A MANEIRA de Deus LIDAR com os Pecados
dos Cristãos — Qualificações para entrar no Reino DOS CÉUS
Deixamos claro que o
reino é o tempo em que Deus recompensará os cristãos conforme as suas obras. No
reino, os cristãos fiéis serão recompensados e os infiéis serão punidos. Muitas
pessoas pensam que se um cristão for infiel, mesmo que tenha de ocupar uma posição
inferior, ele, contudo, estará dentro do reino. Muitos que não compreendem a
Palavra de Deus e a obra de Deus, pensam que lhes está garantida a entrada no
reino dos céus. Eles acham que, quando o Senhor Jesus vier para reinar, haverá
simplesmente uma distinção entre as mais altas e as mais baixas posições no
reino; que ninguém perderá totalmente o reino dos céus. Entretanto, no reino
dos céus, haverá não só distinção entre as posições mais altas e mais baixas,
como também haverá distinção entre ter entrada permitida e ser deixado de fora.
A Bíblia mostra-nos que há uma nítida diferença entre dez cidades e cinco
cidades, entre uma coroa grande e uma pequena, e entre a glória maior e a
menor. Como uma estrela difere de outra, assim também serão diferentes as
posições no reino. Não só haverá diferença entre as mais baixas e as mais altas
posições no reino, como haverá também distinção de estar qualificado ou não
para entrar.
FAZER A VONTADE DO PAI
A Bíblia revela-nos
uma verdade muito séria. Apesar de uma pessoa ter a vida eterna, ela ainda pode
ser rejeitada para o reino dos céus. Mateus 7:21 é um versículo que fala disso:
“Nem todo o que Me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele
que faz a vontade de Meu Pai, que está nos céus”. Nesse versículo, todas as
pessoas se dirigem ao Senhor como “Senhor”. O Senhor fará uma distinção entre
os discípulos que podem entrar no reino dos céus e os que não podem. O Senhor
mostra-nos claramente, aqui, que a condição para entrar no reino dos céus é fazer
a vontade de Deus. Embora alguns tenham sido salvos e tenham-No chamado de
Senhor, e realizado algumas obras, todavia, sem fazer a vontade de Deus, eles
não podem entrar no reino dos céus. A recompensa do reino dos céus tem por base
a obediência do homem. Quem não for fiel enquanto viver na terra, não perderá a
vida eterna, mas perderá o reino dos céus. Quando chegar o tempo de os céus
reinarem, isto é, quando o Senhor Jesus vier pela segunda vez, alguns não
poderão entrar no reino, mas irão perdê-lo.
Primeiramente o
Senhor mencionou esse assunto no versículo 21. A seguir, nos versículos 22 e
23, Ele explicou-nos a questão em forma de profecia. Haverá muitos, não apenas
um ou dois, que não farão a vontade de Deus. “Muitos, naquele dia, Me dirão:
Senhor, Senhor! não foi em Teu nome que profetizamos, e em Teu nome expulsamos
demônios, e em Teu nome fizemos muitos milagres? Então lhes declararei: Nunca
vos conheci. Apartai-vos de Mim, os que praticais a iniqüidade”. Aqui o Senhor
Jesus nos diz o que ocorrerá diante do trono de julgamento. Ele diz: “Naquele
dia”; portanto, isso não se refere a hoje, mas ao futuro. Há muitos que
labutam, mas não vêem a luz de Deus em sua vida. Quando o tempo do trono do
julgamento vier, e quando Cristo começar a julgar a partir da casa de Deus,
esses cristãos terão luz pela primeira vez. Eles verão que estão errados em sua
posição e em seu viver.
Naquele dia, diante
do Senhor muitos dirão: “Não temos nós profetizado em Teu nome, e em Teu nome
expulsamos demônios, e em Teu nome fizemos muitos milagres?” Em uma só frase, a
expressão “em Teu nome” é mencionada três vezes. Isso prova que essas pessoas
são do Senhor. O fato de dizerem: “Senhor, Senhor”, prova que a posição delas é
a de um cristão. Elas não apenas dizem que profetizam, expulsam demônios e
fazem milagres, mas fazem isso em nome do Senhor. A menção de “em teu nome” por
três vezes, mostra-nos o relacionamento delas com o Senhor.
