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Shutterstock-Renata Sedmakova
Uma pequena pedra
encontrada em Israel pode ser a primeira evidência arqueológica da história de
Sansão, o fortão mais famoso da Bíblia.
Com menos de uma
polegada de diâmetro, a gravura esculpida mostra um homem com cabelos longos
lutando contra um grande animal com rabo de felino.
A pedra foi encontrada
em Tell Beit Shemesh, nos montes hebreus próximos a Jerusalém, e data
aproximadamente do século XI antes de Cristo.
Biblicamente falando,
nesta época, os judeus eram conduzidos por líderes conhecidos como Juízes, e
Sansão era um deles.
A pedra foi encontrada
em um local próximo ao rio Sorek (que marcava a antiga fronteira entre o
território dos israelitas e o dos filisteus), o que sugere que a gravura
poderia representar a figura bíblica.
Sansão, um personagem do
Antigo Testamento que se tornou lenda, tinha uma força sobrenatural dada por
Deus para vencer os inimigos.
A força, que Sansão
descobriu ao encontrar um leão e matá-lo com as próprias mãos, vinha de seu
cabelo.
Sansão, que matou mil
filisteus armado apenas com uma mandíbula de asno, foi seduzido por Dalila, uma
filisteia que vivia no vale de Sorek. Ela cortou os longos cabelos de Sansão, o
que fez com que ele perdesse a força e fosse aprisionado pelos filisteus, que o
cegaram e o obrigaram a trabalhar moendo grãos em Gaza.
De acordo com o Livro
dos Juízes, Sansão retomou sua força e derrubou o templo de Dagon sobre ele
mesmo e muitos filisteus, “assim foram mais os que matou ao morrer, do que os
que matara em vida”.
Apesar da evidência
circunstancial, os diretores da escavação, Shlomo Bunimovitz e Zvi Lederman, da
Universidade de Tel Aviv, não afirmam que a imagem da gravura represente o
Sansão bíblico. É mais provável que a gravura conte a história de um herói que
lutou contra um leão.
“A relação entre a
gravura e o texto bíblico foi feita por acaso”, anunciou o jornal israelita
Haaretz.
Os arqueólogos também
encontraram um grande número de ossos de porco próximo a Sorek, mas só no
território filisteu. No território israelita, não acharam quase nenhum, o que
sugere que os israelitas teriam optado por não comer carne de porco para
diferenciarem-se dos filisteus.
“Esses detalhes dão um
ar lendário ao processo social, no qual dois grupos hostis delimitaram suas
diferentes identidades, assim como acontece em muitas fronteiras, hoje em dia”,
disse Bunimovitz a Haaretz.