ONDE O JUÍZO DEVE COMEÇAR - 2ª PARTE
O sacerdote Eli estava idoso e pesado. Engordara-se, comendo as coisas proibidas que seus filhos pegavam, quebrando as leis de Deus. Finalmente chegou o dia em que estava sentado numa cadeira, ao lado do caminho, onde recebeu a notícia de que a arca de Deus fora tomada pelos filisteus. Eli caiu da cadeira para trás, quebrou o pescoço e morreu (1 Sm 4.12-18). Nenhum dos seus descendentes atingiu a velhice, nem ocupou aquele glorioso cargo sacerdotal que Eli exercera. O que aconteceu? Eli não julgou a si mesmo, nem a seus filhos, e Deus foi obrigado a julgá-lo.
Se é com Dificuldade que o Justo é Salvo...
Vejamos novamente o texto em 1 Pedro 4.17,18: "Porque
a ocasião de começar o juízo pela casa de Deus é chegada; ora, se
primeiro vem por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao
evangelho de Deus? E, se é com dificuldade que o justo é salvo, onde vai
comparecer o ímpio, sim, o pecador?"
Não parece implicar
que somos salvos por um triz, que por pouco não alcançaríamos a
salvação? Isto não seria uma afronta contra a obra de Cristo? Sua
expiação mal deu para nos salvar? Não, é claro que não está dizendo
isto. A obra de Jesus foi totalmente suficiente. É superabundante na sua
eficácia para salvar a qualquer um e a todos. Pedro não está
questionando a suficiência da expiação para garantir uma ampla entrada
no reino eterno (ver 2 Pe 1.11).
O que está
dizendo, então? Nosso problema aqui é compreender a diferença entre ser
justificados de uma vez por todas e o processo de ser salvos ou
transformados. É com dificuldade que o justo é salvo. Eu já fui
justificado, então sou justo aos olhos de Deus. A obra está completa e
não há mais nada a fazer. Mas o meu interior e a minha alma estão num
processo de salvação (ver 1 Pe 1.9). Não é um processo
de esforço humano, mas é um processo. E envolve esta questão, que nem
sempre aceitamos ou entendemos, de permitir que nossas vidas naturais
sejam julgadas.
Esta questão de juízo não é um assunto
superficial ou leviano. É muito sério. Se aqueles que receberam uma nova
mentalidade em relação ao pecado muitas vezes não querem julgar a
própria vida, o que se dirá daqueles que nem aprenderam a ver o pecado
com os olhos de Deus?
E também é uma questão de continuidade.
Não é porque nossa vida já foi purificada e a faca de Deus já cortou
fora certos pensamentos, atitudes e hábitos impuros, que não precisamos
dia a dia, semana após semana, ano após ano, ser examinados e julgados
pela luz do Espírito. Temos uma tendência de nos acomodar, de passar a
crise e voltar ao normal". É difícil julgar a nós mesmos. E é mais
difícil ainda julgar aos outros com justiça.
Se a igreja não
julga a si mesma, se o juízo não começa na família da fé, Pedro aqui
pergunta, que esperança haverá para os ímpios e pecadores? Você percebe
como estamos contribuindo à condenação do mundo, quando nos recusamos a
julgar a nós mesmos? Quando a igreja se omite em julgar seu próprio
povo, torna mais difícil ainda para o mundo e os pecadores aceitarem o
juízo de Deus que leva ao arrependimento.
Sete Ilustrações na Bíblia Sagrada
Deus tinha visitado seu povo de uma forma profunda e poderosa na consagração de Arão e seus filhos ao ministério sacerdotal (Levítico 8 e 9). Foi uma das raras ocasiões quando Deus confirmou sua aprovação sobrenaturalmente, enviando fogo do céu sobre o sacrifício (Lv 9.23, 24).
Mas dois dos filhos de Arão queriam fazer algo espetacular também e
levaram incensários e fogo estranho, que o Senhor não lhes ordenara", ao
Santíssimo Lugar (Lv 10.1).
"Então saiu fogo de diante do Senhor, e os consumiu; e morreram perante o Senhor" (Lv 10.2).
Alguém
vai logo perguntar: Será que eram convertidos?" Como posso saber? Eram
filhos de Arão e estavam no ministério sacerdotal. Deus exige que todos,
sem exceção, o tratem como santo e que, diante de todo o povo, o
honrem.
Alguns apresentam o fogo estranho de piadas e
entretenimento do púlpito. Usam assuntos e idéias que pegaram da
televisão e, ao invés de chamar as pessoas para se separarem do mundo e
oferecer o alimento saudável da Palavra de Deus, as alimentam com o
mundo. Fogo estranho.
Há outros exemplos que poderíamos dar,
como alguns tipos de música estranha que oferecemos no lugar da
verdadeira adoração; também como vários tipos de apresentações e shows
que copiamos do mundo e que o Senhor não nos ordenou". Tomemos cuidado
com fogo estranho!
2. Moisés
No final do livro de Deuteronômio (Dt 32.48-52),
lemos como o Senhor ordenou que Moisés subisse num monte para avistar a
terra prometida e morrer, sem poder entrar junto com o povo. O que ele
tinha feito de errado? Deus lhe havia ordenado que falasse com a rocha
diante de um povo que murmurava (Nm 20.8). Porém,
Moisés estava agitado. Permitira que as atitudes queixosas e vis do povo
afetassem seu espírito. Então agarrou a vara e golpeou a rocha. O juízo
de Deus caiu sobre ele.