Surpreendentemente, o
Senhor lhes diz: “Então lhes declararei: Nunca vos conheci”. Por não compreenderem
o significado dessas palavras, muitos acham que tais pessoas certamente não são
salvas. Mas se elas não fossem salvas, então a palavra do Senhor aqui não teria
significado. Mateus 7 é a conclusão do sermão no monte, dando seqüência à
palavra do Senhor acerca das bem-aventuranças. Essas palavras no monte foram
ditas pelo Senhor Jesus aos discípulos. Após o Senhor ter subido na montanha,
Seus discípulos seguiram-No, e a partir do capítulo 5 até o capítulo 7, Ele
abriu a boca e passou a ensiná-los.
O Senhor Jesus disse
que eles não deveriam chamá-Lo de Senhor apenas com a boca. Se eles O chamavam
de Senhor, deveriam fazer a vontade do Pai. Mesmo que tivessem as obras
exteriores de profetizar, expulsar demônios e fazer milagres, essas obras não
deveriam substituir a vontade do Pai. Fazer a vontade do Pai é uma coisa,
enquanto profetizar, expulsar demônios e fazer milagres são coisas totalmente
diferentes. Algumas vezes, pode-se profetizar, expulsar demônios e fazer
milagres sem fazer a vontade do Pai. Devemos lembrar-nos não somente de
chamá-Lo de Senhor com nossa boca, mas também de fazer a vontade do Pai em
nosso andar. Se o Senhor estivesse falando acerca de pessoas não-salvas, essa
palavra perderia totalmente o significado, pois se essas pessoas não fossem
salvas, não importaria muito para os discípulos ouvirem ou não a Sua palavra.
Os discípulos poderiam dizer que Sua palavra era para não-salvos, mas eles eram
salvos; portanto, se fizessem ou não a vontade do Pai, o Senhor não poderia
negar que os conhecia. Se fosse esse o caso, então todos os não-salvos seriam
os que não fazem a vontade de Deus, e todos os salvos seriam os que fazem a
vontade de Deus. Isso anularia o significado maior dessas palavras.
O Senhor Jesus, aqui,
deve estar advertindo os salvos, falando sobre os salvos. Ele não pode estar
advertindo os salvos, falando sobre os não-salvos. Suponha que uma pessoa tenha
uma empregada e duas filhas, e dissesse para a filha mais jovem: “Você está
vendo essa empregada? Ela não nasceu de mim, e estou batendo nela. Você deve
ser obediente, caso contrário, castigarei você assim como estou fazendo com
ela”. Essas palavras são coerentes? A criada não nasceu na família e, se for
desobediente, pode apanhar. Mas a filha da família não é uma empregada. Não se
pode aplicar a uma filha a maneira de tratar uma empregada. A mãe deveria
dizer: “Na noite anterior castiguei sua irmã, pois ela foi desobediente. Agora,
se cuide, pois se você não for obediente, vou castigá-la da mesma forma”. A mãe
deve tomar a irmã como exemplo. Uma empregada não pode ser usada para
comparação. Não existe motivo para o Senhor usar os não-salvos como exemplo
para mostrar aos discípulos que eles precisam fazer a vontade de Deus. Se Ele
fizesse isso, os discípulos poderiam levantar-se e dizer: “Eles não são salvos,
mas nós somos salvos”. Se dissessem isso, ninguém poderia dizer mais nada.
O que o Senhor Jesus
está dizendo é isto: “Muitas pessoas são filhos de Deus. Elas são salvas e são
como você. Elas chamam-Me de ‘Senhor’ e têm realizado muitas obras. Mas, apesar
disso, elas serão excluídas do reino. Por essa razão vocês devem ser cuidadosos
e fazer a vontade de Deus”. Somente dessa maneira os discípulos saberiam que,
mesmo que realizassem muitas obras, se não fizessem a vontade de Deus, receberiam
a mesma punição. Se Ele estivesse falando a não-salvos, não haveria mais o
elemento penetrante de Sua palavra. O Senhor os estava advertindo de que
somente os que fazem a vontade de Deus podem entrar no reino. Se alguém confiar
em sua própria obra para se achegar diante de Deus, o Senhor Jesus lhe dirá:
“Não conheço você”.
