Para entender e apreciar a mensagem de Apocalipse
Aqui
estão algumas passagens importantes e alguns conceitos básicos que
ajudarão no entendimento da mensagem de Apocalipse.
Drama do Livro. Lembre-se de que este é um
livro que João viu. É uma dramática
apresentação da revelação de Deus. Assim como Deus usou sonhos e suas
interpretações para comunicar sua mensagem através de Daniel, ele usou a vívida
imagem das visões espirituais para revelar sua mensagem através de João. Muitas
pessoas deixam de ver o poderoso quadro neste livro porque se distraem com um
exame pormenorizado de cada pequenino pedaço. Jamais podemos entender o
significado de algum pormenor específico, mas a mensagem global da justiça, do
poder e da absoluta vitória de Deus é inconfundível.
Limites de tempo. Já notamos que Jesus falou de coisas que
tinham que acontecer logo depois que este livro estivesse escrito. O
significado deste ponto não deve ser subestimado. Quando Deus colocou um limite
de tempo para o cumprimento de sua palavra, os leitores não têm direito de
ignorar ou negar isso. Algumas vezes as pessoas tentam evitar o significado dos
limites de tempo de Deus apontando passagens, tais como 2 Pedro 3:8, que diz: "para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um
dia". Pedro está mostrando a
paciência de Deus em adiar seu julgamento dos malfeitores. Ele não está negando
o significado de todas as outras referências a tempo na Bíblia. Quando Deus
fala de coisas que acontecerão logo, precisamos respeitar sua palavra.
Note o que Deus disse em Apocalipse para limitar o tempo do
cumprimento:
"Cousas
que em breve devem acontecer" (1:1; 22:6). Este limite de tempo é colocado
no começo e no fim de Apocalipse, e deverá ser lembrado em nossa interpretação
dos capítulos intermediários. Tal expressão ("em breve")
é usada em outros lugares no Novo Testamento, onde podemos identificar que o
cumprimento veio logo depois que as palavras foram ditas. Não falou de eventos
no futuro distante: centenas ou milhares de anos mais tarde. Note, por exemplo:
- "Festo, porém,
respondeu achar-se Paulo detido em Cesaréia; e que ele mesmo, muito em breve,
partiria para lá. . . . E, não se demorando entre eles mais de oito ou dez
dias, desceu para Cesaréia; e, no dia seguinte, assentando-se no tribunal,
ordenou que Paulo fosse trazido" (Atos 25:4,6). Festo pretendia ir a Cesaréia "em
breve", e então foi àquela cidade cerca de dez dias mais
tarde.
- Paulo falou do seu desejo de visitar vários irmãos ou enviar
mensageiros "em breve" (1 Coríntios 4:19; Filipenses 2:19,24;
1 Timóteo 3:14). Nestes casos, era sempre um período muito breve -talvez meses-
nunca séculos!
"O
tempo está próximo" (1:3;
22:10). Para reforçar o conceito de que João estava escrevendo de eventos que
logo se seguiriam, Jesus incluiu um lembrete
adicional nos versículos de abertura e fechamento do livro. "O
tempo está próximo" lembrava
os leitores de que Deus logo cumpriria sua palavra neste livro. Palavras
semelhantes em outras passagens falam de curtos períodos de tempo, e não de
eventos que aconteceriam séculos mais tarde. Note:
- Jesus falou da capacidade
de prever a chegada do verão vendo as folhas numa figueira (Mateus 24:32; Lucas
21:30). Isto poderia ser dias ou semanas antes do verão, mas não poderia ser
milhares de anos.
- Jesus disse em Mateus 26:18, "O meu tempo está próximo".
Ele morreu naquela semana. Seu tempo estava, de fato, muito perto.
- João referiu-se várias
vezes a festas que estavam se aproximando como "estando próxima" (João 2:13; 6:4; 7:2; 11:55).
Está sempre claro que significava períodos de tempo muito curtos. Note nestes
casos que o evento estava geralmente dentro de dias ou talvez semanas, mas
jamais em séculos no futuro!
O Significado do Quinto Selo. Para ajudar a entender a mensagem deste livro, veja bem em
Apocalipse 6:9-11, onde Jesus abre o quinto selo:
"Quando ele abriu o
quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por
causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam. Clamaram em
grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não
julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? Então, a cada
um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda
por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e
irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram."
Estes versículos são muito importantes para o resto do livro de
Apocalipse. Cristãos perseguidos, especialmente aqueles que sacrificaram suas
vidas ao serviço do Senhor, estão pedindo justiça. Foram suas mortes em vão?
Certamente que não. Eles haviam morrido na confiança de que Deus é justo, e agora
estavam perguntando quanto tempo sua justiça seria adiada. Deus os assegura de
que responderá com punição aos malfeitores, mas que ele permitiria que a
perseguição continuasse por pouco tempo, antes de exercer sua vingança.
