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Magazine na Lanterna

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Santificação...

Santificação: A substituição da razão pelo sentimento


Muitos dos que professam santificação ignoram inteiramente a obra de graça sobre o coração. Quando provados, descobre-se serem semelhantes ao fariseu justo aos próprios olhos. Não admitirão nenhuma contestação. Põem de lado a razão e o juízo, e confiam completamente em seus sentimentos, baseando suas pretensões à santificação nas emoções que em algum tempo experimentaram. São teimosos e perversos em incutir suas tenazes pretensões de santidade, proferindo muitas palavras, mas não produzindo nenhum fruto precioso como prova. Estas pessoas, professamente santificadas, estão, não somente enganando seu próprio coração, por suas pretensões, como também exercendo uma influência para desviar a muitos que desejam ardentemente, conformar-se com a vontade de Deus. Elas podem ser ouvidas a reiterar vez após vez: “Deus me dirige! Deus me ensina! Estou vivendo sem pecado!” Muitos dos que chegam em contato com este espírito, encontram um escuro, misterioso quê ao qual não podem compreender. Mas é isso que é inteiramente diferente de Cristo, o único verdadeiro padrão.

A santificação bíblica não consiste em forte emoção. Eis onde muitos são levados ao erro. Fazem dos sentimentos o seu critério. Quando se sentem elevados ou felizes, julgam-se santificados. Sentimentos de felicidade ou a ausência de gozo não é evidência de que a pessoa esteja ou não santificada. Não existe tal coisa como seja santificação instantânea. A verdadeira santificação é obra diária, continuando por tanto tempo quanto dure a vida. Aqueles que estão batalhando contra tentações diárias, vencendo as próprias tendências pecaminosas e buscando santidade do coração e da vida, não fazem nenhuma jactanciosa proclamação de santidade. Eles são famintos e sedentos de justiça. O pecado parece-lhes excessivamente pecaminoso.

Existem os que se consideram santos e fazem profissão da verdade, como fazem seus irmãos, de modo que se torna difícil fazer distinção entre eles; mas, a diferença existe, não obstante. O testemunho daqueles que se jactam de tão exaltada experiência fará que o suave Espírito de Cristo Se afaste de uma reunião, e deixará uma arrefecedora influência sobre os presentes; ao passo que, se eles estivessem realmente vivendo sem pecado, sua própria presença traria santos anjos à assembléia e suas palavras seriam, deveras, como “maçãs de ouro em salvas de prata”.


O tempo probante

No verão, ao olharmos para as árvores de distante floresta, todas vestidas de um lindo manto verde, não podemos distinguir as árvores sempre verdes das outras. Mas quando se aproxima o inverno e o rei gelo as envolve em seu gélido abraço, despojando as outras árvores de sua bela folhagem, as sempre verdes são prontamente discernidas. Assim será com todos os que andam em humildade, desconfiados de si mesmos, mas apegados, trementes, à mão de Cristo. Enquanto aqueles que confiam em si mesmos e se fiam da perfeição de seu próprio caráter, perdem seu falso manto de justiça, quando submetidos às tempestades da prova, os verdadeiramente justos, que sinceramente amam e temem a Deus, cobrem-se do manto da justiça de Cristo, tanto na prosperidade como na adversidade.

Renúncia própria, sacrifício pessoal, benevolência, bondade, amor, paciência, magnanimidade e confiança cristã são os frutos diários produzidos por aqueles que estão verdadeiramente ligados com Deus. Seus atos podem não ser publicados ao mundo, mas eles mesmos estão diariamente lutando contra o mundo e ganhando preciosas vitórias sobre a tentação e o mal. Solenes votos são renovados e mantidos mediante a força ganha por fervente oração e constante vigilância nela. O ardente entusiasta não discerne as lutas destes silenciosos obreiros; mas os olhos dAquele que vê os segredos do coração notam e recompensam com aprovação cada esforço feito com renúncia e mansidão. É preciso o tempo probante para revelar no caráter o ouro puro do amor e da fé. Quando provas e perplexidades vêm sobre a igreja, então se desenvolvem o firme zelo e as profundas afeições dos verdadeiros seguidores de Cristo.

Sentimo-nos tristes quando vemos professos cristãos desviarem-se pela falsa e fascinante teoria de que são perfeitos, porque é muito difícil desenganá-los e levá-los ao caminho reto. Eles procuram tornar lindo e aprazível o exterior, ao passo que o adorno interior — a mansidão e humildade de Cristo — lhes está faltando. O tempo de prova virá a todos, quando as esperanças de muitos, que por anos se sentiram seguros, serão vistas como estando sem fundamento. Quando em novas posições, sob circunstâncias variáveis, alguns, que pareciam ser colunas na casa de Deus, se revelarão apenas como madeira carcomida debaixo da pintura e verniz. Mas os humildes de coração, que diariamente sentiram a importância de firmar seu coração na Rocha eterna, permanecerão inabaláveis no meio das tempestades de provações, porque não se confiaram a si mesmos. “O fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus”.

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