Permitam que eu lhes
dê outro exemplo. Suponham que o filho de um juiz dirija de modo imprudente e
bata em outro carro. Ele é levado pela polícia até o tribunal para uma audiência.
O juiz pergunta: “Jovem, qual é o seu nome? Quantos anos tem? Onde você mora?”
Abatido, no tribunal, o filho pode pensar: “Você deve saber todas essas coisas
melhor do que eu”. Ele pode responder às poucas perguntas iniciais. Mas depois
de algum tempo pode gritar ao pai: “Pai, você não me conhece?” Então, que
deveria o juiz fazer? Ele poderia bater seu martelo e dizer: “Eu não o conheço.
Em minha casa, eu o conheço. Mas, no tribunal, nunca o conheci”. Se alguém vir
a questão do reino, perceberá que no reino a questão não é se uma pessoa é
salva ou não nem se é um filho de Deus ou não; o que realmente conta é a sua
obra depois de tornar-se cristão. Suponha que após ser salvo, você seja muito
zeloso. Apesar de não ter feito a vontade de Deus, você profetizou, expulsou
demônios e realizou milagres em nome do Senhor. Se você vier diante do Senhor,
pedindo para ser admitido no reino por causa dessas obras inescrupulosas, o
Senhor dirá que nunca o conheceu.
Por que o Senhor
disse: “Nunca vos conheci”? A próxima sentença explica: “Apartai-vos de mim, os
que praticais a iniqüidade”. Por favor, lembrem-se de que o Senhor não lhes
disse para apartarem-se da vida eterna. No original grego o significado de “os
que praticais a iniqüidade” é de pessoas que não seguem regras, não guardam a
lei ou não aceitam regulamentos. Aos olhos de Deus, fazer o mal não significa
apenas fazer coisas más. Não importa quanto uma pessoa tenha feito; uma vez que
ela não tenha atentado à exigência de Deus, ao Seu julgamento, e ao Seu arranjo
soberano, isso é maligno aos olhos de Deus. Se essa palavra “iniqüidade” for
traduzida para “mal”, como fazem algumas versões, muitos teriam base para
argumentar. O problema aqui não é fazer o mal, mas não ter princípios. Que são
os princípios? Os princípios são a palavra de Deus. Mas que é a palavra de
Deus? A palavra de Deus é a vontade de Deus. Se você não estiver fazendo a
vontade de Deus, não importa o que faça, o Senhor Jesus dirá que você é iníquo.
Os que fazem as coisas segundo seu próprio ego não terão parte no reino dos
céus.
Meu propósito ao
dizer essas coisas é mostrar-lhes a importância das obras de um cristão. A
Bíblia mostra-nos claramente que uma pessoa, após crer no Senhor, embora nunca
perca a vida eterna, ela pode perder seu lugar e glória no reino. Se não
fizermos a vontade de Deus, mas, em vez disso, fizermos obras de acordo com
nossa própria vontade, seremos excluídos do reino. Podemos pensar que
profetizar, expelir demônios e realizar milagres seja o mais importante, pois
achamos que, se pudermos fazer essas coisas, seremos uma pessoa maravilhosa.
Entretanto, essas coisas nunca podem substituir a vontade de Deus. Os que nunca
aprenderam a não trabalhar para Deus, não são dignos de trabalhar para Ele.
Aqueles que não sabem como parar a sua própria obra, certamente nada sabem
sobre a vontade de Deus. Somente os que conhecem a vontade de Deus conseguem
parar de trabalhar. Deus quer que primeiro obedeçamos à Sua vontade e, depois,
trabalhemos. Deus não nos quer como voluntários para trabalhar por Ele. Quanto
mais alguém conhece a vontade do Senhor, mais aprenderá a não trabalhar
relaxadamente. Portanto, existe uma grande diferença entre trabalhar e fazer a
vontade de Deus. Hoje, podemos apreciar as obras e estar interessados em
profetizar, expulsar demônios e realizar obras de poder. Mas um dia, muitos
serão despertados.
