Para o "segundo" Wittgenstein, não
aprendemos que a palavra "dor de dente" significa uma sensação de dor
de dente, mas aprendemos a expressar um comportamento. Em outras palavras, uma
criança não aprende a essência de um dado sensível
representado por um signo (a palavra "dor", por exemplo), mas como
expressar um determinado comportamento, um uso prático.
Vejamos o que Wittgenstein diz: "Como as palavras se referem a sensações? (...) Por exemplo, da palavra 'dor'. Esta é uma possibilidade: palavras são ligadas à expressão originária e natural da sensação, e colocadas no lugar dela. Uma criança se machucou e grita; então os adultos falam com ela e lhe ensinam exclamações e, posteriormente, frases. Ensinam à criança um novo comportamento perante a dor" (IF, § 244). Quando uma criança sente dor, ela reage com uma expressão natural de dor, o choro. Mas fica muito difícil para uma mãe, por exemplo, saber se uma criança que chora está com dor de ouvido, cólica ou apenas irritada e com sono.
Vejamos o que Wittgenstein diz: "Como as palavras se referem a sensações? (...) Por exemplo, da palavra 'dor'. Esta é uma possibilidade: palavras são ligadas à expressão originária e natural da sensação, e colocadas no lugar dela. Uma criança se machucou e grita; então os adultos falam com ela e lhe ensinam exclamações e, posteriormente, frases. Ensinam à criança um novo comportamento perante a dor" (IF, § 244). Quando uma criança sente dor, ela reage com uma expressão natural de dor, o choro. Mas fica muito difícil para uma mãe, por exemplo, saber se uma criança que chora está com dor de ouvido, cólica ou apenas irritada e com sono.
Com o tempo, a criança é adestrada a substituir uma
expressão natural por uma outra, simbólica. Assim, quando sente dor, usa uma
frase para expressar a dor, que substitui ou complementa um grito ou choro,
dizendo "Estou com dor de ouvido" ou "Minha barriga dói".
Assim como na palavra "Prova" citada como
exemplo na unidade IV de ensino da disciplina, pode ser empregada em diversas
situações e comentários, mas no entanto ao meu entendimento mesmo sendo
utilizada em várias situações o sentido é provar ou confirmar algo, fato ou
sentimento assim como a palavra dor, que precisa ser definida de onde se sente
a dor. Não somos, deste modo, ensinados a usar uma palavra para significar um
objeto, mas um uso linguístico, simbólico e convencional, que pode substituir
uma expressão natural para tais sensações.
Para Wittgenstein, o significado de uma linguagem é
dado em seu uso, e como são usos diferentes, ele fala em jogos de
linguagem. Não aprendemos o nome das coisas, mas um comportamento
expressivo que substitui o comportamento natural. Para concluir, a solução para
o problema da caixinha do besouro: "Mas, e se a palavra 'besouro' tivesse
um uso para essas pessoas? Neste caso, não seria o da designação de uma coisa.
A coisa na caixa não pertence, de nenhum modo, ao jogo de linguagem em mesmo como um algo:
pois a caixa poderia também estar vazia.
Não, por meio desta coisa na caixa, pode-se
'abreviar'; seja o que for, é suprimido. Isto significa: quando se constrói a
gramática da expressão da sensação segundo o modelo de 'objeto de designação',
então o objeto cai fora de consideração, como irrelevante" (IF § 293).
Isso quer dizer que não importa a sensação que
tenhamos - a suposta "essência" de nossa linguagem -, mas
simplesmente sua função, seu uso no cotidiano.
Conhecimento
empírico
As
reflexões e considerações de Wittgenstein o levam a concluir que é impossível
falar de uma linguagem privada, pois o que se aprende não é uma palavra que
designa uma coisa, mas um conjunto de regras sociais para cada uso que fazemos
da linguagem. Isso tem, pelo menos, duas consequências para a filosofia
analítica.:
·
Como a linguagem não descreve sensações de objetos
físicos exteriores, não há nenhum sentido em se falar de enunciados verdadeiros
ou falsos em relação à palavra com seu objeto.
·
Não tendo como distinguir entre enunciados
verdadeiros ou falsos em relação a questões de fato, se torna impossível
fundamentar o conhecimento empírico nos dados dos sentidos, com queriam os
positivistas lógicos.
As especulações de Wittgenstein iriam repercutir no trabalho de teóricos importantes, como no pragmatismo do filósofo americano Willard Van Orman Quine (1908-2000) e na teoria dos atos de fala do filósofo inglês John Langshaw Austin (1911-1960).
As especulações de Wittgenstein iriam repercutir no trabalho de teóricos importantes, como no pragmatismo do filósofo americano Willard Van Orman Quine (1908-2000) e na teoria dos atos de fala do filósofo inglês John Langshaw Austin (1911-1960).
Fonte
de referência, estudos e pesquisa: