Cerca de três mil anos atrás, o reino de Israel foi estabelecido. A oportunidade do seu estabelecimento foi o pedido de Israel: "Dá-nos um rei, para que nos governe..." (1 Samuel 8:4-6).
A nação estava em dificuldade. Os amonitas estavam pressionando-a (1 Samuel 12:12). Os filisteus eram uma ameaça constante. E não era a primeira vez. O livro dos Juízes narra cerca de 350 anos da história de Israel, anterior ao reinado. O livro mostra um ciclo de quatro etapas, que se tornou o modelo da história da nação, neste período: apostasia, opressão, libertação e paz. À apostasia de Deus, seguia-se de um período de opressão. Quando a nação finalmente clamasse a Deus, a libertação seria providenciada. Um período de paz se seguiria. Mas a nação, de novo, se afastaria de Deus e o ciclo se repetiria. Uma vez depois da outra, ele se repetiria.
Assim, finalmente, o povo procurou Samuel com o pedido de um rei. Um rei poderia conduzi-los na batalha (1 Samuel 8:19-20). Um rei poderia resolver todos os seus problemas. Todas as suas dificuldades, a nação achava, eram devidas à insuficiência das providências divinas e à incapacidade da administração com a qual Deus havia dotado a nação.
Eles estavam errados, certamente. Suas dificuldades eram realmente devidas à sua própria infidelidade. E sua infidelidade, por sua vez, era devida à sua negligência das providências de Deus para uni-los a ele. Deus tinha provido abundantemente para suas necessidades. Ele lhes havia dado a irmandade uma congregação, dirigentes especiais e professores, dias especiais para a renovação de seus laços com ele, as Escrituras, comemorações para relembrar os grandes atos de Deus no passado. Deus previu cada necessidade que eles poderiam ter, e providenciou abundantemente para essa necessidade. Mas eles ignoraram estas providências. Eles ignoraram a lei e não ensinaram seus filhos. Eles falharam em guardar os dias santificados. Eles negligenciaram as comemorações. E esqueceram Deus.
Seríamos tão tolos a ponto de ignorar este aviso da história que grita em nossos ouvidos? Deus providenciou os meios para a nossa segurança, também. Mas não servirão para nada, se forem negligenciados.
Neste livreto, eu examinei oito assuntos: a congregação, os servos especiais com os quais Deus equipou a igreja, o dia do Senhor, as reuniões públicas, a ceia do Senhor, as Escrituras, a oração e o trabalho que Deus preparou para fazermos. De um modo ou de outro, cada item desta lista está relacionado com o desejo de Deus de nos ligar mais junto a ele e nos guardar para o céu. Tendo lido o exame destas providências divinas para nos manter salvos, você me dará razão, estou certo, tenho confiança nisso, que a misericórdia de Deus para conosco é, de fato, grande e que ele providenciou meios em abundância para nos manter salvos. Estas providências divinas fortalecerão a sua fé; elas ligarão você com Deus; elas garantirão sua segurança; elas o manterão salvo . . . desde que sejam usadas. Você, não pode, certamente esperar qualquer coisa delas se elas forem negligenciadas.
Os pais ficam chocados quando abrem os olhos para ver seus filhos deixando a igreja. Com os pais torcendo as mãos com ansiedade, as congregações começam a planejar todos os tipos de distrações e programas de recreação, de maneira a "segurar o povo jovem". Mas estes programas não são o que precisamos. Se fossem, Deus os teria providenciado. A dificuldade é que as providências que Deus tomou para segurar o povo, tanto o jovem como o velho, foram negligenciadas. Esta é a razão real pela qual as pessoas se afastam. Não há nada de errado com as providências de Deus para manter-nos salvos. Temos que voltar a elas e deixar que elas fortaleçam nossos laços com Deus.
Em vez disso, entretanto, nós nos queixamos delas. Muitos não querem ser uma parte real da congregação. Eles são espectadores; eles são visitantes perpétuos, ainda que seus nomes estejam na lista, e nunca um membro real de um corpo. Eles falam do que "está sendo feito lá", em vez do que "nós" estamos fazendo. Se os presbíteros fazem o seu trabalho fielmente, muitos se ressentem contra eles, acham-nos intrometidos. As oportunidades para irmandade, estudo, meditação com o grupo são ignoradas. A ceia do Senhor, que poderia fazer tanto para fortalecer nossos laços com o Salvador, é tratada com desdém. As Escrituras freqüentemente têm pouco ou nenhum lugar em nossas vidas, em casa. Muitos se queixam de tudo. Devemos ir às reuniões durante a semana? Devemos ler a Bíblia?
Eu o convido a considerar se não estamos sendo tolos e ingratos quando agimos assim. Deus olhou sobre nós com misericórdia, previu nossas necessidades e providenciou os meios para nossa segurança. E então nos queixamos do que são essencialmente dádivas da misericórdia de Deus para nos unir a ele e nos manter salvos. Desejamos saber se, realmente, temos que aceitar as dádivas de Deus. Não nos interessamos por elas. E assim, negligenciamos os meios de Deus para nos manter salvos, e nossos laços com Deus enfraquecem e, finalmente, rompem-se.
E tudo acontece "de degrau em degrau". Você provavelmente já ouviu a história do sapo que foi jogado dentro da água fervendo e saltou diretamente para fora. Então, foi atirado na água fria, que foi sendo aquecida aos poucos e ele ali ficou até morrer. A apostasia é assim mesmo. Uma pessoa não decide simplesmente largar o Senhor. Ela morre aos poucos.
"Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo; pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado. Porque nos temos tornado participantes de Cristo, se de fato, gardarmos firme, até ao fim, a confiança que, desde o princípio, tivemos" (Hebreus 3:12-14).
Como cristãos, meus irmãos e irmãs, somos cidadãos de um outro mundo, separado de nossa pátria, vivendo em um ambiente hostil. Este mundo, no qual residimos temporariamente, enquanto esperamos a hora de irmos para o lar, é um mundo hostil, contrário à fé. As influências hostis deste mundo põem uma tensão terrível sobre a fé, todo o tempo. Temos que lutar para manter nossa aliança com a nossa pátria do céu; temos que rejeitar todos os esforços para fazer renunciar a nossa cidadania celestial. Temos que utilizar todos os meios disponíveis para manter firme nossa fé e sobreviver à luta de vida ou morte na qual estamos empenhados. Graças a Deus, ele providenciou nossos "equipamentos de sobrevivência", com tudo o que precisamos para sairmos bem. Com corações agradecidos, aceitemos cada ferramenta que ele forneceu, como um tesouro precioso; e a usemos cada um, da melhor maneira possível. Com uma dedicação nascida do desespero, juntemo-nos a Deus com toda a força que estiver em nós, usando cada recurso disponível pra fortalecer nosso relacionamento com ele. A luta em que estamos engajados não é brincadeira de criança; é uma luta na qual não podemos falhar. Se perdermos esta batalha, teremos perdido tudo, um mundo sem fim.
Mas não precisamos perder. Podemos vencer e receber a coroa de conquistador, no fim. Deus tornou isto possível. E assim, finalmente no céu, nos reuniremos a uma multidão inumerável, para gritar com grande voz: "Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação" (Apocalipse 7:10). Deus, queira apressar esse dia!
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segunda-feira, 10 de novembro de 2014
Reflexões...
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