ESMURRAR O CORPO PARA AGRADAR O SENHOR
Outra passagem que
alguns interpretam mal, como se referisse à perdição, na verdade, refere-se
também à perda do reino e à perda da recompensa. A Primeira Epístola aos
Coríntios 9:23-27 diz: “Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me
tornar cooperador com ele. Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos,
na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o
alcanceis. Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa
corruptível; nós, porém, a incorruptível. Assim corro também eu, não sem meta;
assim luto, não como desferindo golpes no ar. Mas esmurro o meu corpo, e o
reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser
desqualificado”. Paulo temia que, tendo pregado a outros, ele mesmo fosse
reprovado. Aqui, Paulo estava dizendo que ele também poderia ser reprovado.
Qual é, aqui, o significado de ser reprovado? E em que se está sendo reprovado?
Nestas mensagens, temos ressaltado o fato de que, ao ler a Bíblia, deve-se dar
atenção ao contexto. Aqui também devemos considerar o contexto.
No versículo 24,
Paulo se compara a alguém que está participando de uma corrida, na qual somente
um levará o prêmio. Portanto, o problema aqui não é uma questão de salvação,
mas de receber o prêmio. Paulo está falando sobre como uma pessoa salva pode
receber o prêmio; ele não está falando de como alguém não-salvo pode ser salvo.
Somente os que são salvos, os que creram no Senhor Jesus, nasceram de novo e
tornaram-se filhos de Deus estão qualificados para entrar na corrida. Somente
os filhos de Deus podem participar da corrida e perseguir o prêmio que Ele
deseja que ganhemos. Se alguém não é filho de Deus, não está sequer qualificado
para entrar na corrida. Em nenhum lugar na Bíblia é dito que a salvação é ganha
por corrermos a carreira. A Bíblia nunca diz que se alguém for capaz de correr,
então será salvo. Se assim fosse, poucos seriam salvos, e a salvação dependeria
de obras. A Bíblia diz que o prêmio vem pelo correr; Deus colocou-nos em uma
pista de corrida para corrermos a carreira.
Qual é o prêmio? O
versículo 25 diz: “Todo atleta em tudo se domina; aqueles para alcançar uma
coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível”. Aqui é dito que o prêmio é uma
coroa. Já mencionamos antes que a coroa representa a glória e o reino.
Portanto, a palavra “desqualificado” não se refere à perda da salvação. A
palavra “desqualificado”, no versículo 27, significa fracassar em receber a
coroa e o prêmio. Se Paulo podia ser desqualificado, então todos nós temos a
possibilidade de o ser. Se Paulo podia perder seu prêmio e sua coroa, então
cada um de nós também tem a possibilidade de perder o prêmio e a coroa.
O versículo 26 indica
o motivo de ser desqualificado: “Assim corro também eu, não sem meta; assim
luto, não como desferindo golpes no ar”. Paulo tinha um propósito e uma
direção. Ele não desferia golpes no ar. O seu alvo e direção eram aquilo que
ele disse em 2 Coríntios 5: que ele anelava ser agradável ao Senhor (v. 9).
Quer vivesse ou morresse nesta terra, o seu desejo era agradar ao Senhor. Como
ele correu a carreira? Ele não a correu desleixadamente. Ele tinha uma direção
certa e um alvo definido. Ele não desferia golpes no ar nem fazia simplesmente
o que outros diziam que fizesse. Tampouco fazia algo apenas porque havia
necessidade. Se fosse trabalhar de acordo com a necessidade, ele teria de
correr dia e noite, pois a necessidade era enorme. Nós não somos para a obra,
mas somos para agradar ao Senhor.
