Dando continuidade a este estudo sobre "Pecados dos Cristãos" o qual foi dividido em cinco partes de forma a facilitar o estudo e assimilação do extenso texto, espero poder contribuir para sua edificação caro leitor. Que o nosso Deus multiplique as suas bençãos, espero ainda contar com a sua visita ao meu site no futuro, e ainda se você desejar compartilhar e divulgar esse trabalho sinta-se livre e a vontade para faze-lo.
Não se pode aplicar a uma filha a maneira de tratar uma empregada. A mãe deveria dizer: “Na noite anterior castiguei sua irmã, pois ela foi desobediente. Agora, se cuide, pois se você não for obediente, vou castigá-la da mesma forma”. A mãe deve tomar a irmã como exemplo. Uma empregada não pode ser usada para comparação. Não existe motivo para o Senhor usar os não-salvos como exemplo para mostrar aos discípulos que eles precisam fazer a vontade de Deus. Se Ele fizesse isso, os discípulos poderiam levantar-se e dizer: “Eles não são salvos, mas nós somos salvos”. Se dissessem isso, ninguém poderia dizer mais nada.
O que o Senhor Jesus
está dizendo é isto: “Muitas pessoas são filhos de Deus. Elas são salvas e são
como você. Elas chamam-Me de ‘Senhor’ e têm realizado muitas obras. Mas, apesar
disso, elas serão excluídas do reino. Por essa razão vocês devem ser cuidadosos
e fazer a vontade de Deus”. Somente dessa maneira os discípulos saberiam que,
mesmo que realizassem muitas obras, se não fizessem a vontade de Deus,
receberiam a mesma punição. Se Ele estivesse falando a não-salvos, não haveria
mais o elemento penetrante de Sua palavra. O Senhor os estava advertindo de que
somente os que fazem a vontade de Deus podem entrar no reino. Se alguém confiar
em sua própria obra para se achegar diante de Deus, o Senhor Jesus lhe dirá:
“Não conheço você”.
Permitam que eu lhes
dê outro exemplo. Suponham que o filho de um juiz dirija de modo imprudente e
bata em outro carro. Ele é levado pela polícia até o tribunal para uma
audiência. O juiz pergunta: “Jovem, qual é o seu nome? Quantos anos tem? Onde
você mora?” Abatido, no tribunal, o filho pode pensar: “Você deve saber todas
essas coisas melhor do que eu”. Ele pode responder às poucas perguntas
iniciais. Mas depois de algum tempo pode gritar ao pai: “Pai, você não me
conhece?” Então, que deveria o juiz fazer? Ele poderia bater seu martelo e
dizer: “Eu não o conheço. Em minha casa, eu o conheço. Mas, no tribunal, nunca
o conheci”. Se alguém vir a questão do reino, perceberá que no reino a questão
não é se uma pessoa é salva ou não nem se é um filho de Deus ou não; o que
realmente conta é a sua obra depois de tornar-se cristão. Suponha que após ser
salvo, você seja muito zeloso. Apesar de não ter feito a vontade de Deus, você
profetizou, expulsou demônios e realizou milagres em nome do Senhor. Se você
vier diante do Senhor, pedindo para ser admitido no reino por causa dessas
obras inescrupulosas, o Senhor dirá que nunca o conheceu.
Por que o Senhor
disse: “Nunca vos conheci”? A próxima sentença explica: “Apartai-vos de mim, os
que praticais a iniqüidade”. Por favor, lembrem-se de que o Senhor não lhes
disse para apartarem-se da vida eterna. No original grego o significado de “os
que praticais a iniqüidade” é de pessoas que não seguem regras, não guardam a
lei ou não aceitam regulamentos. Aos olhos de Deus, fazer o mal não significa
apenas fazer coisas más. Não importa quanto uma pessoa tenha feito; uma vez que
ela não tenha atentado à exigência de Deus, ao Seu julgamento, e ao Seu arranjo
soberano, isso é maligno aos olhos de Deus. Se essa palavra “iniqüidade” for
traduzida para “mal”, como fazem algumas versões, muitos teriam base para
argumentar. O problema aqui não é fazer o mal, mas não ter princípios. Que são
os princípios? Os princípios são a palavra de Deus. Mas que é a palavra de
Deus? A palavra de Deus é a vontade de Deus. Se você não estiver fazendo a
vontade de Deus, não importa o que faça, o Senhor Jesus dirá que você é iníquo.
Os que fazem as coisas segundo seu próprio ego não terão parte no reino dos
céus.
Meu propósito ao
dizer essas coisas é mostrar-lhes a importância das obras de um cristão. A
Bíblia mostra-nos claramente que uma pessoa, após crer no Senhor, embora nunca
perca a vida eterna, ela pode perder seu lugar e glória no reino. Se não
fizermos a vontade de Deus, mas, em vez disso, fizermos obras de acordo com nossa
própria vontade, seremos excluídos do reino. Podemos pensar que profetizar,
expelir demônios e realizar milagres seja o mais importante, pois achamos que,
se pudermos fazer essas coisas, seremos uma pessoa maravilhosa. Entretanto,
essas coisas nunca podem substituir a vontade de Deus. Os que nunca aprenderam
a não trabalhar para Deus, não são dignos de trabalhar para Ele. Aqueles que
não sabem como parar a sua própria obra, certamente nada sabem sobre a vontade
de Deus. Somente os que conhecem a vontade de Deus conseguem parar de
trabalhar. Deus quer que primeiro obedeçamos à Sua vontade e, depois,
trabalhemos. Deus não nos quer como voluntários para trabalhar por Ele. Quanto
mais alguém conhece a vontade do Senhor, mais aprenderá a não trabalhar relaxadamente.
Portanto, existe uma grande diferença entre trabalhar e fazer a vontade de
Deus. Hoje, podemos apreciar as obras e estar interessados em profetizar,
expulsar demônios e realizar obras de poder. Mas um dia, muitos serão
despertados.
ESMURRAR O CORPO PARA AGRADAR O SENHOR
Outra passagem que
alguns interpretam mal, como se referisse à perdição, na verdade, refere-se
também à perda do reino e à perda da recompensa. A Primeira Epístola aos
Coríntios 9:23-27 diz: “Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me
tornar cooperador com ele. Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos,
na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o
alcanceis. Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa
corruptível; nós, porém, a incorruptível. Assim corro também eu, não sem meta;
assim luto, não como desferindo golpes no ar. Mas esmurro o meu corpo, e o
reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser
desqualificado”. Paulo temia que, tendo pregado a outros, ele mesmo fosse
reprovado. Aqui, Paulo estava dizendo que ele também poderia ser reprovado.
Qual é, aqui, o significado de ser reprovado? E em que se está sendo reprovado?
Nestas mensagens, temos ressaltado o fato de que, ao ler a Bíblia, deve-se dar
atenção ao contexto. Aqui também devemos considerar o contexto.
No versículo 24, Paulo se
compara a alguém que está participando de uma corrida, na qual somente um
levará o prêmio. Portanto, o problema aqui não é uma questão de salvação, mas
de receber o prêmio. Paulo está falando sobre como uma pessoa salva pode
receber o prêmio; ele não está falando de como alguém não-salvo pode ser salvo.
Somente os que são salvos, os que creram no Senhor Jesus, nasceram de novo e
tornaram-se filhos de Deus estão qualificados para entrar na corrida. Somente
os filhos de Deus podem participar da corrida e perseguir o prêmio que Ele
deseja que ganhemos. Se alguém não é filho de Deus, não está sequer qualificado
para entrar na corrida.