O Cristão e os Problemas Financeiros
Você está enfrentando problemas financeiros? Faturas que você não
consegue pagar? Cheques que você não pode cobrir? Necessidades que você não tem
dinheiro para suprir? Vergonha? Frustração? Excesso de trabalho? Tensão?
Problemas financeiros são excessivamente preocupantes e conduzem a muitos
pecados: descontentamento, ingratidão, ira, desonestidade, impaciência,
ansiedade e negligência das responsabilidades espirituais. A Bíblia ensina-nos
como enfrentar muitas situações diferentes na vida, incluindo as dificuldades
financeiras. A chave para enfrentar problemas financeiros está na atitude da
pessoa. Para responder bem precisamos permitir que a palavra de Deus opere em
nosso coração e mude nosso modo de ver as coisas.
Atitudes
Gratidão: Paulo insiste em que sejamos
gratos. Precisamos estar "...
transbordando de gratidão" (Colossenses
2:7). "Dêem graças em
todas as circunstâncias..." (1
Tessalonicenses 5:18). Não devemos nos queixar nem sentir pena de nós mesmos,
mas antes devemos considerar cuidadosamente todas as razões que temos para
sermos agradecidos e louvar a Deus por suas bênçãos a nós. Os israelitas no
deserto estavam se queixando constantemente, mas tinham se esquecido da grande
libertação que Deus lhes tinha dado havia apenas pouco tempo. Temos que atentar
para o que o Senhor nos tem dado e não para as coisas que não temos.
Contentamento: "Conservem-se
livres do amor ao dinheiro e contentem-se com o que vocês têm, porque Deus
mesmo disse: ‘Nunca o deixarei, nunca o abandonarei’"(Hebreus 13:5). A presença
de Deus com seu povo deveria dar tanta alegria e segurança que poderíamos
facilmente nos contentar com qualquer padrão de vida. Paulo estava contente na
fome ou na abundância (Filipenses 4:10:13). Por outro lado, as Escrituras estão
repletas de advertências contra a ganância e a avareza (veja Lucas 12:15, por
exemplo). Por qualquer razão, nunca parecemos reconhecer o desejo desordenado
por coisas em nossas próprias vidas. Pensamos que todas as coisas que queremos
são necessidades e que a dívida que acumulamos ao buscar adquiri-las é
perfeitamente aceitável. Poderia ser que poucos de nós admitem a ganância em
nossas vidas porque nos cegamos e deixamos de perceber o verdadeiro estado de
nosso coração? Paulo exortou: "Por
isso, tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso
satisfeitos" (1
Timóteo 6:8). Estamos satisfeitos somente com isto?
Sobriedade: Muitos textos nos exortam
a sermos sóbrios (1 Tessalonicenses 5:6, 8; 1 Pedro 1:13; 4:7; 5:8). A pessoa
sóbria encara os fatos e não deixa seus desejos colorirem sua percepção da
realidade. Muitas pessoas tratam das finanças num mundo de sonho, sempre imaginando
que tudo dará certo magicamente. Mas fugir de um problema ou negá-lo não ajuda
e não está de acordo com o caráter de Cristo. Temos que reconhecer nossa
situação atual, não importa quão triste seja, e ser "homens de coragem" (1 Coríntios 16:13). Ignorar
os problemas não os extingue. Lutas financeiras não desvanecem sem mais nada,
mas precisam ser resolvidas por disciplina séria e perseverante.
Honestidade: A honestidade é parte do
caráter cristão (2 Coríntios 8:21; Tito 2:5). Pessoas honestas aceitam suas
limitações financeiras e não tentam ser uma coisa que não são, vivendo num
estilo de vida que suas condições não permitem. Pessoas honestas admitem que há
muitas coisas que outras em torno delas têm ou podem fazer que elas não podem
porque não têm dinheiro suficiente para isso. E pessoas honestas não fazem
dívidas que não têm capacidade para pagar (veja Romanos 13:8).
Diligência: Algumas vezes, porém nem
sempre, os problemas financeiros resultam da preguiça. "Tirando uma soneca,
cochilando um pouco, cruzando um pouco os braços para descansar, a sua pobreza
o surpreenderá como um assaltante, e a sua necessidade lhe sobrevirá como um
homem armado" (Provérbios
6:10-11). "Por causa da preguiça, o telhado se enverga; por causa
das mãos indolentes, a casa tem goteiras" (Eclesiastes 10:18). Problemas
financeiros devem ser esperados quando nos mimamos com descanso e sossego, e
não trabalhamos esforçadamente. Um homem deve sustentar sua família (1 Timóteo
5:8) mesmo que isso possa envolver trabalho difícil ou empregos desagradáveis,
ou mesmo se o trabalho disponível é relativamente mal pago.