Se quisermos receber
o prêmio, que devemos fazer? “Mas esmurro o meu corpo, e o reduzo à escravidão”
(v. 27). Muitos estimam seu próprio corpo acima do prêmio. Muitos consideram
seu próprio corpo acima da vontade de Deus. Entretanto, Paulo disse que
dominava seu corpo; ele era capaz de controlá-lo. Paulo podia controlar a
concupiscência de seu corpo, as exigências excessivas de seu corpo e os desejos
de seu corpo. Ele não permitia que seu corpo prevalecesse. Ele disse que
esmurrava seu corpo e fazia dele seu escravo. Se um cristão pode ou não agradar
ao Senhor, depende de se ele pode ou não controlar seu corpo. Muitos não
conseguem controlar seu próprio corpo. Sempre que um pequeno estímulo chega ao
corpo, toda sorte de pecados acontece. Devemos ver que todos os que não podem
controlar seu próprio corpo perderão seu prêmio e sua coroa. Embora possam
pregar o evangelho a outros, eles mesmos serão desqualificados.
Nós, cristãos, somos
salvos uma vez por todas e jamais perderemos nossa salvação. Mas quando o
Senhor Jesus voltar na Sua glória para governar a terra, Ele não dará coroas
para todos. No novo céu e nova terra, embora cada pessoa salva receberá a mesma
glória, quando o Senhor Jesus vier governar sobre a terra por mil anos, alguns
perderão seu prêmio, sua autoridade e sua glória. Alguns não estarão aptos para
entrar no reino e não estarão aptos para receber uma coroa.
A palavra do Senhor é
muito clara acerca da salvação e da vida eterna: ambas são totalmente
provenientes da graça. Além do mais, se alguém pode ou não entrar no reino dos
céus, depende de suas obras. Acabamos de ver que temos de fazer a vontade de
Deus. Aqui vemos que é necessário esmurrar nosso próprio corpo. Exteriormente,
podemos realizar muitas obras, mas enquanto não restringirmos nosso corpo, não
nos será permitido entrar no reino.
Na Bíblia parece
haver um número fixo de coroas. Apocalipse 3:11 diz: “Venho logo. Segura com
firmeza o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (BJ). Alguns que não
compreendem a Bíblia, não sabem qual a diferença entre uma recompensa e um dom.
Tampouco sabem a diferença entre a coroa e a salvação de Deus. Eles acham que a
salvação pode ser tirada deles. A palavra “tome”, aqui, não se refere à salvação,
mas à coroa. Alguém pode estar salvo e, no entanto, perder a coroa.
Recentemente havia uma manchete muito sensacionalista nas revistas dizendo que
determinado rei de determinada nação havia perdido sua coroa. Se uma pessoa
salva não segurar com firmeza o que tem, se não guardar as palavras da
perseverança do Senhor Jesus, e se negar o nome do Senhor Jesus algum dia ele
perderá a coroa. Se você for frouxo, e não segurar com firmeza, também perderá
sua coroa. Alguém poderá tirá-la de você.
Apocalipse 2:10 tem
uma palavra semelhante a essa: “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da
vida”. Aqui não diz dar a vida, mas dar a coroa da vida. A vida é obtida pela
fé; ela não é obtida pela fidelidade. Se uma pessoa não tiver fé, ela não
poderá ter vida. Mas se uma pessoa for infiel depois de ter vida, ela perderá a
coroa da vida. Portanto, se um cristão não tiver boas obras após ser salvo, ele
não perderá a vida, contudo, perderá a coroa.
EDIFICAR COM OURO, PRATA E PEDRAS
PRECIOSAS
A passagem mais clara
na Bíblia acerca da recompensa é 1 Coríntios 3:14-15: “Se permanecer a obra de
alguém que sobre o fundamento edificou, esse receberá galardão; se a obra de
alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo”. Isso nos
mostra claramente o que um cristão não pode perder e o que ele pode perder.
Desde que uma pessoa seja salva, certamente está salva para sempre. Contudo, se
tal pessoa receberá ou não um galardão, isso não pode ser decidido hoje. A
salvação eterna de um cristão já está determinada. Mas a recompensa futura é
uma questão ainda pendente. Ela é decidida pela maneira como alguém edifica
sobre o fundamento do Senhor Jesus. A nossa salvação independe de como
edificamos. Ela depende apenas de como o Senhor edifica. Se a Sua obra é
perfeita, certamente estamos salvos. Entretanto, se receberemos ou não a
recompensa, ou se sofreremos perda, depende da nossa própria obra de
edificação. Se alguém edifica com ouro, prata e pedras preciosas, coisas com
valor eterno, sobre o fundamento do Senhor Jesus, certamente receberá galardão.
