A teleologia (do grego τέλος, finalidade, e -logía,
estudo) é o estudo filosófico dos fins, isto é, do propósito, objetivo ou
finalidade. Embora o estudo dos objetivos possa ser entendido como se referindo
aos objetivos que os homens se colocam em suas ações, em seu sentido
filosófico, teleologia refere-se ao estudo das finalidades do universo e, por
isso, a teleologia é inseparável da teologia (a afirmação de que um
ser superior, Deus, realiza seus propósitos no universo). Suas origens remontam
aos mitos e à religião, com
sua noção de que todo acontecimento e todas as coisas são causadas pela vontade
de alguma entidade sobrenatural (deuses, Deus, espíritos). Platão e Aristóteles elaboraram essa noção do
ponto de vista filosófico. No Fédon,
Platão afirma que a verdadeira explicação de qualquer fenômeno físico deve ser
teleológica. Ele se queixa daqueles que não distinguem entre as causas
necessárias e causas suficientes das coisas, que ele identifica,
respectivamente, como a causa material e a causa teleológica. Ele diz que os
materiais que compõem um corpo são condições necessárias para seu movimento e
ação de uma determinada maneira, mas que os materiais não podem ser condições
suficientes para seu movimento e ação, que seriam determinados pelas
finalidades impostas pelo demiurgo (Deus-artesão).
Aristóteles desenvolveu a ideia de causa final que ele acreditava que
era explicação determinante de todos os fenômenos. Sua ética afirmava que o Bem
em si mesmo é o fim a que todo ser aspira, resultando na perfeição, na
excelência, na arte ou na virtude. Todo ser dotado de razão aspira ao Bem como
fim que possa ser justificado pela razão.
Ernst
Mayr aponta que o conceito de teleologia, na história da filosofia e das
ciências, é utilizado em diversos contextos, referindo-se a diversos fenômenos
estruturalmente diferentes. Dentre os processos e fenômenos aos quais foi
tradicionalmente utilizado o conceito de teleologia, Mayr aponta os seguintes: 1
A)
Teleomatismo: ocorre quando o investigador percebe que certas características
de um fenômeno, sistema ou processo estudado apresentam uma tendência de
mudança para um certo estado final. Ou seja, dado um estado inicial
determinado, parece válido inferir que ele necessariamente se desenvolverá rumo
a este termo previsto.
B)
Características seletivas: ocorre em situações em que vários objetos (como
sistemas complexos) são produzidos aleatoriamente, com características e organizações
diferentes entre si, e que, devido às restrições do ambiente, apenas um número
limitado destes tipos de objeto consegue se manter ao longo do tempo. Neste
caso, é comum, quando se pergunta o porquê de alguma característica do objeto
existir, concluir-se que esta tem ou teve a função de assegurar a sobrevivência
do objeto; embora, após uma análise mais aprofundada, seja preciso reconhecer
que essa característica foi gerada aleatoriamente, ou ao menos, sem um “desejo
premeditado” por parte do objeto.
C)
Teleonomia: ocorre quando um objeto ou sistema se orienta em direção a metas
que devem ser alcançadas. Para alcançar estas metas (postas como causas
finais), o objeto se adapta às características e restrições do meio onde está,
calculando o que parece a melhor maneira de atingir seu objetivo. A teleonomia
pode ser compreendida com uma analogia ao conceito de programa, pelo qual,
através de uma organização especial do sistema em questão, o torna apto a
buscar certas metas de maneira mais ou menos eficiente, as quais, portanto vão
regular os processos e ações deste sistema. Mayr, dentro desta mesma analogia,
propõe também a diferenciação entre programas fechados, isto é, em que as metas
e a maneira de alcançá-las são definidas previamente ao início do processo, e
os programas abertos, em que a programação ou mesmo as metas podem ser
alteradas ao longo da história do sistema, dependendo de sua interação com o
meio.
D)
Comportamento proposital: o entendimento deste tipo de fenômeno requer a
pressuposição da existência de uma subjetividade pensante. Este pólo de
subjetividade coloca para si metas a cumprir, e age com propósito (intenção) de
alcançar estas metas. A característica principal do comportamento proposital é
o reconhecimento de que o sistema complexo analisado seja consciente de suas
metas (ou de parte delas), e que procure satisfazê-las a partir da atividade
pensante.
E)
Teleologia cósmica: que recorre à imputação de uma finalidade, ou desígnio,
transcendente encarnada na totalidade estudada (natureza, universo, cosmos,
etc.), ou mesmo posta e dirigida por algo acima desta totalidade. Mayr criticou
veementemente o uso desta suposta teleologia transcendente vinculada a teorias
científicas.
Fonte de Estudo e Pesquisa: http://pt.wikipedia.org/wiki/Teleologia
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