A Lascívia:
O Poço de Pecado!
- Dela, pouco se fala, ao lermos o texto, passa despercebida. Talvez achemos
difícil pronunciá-la. Deve ser realmente terrível, perversa, corrupta. Mesmo ao
pronunciá-la, sentimos que precisamos do famoso sabão na boca para limpá-la, na
verdade, é o poço do pecado. Se você se sente assim com respeito a essa
palavra, então fico contente. É pelo menos um indício de que a sua vida não
está sendo corrompida pela lascívia. Isso porque a lascívia opõe-se diretamente
à vergonha do pecado. É o pecado que se esqueceu de como "ficar
vermelho". É um procedimento desavergonhado - sem limites, sem
impedimentos, avançando apressadamente sem restrições. Se alguma vez você
dirigiu um carro que o acelerador tranca ou montou um cavalo em disparada,
talvez você entenda o sentido disso. A todo vapor, fica extremamente difícil
controlá-los. Eles correm, avançando para onde querem.
- O apóstolo Paulo nos passa essa acepção da palavra quando escreve: "Os quais, tendo-se tornado
insensíveis, se entregaram à dissolução" (Efésios 4:19). São
aqueles que perderam a capacidade de "sentir" o grau da gravidade de
seu pecado. O pecado deles não os incomoda mais, e pouco lhes importa quem tome
conhecimento. A Versão Revista e Atualizada usa a palavra "insensíveis".
Examinando o contexto desse texto, podemos observar expressões como: a vaidade
dos pensamentos, obscurecidos de entendimento, ignorância, dureza de coração.
Claramente, a pessoa não está pensando com clareza. O discernimento entre o
certo e o errado ficou escurecido e o pensamento enganoso tomou o comando. Isso
no fim resultará na incapacidade de enxergar o erro. Parecerá que está bem, e
aceitável - "todo o mundo
faz". A palavra carrega a noção de "licença".
Ela transmite a idéia de que uma pessoa dissoluta é alguém que crê ter o
direito de fazer o que faz. Em Gálatas
5, Paulo levanta a questão da liberdade. "Para
a liberdade foi que Cristo nos libertou" (5:1). Mas ele adverte: "Não useis da liberdade
para dar ocasião à carne" (5:13). Liberdade não é libertinagem.
Liberdade implica policiar-nos - restringindo-nos,
controlando-nos. Não há lugar para cavalos em disparada aqui.
- Propositadamente evitei de fazer qualquer aplicação. Agi assim porque quis
pintar um quadro o mais abrangente possível do significado dessa palavra. Claro
está que sua aplicação encontra-se sobretudo no âmbito dos pecados sexuais ou
sensuais. É conhecida pelos seus companheiros: orgias, bebedices, promiscuidade
sexual (Romanos 13:13);
impurezas, fornicação (2
Coríntios 12:21); concupiscências (1
Pedro 4:3). Mas não posso deixar de ressaltar que esses textos, assim como Gálatas 5, mostram pecados como
contendas, ciúmes, iras, dissensões, facções, maledicências, difamações,
arrogâncias, idolatrias. Enfim, estou dizendo que a dissolução é a base de
muitos pecados. A dissolução, embora seja um pecado específico, deve ser vista como uma postura que temos para com os nossos pecados - sexuais ou de
outra ordem. Pode ser designada como uma postura "não-me-importa/não-quero-nem-saber".
O coração ciumento e a língua difamadora não encontram raízes na cegueira
ilimitada no que diz respeito à culpa verdadeira desses pecados? "Se eu fizer, não é fofoca." O que
semeia contenda e dissensão não tem a vaidade de pensamentos em que encontram
apoio para agir como agem? Não se envergonham desse procedimento
desavergonhado. São arrogantes e voluntariosos por causa da dureza de seu
entendimento. "O meu caso
é justo." O que fomenta
a falsa religião nem pensa em redecorar a casa de Deus. O cavalo segue solto,
galopando!
- É impressionante que, na tentativa de se livrarem da culpa e da vergonha,
tornam-se escravos da pior espécie. Enganados e seduzidos pelos seus desejos,
são como escravos do barco amarrados aos remos de seus desejos - remando em
direção às suas concupiscências. Pedro fala dos falsos mestres que "proferindo palavras
jactanciosas de vaidade, engodam com paixões carnais, por suas libertinagens . . . prometendo-lhes liberdade,
quando eles mesmos são escravos da corrupção, pois aquele que é vencido fica
escravo do vencedor" (2 Pedro 2:18-19).
Que devemos fazer? Seria de grande ajuda fazermos um estudo
cuidadoso e refletido de 2
Pedro 2. Esse texto trata desse pecado mais que qualquer outro capítulo da
Bíblia. Também precisamos ouvir a Pedro, quando diz que o mundo "estranham
que não concorrais com eles ao mesmo excesso de devassidão".
Nossas vidas devem ser diferentes. Paulo afirma: "Já é hora de vos
despertardes do sono . . . deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos
das armas da luz . . . Andemos dignamente . . . e nada disponhais para a carne
no tocante às suas concupiscências" (Romanos 13:11-14). Evitar
esse pecado não acontecerá por acaso. Requer consciência, esforço concentrado
de nossa parte. E, se nos encontrarmos envolvidos nele, devemos saber que
podemos ser perdoados. Arrependa-se! (2
Coríntios 12:21)
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