Contudo, se edifica com madeira, feno e palha, não receberá galardão diante de
Deus. Ele pode ter muito diante do homem, contudo não terá muito diante de
Deus. Isso nos mostra que é possível uma pessoa perder seu galardão e ter sua
obra queimada.
Permitam-me repetir
isto: Graças a Deus que a questão da nossa salvação eterna foi decidida há mais
de mil e novecentos anos. Quando o Filho de Deus foi levado à cruz, a nossa
salvação foi decidida. Mas, se vamos receber ou não a recompensa, depende de
como nos conduzimos. A verdade do evangelho é muito equilibrada. A salvação
depende totalmente do Senhor Jesus. Conceder a salvação depende totalmente do
Senhor Jesus. Entretanto, se alguém pode obter sua recompensa ou não, depende
da sua própria obra de edificação. O homem deve crer, e também deve trabalhar.
Esse trabalho não é propriamente dele, mas é aquilo que o Espírito Santo tem
trabalhado nele. Aqui vemos que é possível perdermos nosso galardão. É
igualmente possível sermos reprovados para o reino e privados da nossa coroa.
Dá-se a impressão de que a nossa posição no reino não está decidida; ela está
sujeita a mudanças e não está assegurada.
GUARDAR FIRME A EXULTAÇÃO DA ESPERANÇA
Hebreus 3:6 dá-nos
uma palavra semelhante: “Cristo, porém, como Filho, sobre a sua casa; a qual
casa somos nós, se guardamos firme, até ao fim, a ousadia e a exultação da
esperança”. Aqui parece incerto se somos ou não a Sua casa. O apóstolo disse
que somos a Sua casa, se guardamos firme até ao fim a ousadia e a exultação da
esperança. Que é essa casa e essa esperança? Essa esperança bendita não é outra
senão a da volta do Senhor Jesus em glória, para estabelecer Seu reino na
terra. Se um cristão tiver tal esperança, sabendo que o Senhor Jesus voltará
novamente para estabelecer Seu reino em glória, e sabendo que todos os fiéis
que fizerem a vontade de Deus reinarão com o Senhor, se ele guardar firme isso,
ele será Sua casa. Hoje, nós já somos Sua casa. Somos todos pedras vivas
edificadas casa espiritual. Isso é o que Pedro nos disse (1 Pe 2:5). Mas qual
será nossa porção no reino futuro, depende de quão firme guardamos até ao fim a
ousadia e a exultação da esperança. Essa questão não pode ser decidida de uma
vez por todas. Existem muitos versículos na Bíblia sobre isso, e todos são
muito claros. O problema da eternidade está totalmente decidido, mas a questão
da posição e recompensa no reino depende de quão firme guardamos hoje a ousadia
e a exultação da esperança.
SER MAIS DILIGENTE PARA FIRMAR O
CHAMAMENTO E A ELEIÇÃO
Chegamos a 2 Pedro
1:10: “Por isso, irmãos, sede ao máximo diligentes, para firmar vosso
chamamento e eleição, porque, fazendo isto de modo algum jamais tropeçareis”
(lit.). Se alguém não conhece a verdade acerca da eleição, ele não verá que
isso se refere a firmar a esperança do reino. Aqui diz que a eleição e o
chamamento de uma pessoa não estão necessariamente firmados. Isso significa que
uma pessoa se tornará não-salva novamente? Não, não significa isso, porque
Romanos 11 claramente nos diz que o chamamento de Deus é irrevogável (11:29).
Aqui não fala apenas sobre chamamento, mas também sobre eleição. Pedro colocou
o chamamento e a eleição juntos. A Bíblia diz muitas vezes que muitos são
chamados, mas poucos são escolhidos. Com exceção de um trecho, sobre o qual não
estou absolutamente certo, todos os outros lugares referem-se a muitos sendo
salvos e poucos obtendo um galardão. Portanto, eleição aqui se refere à posição
no reino.
