos descalço e nu por sinal e prodígio sobre a Etiópia (Is 20.3).
JEREMIAS: É recomendado a descer à casa do oleiro (Jr 18) a fim de receber a mensagem de Deus.
OSEIAS: É orientado para casar-se com uma mulher prostituta (Os 1.2), para que sua vida fosse uma viva pregação da infidelidade do povo e do amor do Senhor.
EZEQUIEL: Cercou uma cidade em miniatura (Ez 4.1-3); escavou através do muro da casa (Ez 21.1).
AÍAS: Ao rasgar sua roupa em doze pedaços, e entregar dez a Jeroboão (1 Rs 11.29).
Estes atos, também chamados de oráculos por ação (atos simbólicos), eram um auxílio visual, associado a eficácia da palavra entre os hebreus. O texto de 2 Reis 13.14s., ilustra eficazmente a relação exata em que o símbolo estava em relação à palavra, e em que ambos estavam em relação aos acontecimentos. A palavra corporificada no símbolo é extremamente eficaz e impossível que deixe de ser cumprida; realizará exatamente aquilo que o símbolo declarava. [20]
Os profetas anunciavam mensagens para a sua época: Uma das importantes funções dos profetas era a interpretação dos fatos pretéritos e presentes. Neste sentido, suas profecias podiam referir-se ao passado ou ao presente, assim como ao futuro. No primeiro caso, é uma palavra inspirada em antecipação. A mensagem profética, quando não se refere ao futuro é uma declaração da verdade sobre qualquer assunto, recebida por direta inspiração de Deus.
Especialmente na mensagem dos profetas pré-exílicos, vemos três temas principais:
Combate aos pseudoprofetas: Eram combatidos aqueles que se preocupavam em agradar ou em ser popular, dizendo aquilo que o povo gostava de ouvir (Os 4.5; Is 3.1-3; 9.14s; 28.7s; Jr 5.31; 6.13; 8.10; 23). Jeremias capítulo 23, descreve o falso profeta como:
- Imoral e que não reprova a imoralidade de outros (23. 10-14).
- Aquele que prega uma paz artificial fabricada pelos homens (v. 17).
- Alguém que profetiza sem ter ouvido e visto a palavra do Senhor, isto é, sem ter tomado conselho e ordem da parte de Deus (vs. 18-21).
- Aquele que se esforça por criar suas próprias profecias (Ez 13.2,3).
Combate à Idolatria: Os profetas cúlticos (2 Cr 20.14) exortavam os clérigos e os adoradores contra as influências pagãs no culto a Deus, como também ao culto correto na sua forma, mas destituído de sinceridade: hipócrita e vazio (Is 29.13). Muitas vezes, os profetas usavam expressões austeras para repreender a hipocrisia religiosa, o intenso ritualismo, o completo formalismo e a exacerbada carnalidade cúltica.
Combate às Falsas Esperanças: Especialmente aquelas que os falsos profetas alimentavam com suas mensagens, as quais, resumidamente, diziam: “paz, paz...” quando na verdade “não há paz” (Jr 6.14; 8.11; 14.13; 23.17).
Acerca de um Futuro Lúgubre: Os profetas que atuaram antes do cativeiro costumam ser chamados profetas do juízo. No reino do Norte os profeta Amós e Oseias alertavam para o cativeiro assírio que se aproximava. No reino do Sul, todos os profetas e, especialmente, Isaías e Jeremias, pregavam que o povo teria a mesma sorte do reino vizinho, caso não se voltasse para o Senhor.
Jeremias 23.33 assevera que alguns clérigos e parte do populacho zombavam de Jeremias por causa de suas palavras sombrias, perguntando-lhe: “Qual é a sentença pesada de Deus para hoje?” Contudo, é muito importante lembrar a razão das severas palavras dos profetas. A razão pela qual os profetas não principiam com uma mensagem de paz, é porque a paz verdadeira, a paz de Deus, vem somente através da santidade, retidão e arrependimento. Essas profecias declaram o juízo do “Desejado das Nações”. Profetizaram sobre a riqueza da glória entre os gentios (Cl 1.26,27), entretanto este mistério esteve oculto dos séculos e das gerações. Foram capazes de investigar acuradamente acerca da ocasião e em quais circunstâncias oportunas este projeto salvífico seria posto em execução, sem contudo discernirem os significados principais (1 Pe 1.10,11) e nem a época do cumprimento de seus ditos proféticos (Gl 4.4). Isto posto, os profetas predisseram tanto o sofrimento (Is 53) quanto a glória do Messias (Is 11), sem distinguir que Ele sofreria em sua primeira vinda e seria glorificado na segunda.
Os profetas recebiam suas mensagens do Senhor: Os profetas falavam movidos pelo Espírito Santo (2 Pe 1.21). Literalmente, a palavra “movido” significa “carregado” e designa a ação divina no processo da inspiração profética. A mensagem profética jamais foi produzida pela mente ou perspicácia do profeta, pois este falava somente o que o Espírito Santo desejava que falasse. Isto, porém, não anulava a individualidade e personalidade do mesmo, como afirma a teoria do ditado mecânico; antes, porém, privava-o de erros. A forma pela qual recebia a mensagem nem sempre está relatada. Alguns ouviam a voz do Senhor, como por exemplo Oseias e Jeremias, enquanto outros como Amós, Ezequiel e Daniel, tinham visões.