"Você deveria ter mantido minha santidade diante do povo", Deus lhe disse (Nm 20.12).
Agora, como não o fez, quero que compreenda que eu mesmo terei de
defendê-la. Entretanto, será preciso defendê-la à sua custa!" Novamente
alguém vai perguntar: Você está sugerindo que Moisés foi para o
inferno?" Não, não estou sugerindo que Moisés foi para o inferno! Mas
isto não traz alívio para quem tem a mente substituída, a mentalidade da
glória de Deus. Se eu roubo a glória de Deus, é pior para mim do que ir
para o inferno. O propósito da minha existência é derrotado quando peco
e tomo de Deus a sua glória. Que tenhamos uma consciência renovada da
nossa responsabilidade de sustentar a santidade de Deus diante do povo e
de levantar a sua glória diante de todos. Que nosso coração esteja
firme neste propósito, a fim de que Deus não seja obrigado a sustentá-la
à nossa custa. É hora que o juízo comece pela casa de Deus.
3. Sansão
A história de Sansão encontra-se em Juízes 13 a 16.
Seu nascimento foi anunciado por anjos. Seus pais foram informados que
seria um nazireu desde o ventre materno, que não deveria beber vinho
forte, nem comer qualquer coisa imunda e que não passaria navalha na sua
cabeça.
Lemos de ocasiões quando o Espírito de Deus vinha
sobre ele, porém a parte da sua história que mais lembramos foi quando
começou a brincar com Dalila. Dalila o fez dormir sobre seus joelhos.
Chamou um homem para raspar as sete tranças do seu cabelo e, então,
anunciou-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão!"
Despertando do sono, levantou-se, achando que poderia se sacudir e sair como das outras vezes. "Ele não sabia ainda que já o Senhor se tinha retirado dele" (Jz 16.20).
Receio-me
de que muitos pastores e obreiros estejam exatamente nestas
circunstâncias, sem saber que o Espírito do Senhor já os deixou. É hora
que o juízo comece pela casa de Deus!
4. Eli e seus filhos
O sacerdote Eli estava idoso e pesado. Engordara-se, comendo as coisas proibidas que seus filhos pegavam, quebrando as leis de Deus. Finalmente chegou o dia em que estava sentado numa cadeira, ao lado do caminho, onde recebeu a notícia de que a arca de Deus fora tomada pelos filisteus. Eli caiu da cadeira para trás, quebrou o pescoço e morreu (1 Sm 4.12-18). Nenhum dos seus descendentes atingiu a velhice, nem ocupou aquele glorioso cargo sacerdotal que Eli exercera. O que aconteceu? Eli não julgou a si mesmo, nem a seus filhos, e Deus foi obrigado a julgá-lo.
5. Davi e Uzá
A história de como Davi trouxe a arca para Jerusalém está registrada em grandes detalhes em 1 Crônicas 13 a 17 e mais resumidamente em 2 Samuel 6.
Um moço levantou a mão para firmar a arca quando os bois que puxavam a
carroça tropeçaram. Deus feriu o moço e ele morreu. Davi ficou
desgostoso e chamou ao lugar Perez-Uzá - que significa O Senhor irrompeu
contra Uzá".
Por que isto aconteceu? Nem Davi, nem o
sacerdote, haviam julgado a si mesmos. Davi queria trazer a arca de
volta, mas não foi para as Escrituras descobrir como fazê-lo. Ao invés
de carregar a arca nos ombros dos coatitas, fizeram um carro novo e
transportaram a arca do mesmo modo como faziam os filisteus.
Davi
não manteve a santidade de Deus diante do povo. Deus foi obrigado a
defendê-la à custa de Davi. Na verdade, não foi Davi que morreu. Foi
Uzá. Esta é uma das coisas surpreendentes sobre Deus. Pode ser que
alguém perto de você seja ferido no seu lugar, por causa do seu pecado.
Isto porque Deus ainda teria algum propósito para sua vida, como teve no
caso de Davi.
6. O rei Uzias
Ele tinha 16 anos
quando tornou-se rei de Judá. No princípio, fez tudo certo aos olhos do
Senhor. Deus o abençoou, porém está escrito: "Havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração para a sua própria ruína" (2 Cr 26.16).
Ele não quis julgar a si mesmo. Deus teve de julgá-lo. Enquanto estava
no Templo, fazendo algo errado, algo que não tinha direito de fazer,
recusando correção, a lepra apareceu na sua testa e seu governo como rei
foi acabado (2 Cr 26.16-23).
7. Ananias e Safira
Esta história em Atos 5.1-11 mostra como um casal entrou em acordo entre si para enganar a igreja e o Senhor. O juízo de Deus caiu sobre eles.
É
tempo que o juízo comece pela casa de Deus e pela família da fé. É com
grande dificuldade que o justo será salvo, mas se escolhermos o caminho
fácil ao invés do caminho da santidade, o que acontecerá com os
pecadores e incontritos? O que acontecerá já está acontecendo! Estão
morrendo aos milhões e uma igreja impotente sob o juízo de Deus é
incapaz de ajudá-los.
Existe alguma área na sua vida que
precisa de juízo? É hora de estarmos a sós com Deus para deixar que ele
trate com amor e firmeza onde for necessário. Seu juízo não é para
castigar ou condenar. É para purificar nossas vidas e trazer de volta a
glória para si mesmo. Não deixemos que o pecado continue roubando a
glória de Deus. O Senhor é capaz de nos deixar transformados e
irrepreensíveis na sua presença!