Pedro disse: “Porque
fazendo isto de modo algum jamais tropeçareis”. “Isto” são as coisas
mencionadas nos versículos 5 a 7, tais como: fé, virtude, conhecimento, domínio
próprio, perseverança, piedade e amor. Se fizermos essas coisas, jamais
tropeçaremos. Isso é o mesmo que dizer que, se formos os mais diligentes, nosso
chamamento e eleição serão firmados. Essas expressões são correspondentes. A
primeira dessas expressões diz que devemos ser diligentes para firmar nosso
chamamento e eleição. A segunda delas diz que procedendo assim, jamais
tropeçaremos.
O versículo 11 diz:
“Pois desta maneira é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno
de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”. A Bíblia mostra-nos que o reino de
Cristo é eterno. Contudo, alguns entrarão nele somente na eternidade futura,
enquanto outros entrarão nele no milênio. O reino de Cristo começa com o reino
milenar. Portanto, Apocalipse 11:15 diz: “O sétimo anjo tocou a trombeta, e
houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor
e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos”. Esse versículo nos
mostra que o reino de Cristo está ligado à eternidade futura; ele perdura para
todo o sempre. Entretanto, ele começa com o trombetear do sétimo anjo, isto é,
com o início da tribulação. Quando Cristo começar Seu reinado, alguns entrarão
no reino. Eles não apenas entrarão, mas ser-lhes-á rica e amplamente suprida a
entrada. Portanto, firmar nosso chamamento e eleição é ser rica e amplamente
supridos com a entrada nesse reino eterno.
Pode-se ver que a
salvação foi decidida, mas a entrada no reino ainda não o foi. Uma vez que um
cristão creia no Senhor Jesus, ele pode imediatamente louvar o Senhor, porque
sabe que a questão de vida ou morte eternas está decidida. Entretanto, após
alguém crer, há experiências diante dele; ele ainda tem o reino diante dele e a
glória futura aguardando por ele. Alguns obterão estas coisas: o reino, a
coroa, a glória e o galardão; enquanto outros, não. Alguns entrarão no reino de
Cristo; outros não estarão aptos para entrar. Alguns não apenas entrarão, como
também serão rica e amplamente supridos com a entrada no reino de Cristo. Isso
não significa que aqueles que não puderem entrar no reino de Cristo não sejam
salvos. Mas significa que serão retiradas a recompensa e a glória deles.
Portanto, precisamos correr e nos esforçar. Se estaremos aptos para reinar com
Jesus, o nazareno, no futuro, dependerá de como nos esforçamos hoje.
ENTRAR NO REINO PARA PARTICIPAR DA
GLÓRIA DE CRISTO
Gostaria de saber se
vocês, alguma vez, pensaram com que tipo de glória Deus recompensará Cristo no
milênio, por aquilo que Ele sofreu há mais de dois mil anos. Uma recompensa
deve equiparar-se ao sofrimento. Se um homem for rebaixado à mais inferior
posição, sua recompensa deverá ser a maior. Suponha que sua casa pegue fogo ou
que você se encontre em sério perigo, e um empregado seu arrisque-se e quase
perca e a vida tentando salvá-lo. Como você o recompensaria? Você diria: “Eu o
recompenso com vinte centavos”? Ninguém faria isso. A recompensa tem de
equiparar-se ao sofrimento. Cristo glorificou a Deus de tal maneira e sofreu
tal morte na cruz. Como Deus recompensará Cristo no futuro? E como Ele
glorificará Cristo?
O reino será o tempo
no qual Cristo e os cristãos receberão glória juntos. O reino será o tempo no
qual Deus recompensará Cristo. Naquele tempo, nós também teremos uma porção. Se
vamos ser achados dignos de receber a glória do Senhor, dependerá totalmente do
resultado de nosso andar e trabalho pessoais. Não existe a questão de mérito no
novo céu e nova terra. Mas no reino, somente os que tiverem mérito receberão
glória. O Senhor sofreu perseguição, dificuldades e humilhação. Se hoje
sofrermos perseguição, dificuldades e humilhação, da mesma forma, nós
partilharemos uma porção com Ele no reino vindouro.
Fonte de referência, estudos
e pesquisa: http://www.estudobiblico.com.br/