Espiritualidade: Precisamos manter nosso
foco principal em Cristo, não em coisas materiais. "Ninguém pode servir a dois
senhores: pois odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o
outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro... Busquem, pois, em
primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão
acrescentadas" (Mateus
6:24, 33). Nossas posses, nossa posição e nosso sucesso nesta vida são matérias
insignificantes para o verdadeiro cristão. Ele se vê como meramente passando
através desta vida como um peregrino e portanto relativamente desinteressado
nas suas condições. Ele nunca faz da prosperidade material uma meta séria (veja
Lucas 9:57-58). O homem espiritual percebe que seu dinheiro e sua posição
financeira não são as coisas importantes da vida.
Altruísmo: O servo do Senhor está
sempre buscando dar, em vez de gastar consigo mesmo. Ele vê o dinheiro que
ganha trabalhando como uma bênção que ele pode aplicar servindo a outros: "O que furtava, não furte
mais; antes trabalhe, fazendo algo de útil com as mãos, para que tenha o que
repartir com quem estiver em necessidade" (Efésios 4:28). Discípulos
verdadeiros vêem a prosperidade material não tanto como algo para si mesmos,
mas como algo útil para servir outros (2 Coríntios 9:8-11). Enquanto o cristão
for egoísta, ele sempre sentirá frustrações ao lidar com assuntos financeiros.
Humildade: A humildade para admitir
enganos e buscar corrigi-los é básica. Muitos de nós temos tido atitudes
impróprias e não temos administrado bem nosso dinheiro. Nunca mudaremos até que
admitamos que temos estado errados. Precisamos também ter a humildade de
examinarmo-nos à luz da palavra de Deus e fazer as coisas que aprendermos
(Tiago 1:21-24). Esta seria uma boa hora para parar de ler este artigo e rever
as oito atitudes que precisamos ter e tentar honestamente avaliar-nos e
resolver mudar nossa atitude nas áreas necessárias. Como Deus nos vê em cada uma
destas atitudes?
Mudanças
Específicas
As coisas específicas que precisamos fazer ao
lidar com problemas financeiros dependem de nossa mudança e adoção das atitudes
mencionadas acima. Sem perspectivas corretas, os passos seguintes terão pouca
validade.
1. Avalie honestamente sua
situação. Encare os fatos. Talvez
ajudasse pegar uma folha de papel e lançar todas as suas dívidas e anotar os
valores de todas. Então, lançar sua renda e suas despesas mensais. Qual é,
exatamente, sua situação financeira.
2. Comece a pagar suas
dívidas. "Não devem nada a
ninguém, a não ser o amor de uns pelos outros..." (Romanos 13:8). Calcule quanto dinheiro por
mês é necessário para pagar todos os juros e, também, comece a pagar o
principal (o valor original do empréstimo, antes do acréscimo de juros). Se
suas prestações e obrigações mensais forem mais do que tem disponível no
orçamento da família, ha três coisas que poderia fazer de modo a ter dinheiro
para pagar as dívidas: (a)
Gastar menos. Quando for
necessário, as despesas podem ser reduzidas às mínimas necessidades de comida e
lugar para viver (veja 1 Timóteo 6:6-10). (b)
Ganhar mais. Às vezes há
oportunidades para trabalhar mais horas, ter um segundo emprego, ou encorajar
os filhos adolescentes ou adultos que estejam vivendo no lar a trabalharem. (c) Vender coisas. Os cristãos primitivos vendiam casas e
terras para aliviar as necessidades de seus irmãos (Atos 4:32-37); certamente não é irracional esperar que um
discípulo de Cristo venda coisas para poder pagar o que deve.
3. Viva dentro dos limites de
seu orçamento. A Bíblia adverte sobre a
loucura de fazer dívidas: "O
rico domina sobre o pobre; quem toma emprestado é escravo de quem
empresta" (Provérbios
22:7). A escravidão aos credores é muito penosa; é melhor esperar pacientemente
e comprar somente aquelas coisas que se pode pagar.
4. Comece a aplicar sua renda
no sentido de metas espirituais. Temos que chegar a ver
tudo o que temos como pertencendo ao Senhor e começar a usar nossos recursos
para servi-lo. O Novo Testamento exorta-nos a dar generosa e abundantemente (2
Coríntios 8-9). Conquanto seja verdade que não estamos mais obrigados ao
dízimo, não devemos usar isso como uma desculpa para sovinice. Não devemos
permitir que nossa oferta seja diminuída pela avareza (2 Coríntios 9:5).
Conclusão
Em todas as áreas da vida, a palavra do Senhor nos
fornece a orientação perfeita. Da mesma maneira, no campo financeiro devemos
dar ouvidos à sabedoria de Deus revelada na Bíblia. Quando obedecemos os
mandamentos do Senhor, recebemos tanto "a
promessa da vida presente" como
a da vida "futura" (1 Timóteo 4:8). Que sigamos estas
instruções!
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