Sucintamente,
podemos dizer que terceiridade está ligada a nossa capacidade de previsão de
futuras ocorrências da secundidade, já que não só conhecemos o acontecimento na
medida de possibilidade natural, como já o vimos em ação, e como tal, já nos é
intrínseco. Desta forma já podemos antecipar o que virá a acontecer.
Também para Peirce
há três tipos de signos:
·
O ícone, que mantém uma
relação de proximidade sensorial ou emotiva entre o signo, representação do
objeto, e o objeto dinâmico em si; o signo icónico refere o objecto que denota
na medida em que partilha com ele possui caracteres, caracteres esse que
existem no objecto denotado independentemente da existência do signo. -
exemplo: pintura, fotografia, o desenho de um boneco. É importante falar que um
ícone não só pode exercer esta função como é o caso do desenho de um boneco de
homem e mulher que ficam anexados à porta do banheiro indicando se é masculino
ou feminino, a priori é ícone, mas também é símbolo, pois ao olhar para ele
reconhecemos que ali há um banheiro e que é do gênero que o boneco representa,
isto porque foi convencionado que assim seria, então ele é ícone e símbolo;
·
O índice, ou parte
representada de um todo anteriormente adquirido pela experiência subjetiva ou
pela herança cultural - exemplo: onde há fumaça, logo há fogo. Quer isso dizer
que através de um indício (causa) tiramos conclusões. Ainda sobre o que nos diz
este autor, é importante referir que «um signo, ou representamen, é qualquer coisa que está em vez de (stands for) outra coisa, «em determinado aspecto ou a qualquer
título», (e que é considerado «representante» ou representação da coisa, do
objecto - a matéria física) e, por último, o «interpretante» - a interpretação
do objecto. Por exemplo, se estivéssemos a falar de "cadeira", o representante
seria o conceito que temos de cadeira. Sucintamente, o índice é um signo que se
refere ao objecto denotado em virtude de ser realmente afectado por esse
objecto.
O objeto seria a
cadeira em si e o interpretante o modo como relacionamos o objeto com a coisa
representada, o objeto de madeira sobre o qual nos podemos sentar. Sobre isto é
interessante ver a obra "One and three chairs" do artista plástico Joseph Kosuth. A principal
característica do signo indicial é justamente a ligação física com seu objeto,
como uma pegada é um "indício" de quem passou. A fotografia, por
exemplo, é primeiramente um índice, pois é um registro da luz em determinado
momento.
·
O símbolo, "é um signo
que se refere ao objecto que denota em virtude de uma lei, normalmente uma
associação de ideias gerais que opera no sentido de fazer com que o símbolo
seja interpretado como se referindo aquele objecto".
Ver também uma
exposição detalhada da rede de conceitos da semiótica peirceana em semiotica pragmaticista e pragmaticismo.
Ferdinand de Saussure
Um outro autor,
considerado pai da semiologia, a vertente europeia do estudo dos signos, por
ser o primeiro autor a criar essa designação e a designar o seu objeto de
estudo, é Ferdinand de Saussure (1857-1913). Segundo este, a existência de signos - «a singular entidade psíquica de
duas faces que cria uma relação entre um conceito (o significado) e uma imagem
acústica (o significante) - conduz à necessidade de conceber uma ciência que
estude a vida dos sinais no seio da vida social, envolvendo parte da psicologia
social e, por conseguinte, da psicologia geral. Chamar-lhe-emos semiologia.
Estudaria aquilo em que consistem os signos, que leis os regem.» A concepção de Saussurre relativamente ao signo, ao contrário da de Peirce, distingue o mundo da
representação do mundo real. Para ele, os signos (pertencentes ao mundo da
representação) são compostos por significante - a parte física do signo - e
pelo significado, a parte mental, o conceito. Colocando o referente (conceito
correspondente ao de objecto por Peirce) no espaço real, longe da realidade da
representação. Para Saussure (com excepção da onomatopeia), não existem signos
motivados, ou seja, com relação de causa-efeito. Divide os signos em dois
tipos: os que são relativamente motivados (a onomatopeia, que em Peirce corresponde aos ícones), e os arbitrários, em que não há
motivação. Leia-se que esta motivação é a tal relação que Peirce faz entre
representação e objecto e que, na visão de Saussure, parece não fazer sentido.
Esta visão pode ser tida como visão de face dual. Para Saussure, existem assim
dois tipos de relações no signo:
1 - as «relações sintagmáticas», as da linguagem, da fala, a relação fluida que, no discurso ou na palavra (parole), cada
signo mantém em associação com o signo que está antes e com o signo que está
depois, no «eixo horizontal», relações de contextualização e de presença (ex: abrir uma janela, em casa ou no computador)
2 - as «relações paradigmáticas», as «relações associativas», no
«eixo vertical» em ausência, reportando-se à «língua» (ex: associarmos a
palavra mãe a um determinado conceito de origem, carinho, ternura, amor, etc…),
que é um registo «semântico», estável, na memória coletiva de um ser ou
instrumento.
Esse artigo referente ao tema "Semiótica" foi dividido em quatro partes com o principal objetivo de facilitar o estudo e aprendizado do tema; e um melhor conhecimento do tema.
Fonte de Estudos e Pesquisa: Wikipédia enciclopédia livre
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