Palavras chaves deste texto se relacionam com o desenvolvimento do
plano de Deus através de todo o livro. Numerosas passagens no Apocalipse
ilustram como Deus respondeu ao apelo destes santos martirizados. Note
especialmente estas respostas divinas às orações dos santos mártires:
Deus
vingou seu sangue. O anjo vingador de Deus derramou o sangue
dos inimigos dos santos (14:20). A terceira taça representava a merecida
vingança contra aqueles que tinham matado os profetas (16:4-7). Deus vingou a
causa dos santos no julgamento contra Babilônia (18:20,24; 19:2).
Deus
ressuscitou os mártires. Apocalipse 20:4-6 mostra a
resposta final de Deus às orações dos mártires. Há uma clara conexão entre este
texto e a oração do capítulo 6. Eles tinham sido decapitados por causa da sua
fé, mas agora estavam sendo ressuscitados para reinar com Cristo! A vitória de
Satanás foi somente temporária. A causa dos fiéis estava vingada!
Estas referências nos ajudam a ver que a vingança do sangue
daqueles martirizados pela causa de Cristo é um tema central deste livro. Jesus
está dizendo aos seus seguidores perseguidos: "Tenham paciência e suportem
a dureza da perseguição ainda mais um pouco. No final da batalha, eu lhes
garanto que meus servos fiéis serão vitoriosos. Não desistam!"
Cenas de Grande Vitória. O livro de Apocalipse está cheio de cenas dos
santos vitoriosos de Deus. Considere três exemplos específicos como
representativos do conforto oferecido neste livro:
A
Ressurreição das Duas Testemunhas (11:3-14). Duas testemunhas, servos de Jesus,
pregaram por um período de tempo (3½ anos) com poder e autoridade. Então, as
forças de Satanás os mataram, e todo o mundo comemorou o triunfo do mal sobre o
bem. Mas a vitória durou pouco. Depois de três dias, Deus ressuscitou as
testemunhas que estavam mortas e as chamou ao céu. Ele então enviou punição
sobre aqueles que se regozijaram com a derrota da justiça. A causa de Cristo
foi ameaçada, mas ressurgiu para a vitória!
O Triunfo
sobre o Dragão (12:1-18).
Uma mulher, representando o povo de Deus, deu à luz a Cristo. Ainda antes que
ele nascesse, Satanás (o dragão e a serpente) estava salivando por antecipação
da devoração do sangue do Ungido. Mas num único versículo (12:5), a vitória
completa de Jesus, do nascimento à ascenção, deixa Satanás frustrado e irado.
Ele então se volta para perseguir a mulher (a igreja), mas Deus a protege.
Satanás então olha para cima e tenta derrotar o exército do céu, conduzido por
Miguel. Por certo, o diabo sofre mais uma derrota, sendo lançado fora do céu e
lhe são negadas outras oportunidades para acusar os servos de Deus. Cada vez
mais frustrado, o dragão irado ataca violentamente a mulher, mas de novo
fracassa. Em desespero, o dragão procura uma vítima e concentra suas energias
na perseguição dos filhos da mulher, cristãos individuais. Satanás ainda pode
perseguir e tentar derrotar os cristãos. Mas temos que manter esta batalha no
seu contexto. Os cristãos, com o auxílio do Cristo conquistador, podem entrar
na guerra com confiança. É possível vencer (veja 1 Coríntios 10:13). Estamos
lutando com um perdedor!
O Novo
Céu e a Nova Terra, e a Nova Jerusalém (21:1-22:5). Depois das grandes cenas de
julgamento e condenação dos inimigos da justiça (capítulos
18-20), este texto oferece um vislumbre do esplendor da comunhão com Deus. "O
novo céu e a nova terra" é
um símbolo do relacionamento com Deus (veja Isaías 65:17-25). A admissão a esta
companhia é limitada. Os covardes, os incrédulos, os abomináveis, os
assassinos, os impuros, os feiticeiros, os idólatras e os mentirosos serão
rejeitados e lançados no lago de fogo. A nova Jerusalém é também um símbolo profético,
familiar, da comunhão restaurada entre Deus e seu povo (veja Isaías 52:1;
60:19-20; 61:10; 65:18-19; Ezequiel 40:2-3; 48:31-34). Jerusalém, como o local
do templo do Velho Testamento, representava a presença de Deus no meio do povo.
Esta nova Jerusalém até oferece acesso ao rio da vida e à árvore da vida,
mostrando a restauração do privilégio especial do relacionamento perdido por
causa do pecado do homem (veja Gênesis 3:22-24; Ezequiel 47:1-12).
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