Os livros proféticos frequentemente mencionam a atividade de Deus na transmissão da palavra profética, a saber:
- “A mão do Senhor estava sobre o profeta” (Is 8.11; Ez 1.3; 3.14).
- “O Espírito do Senhor caiu sobre o profeta” (Ez 11.5).
- “A palavra do Senhor veio sobre o profeta” (Jl 1.1; Jn 1.1; Mq 1.1).
- “O profeta tomava conselho com o Senhor; não raras vezes, via e ouvia a palavra profética” (Jr 23.18).
- “Deus falou pelos profetas” (Hb 1.1).
- “O Espírito de Cristo neles estava” (1 Pe 1.11).
Acerca de um Futuro Promissor: Essa é a tônica dos profetas que atuaram durante e após o Cativeiro. A esperança para o futuro dizia respeito não apenas ao futuro próximo (volta do cativeiro), mas também a um futuro distante, quando as promessas dadas a Davi terão seu cumprimento, e o reino será restabelecido em glória. Muitas dessas profecias se cumpriram em Cristo e outras ainda estão por se cumprir.
Acerca da Dispensação da Graça (1 Pe 1.10): Nem sempre os profetas discerniram os significados de suas predições proféticas. Embora tivessem falado da extensão da graça sobre os gentios, não compreenderam tudo o que estava envolvido na salvação oferecida por Deus aos gentios, através do sofrimento do “Desejado das Nações”. Profetizaram sobre a riqueza da glória entre os gentios (Cl 1.26,27), entretanto este mistério esteve oculto dos séculos e das gerações. Foram capazes de investigar acuradamente acerca da ocasião e em quais circunstâncias oportunas este projeto salvífico seria posto em execução, sem contudo discernirem os significados principais (1 Pe 1.10,11) e nem a época do cumprimento de seus ditos proféticos (Gl 4.4). Isto posto, os profetas predisseram tanto o sofrimento (Is 53) quanto a glória do Messias (Is 11), sem distinguir que Ele sofreria em sua primeira vinda e seria glorificado na segunda.
Notas Bibliográficas
1.Cf. BAXTER, J. Sidlow. Examinai as escrituras: Jó a Lamentações. São Paulo:Vida Nova, 1993, v.3, p. 222.
2.Cf. DAVIDSON, F.; SHEDD, R. P.(eds.) O novo comentário da Bíblia. 3. ed., São Paulo: Vida Nova, 1997, p. 1318.
3.N o hebraico ’ish ha’elohim, literalmente, “homem de Deus”.
4.Cf. DAVIDSON, F.; SHEDD, R. P.(eds.) O novo comentário da Bíblia. 3. ed., São Paulo: Vida Nova, 1997, p. 1318.
5.Cf. mais informações sobre os profetas cúlticos In: DAVIDSON, F.; SHEDD, R. P.(eds.) O novo comentário da Bíblia. 3. ed., São Paulo: Vida Nova, 1997, p. 1325.
6.Cf. Baxter, J. Sidlow. Examinai as Escrituras: Jó a Lamentações. São Paulo:Vida Nova, 1993, v. 3, p. 220.
7.Do grego pro, literalmente “antes”; “em frente”; prefixo de várias palavras.
8.Cf. Baxter, J. Sidlow. Examinai as Escrituras: Jó a Lamentações. São Paulo:Vida Nova, 1993, v. 3, p. 220.
9.Do grego, literalmente “ dizer”; “afirmar”; “querer dizer”; “dar a entender”.
10.Baxter, J. Sidlow. Op. Cit., p. 219.
11.Do hebraico, literalmente, “porta-voz”, “orador”, “profeta”.
12.Cf. PEISKER, C.H. Verbete: Profeta. In: COENEN, Lothar; BROWN, Colin. Dicionário internacional de teologia do Novo Testamento. 2. ed. São Paulo: Vida Nova, 2000, Volume II (N-Z), p. 1879.
13.Cf. CULVER, R. Robert. Verbete: Nabh’. In HARRIS, L. R. (et al) Dicionário internacional de teologia do Antigo Testamento. São Paulo:Vida Nova, 1998, p. 905.
14.Baxter, J. Sidlow. Op. Cit. p. 219.
15.No grego do Novo Testamento, prophetes, literalmente “falar por”, “profeta”.
16.Cf. Baxter, J. Sidlow. Examinai as Escrituras: Jó a Lamentações. São Paulo:Vida Nova, 1993, v. 3, p. 219.
17.No hebraico do Antigo Testamento, literalmente, “vidente”; “aquele que enxerga, que escolhe”.
18.Cf. CULVER, Robert D. Verbete: Chozeh. In: HARRIS, R. Laird (et al) Dicionário internacional de teologia do Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1998, p. 447.
19.Cf. WOLFF, Hans Walter. Bíblia Antigo Testamento: introdução aos escritos e aos métodos de estudo. 3.ed., São Paulo: Editora Teológica, 2003, p. 84-5.
20.Sobre as diversas atribuições do símbolo como linguagem semita confira BENTHO, Esdras Costa. Hermenêutica fácil e descomplicada: como interpretar a Bíblia de maneira prática e eficaz. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 218-26.
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