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Magazine na Lanterna

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Como Jesus Venceu a Tentação

Como Jesus Venceu a Tentação – Como venceremos as tentações?

Na luta do cristão contra o diabo, o principal campo de batalha é a tentação. O discípulo precisa vencer o inimigo superando as tentações. Não estamos sós, contudo. Jesus Cristo tornou-se um homem, foi tentado como somos, obteve a vitória, assim mostrando como nós podemos triunfar sobre Satanás (Hebreus 2:17-18; 4:15). É essencial, portanto, que analisemos cuidadosamente de que forma Jesus venceu.
Embora Jesus fosse tentado várias vezes, ele enfrentou um teste especialmente severo logo depois que foi batizado. Lucas recorda este evento (Lucas 4:1-13), mas seguiremos a história conforme Mateus a conta: "A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome" (Mateus 4:1-2). Pelo fato que foi o Espírito que levou Jesus para o deserto mostra que Deus pretendia que Jesus fosse totalmente humano e sofresse tentação. Veremos a seguir  três tentativas de Satanás para seduzir Jesus.

Primeira Tentação

A afirmação do diabo: "Se és o Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães" (Lucas 4:3). O diabo é um mestre das coisas aparentemente lógicas. Jesus estava faminto; ele tinha poder para transformar as pedras em pão. O diabo simplesmente sugeriu que ele tirasse vantagem de seu privilégio e poder especial para prover sua necessidade imediata que era a fome.
As questões: Era verdade que Jesus necessitava de alimento para sobreviver. Mas a questão era como ele o obteria. Lembre-se de que foi Deus quem o conduziu a um deserto sem alimento. O diabo aconselhou Jesus a agir independentemente e encontrar seus próprios meios para suprir sua necessidade. Confiará ele em Deus ou se alimentará a seu próprio modo? Há aqui, também, uma questão mais básica: Como Jesus usará suas aptidões? O grande poder que Jesus tinha seria usado como uma lâmpada de Aladim, para gratificar seus desejos pessoais? A tentação era ressaltar demais os privilégios de sua divindade e minimizar as responsabilidades de sua humanidade. E isto era crucial, porque o plano de Deus era que Jesus enfrentasse a tentação na área de sua humanidade, usando somente os recursos que todos nós temos a nossa disposição.
A resposta de Jesus: "Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus" (Mateus 4:4). Em cada teste, Jesus se voltava para as Escrituras, usando um meio que nós também podemos empregar para superar a tentação. A passagem que ele citou foi a mais adequada naquela situação. No contexto, os israelitas tinham aprendido durante seus 40 anos no deserto que eles deveriam esperar e confiar no Senhor para conseguir alimento, e não tentar conceber seus próprios esquemas para se sustentarem.
Lições: 1. O diabo ataca as nossas fraquezas. Ele não se acanha em provar nossas áreas mais vulneráveis. Depois de jejuar 40 dias, Jesus estava faminto. Daí, a tentação de fazer alimento de uma maneira não autorizada. Satanás escolhe justamente aquela tentação à qual somos mais vulneráveis, no momento. De fato, as tentações são freqüentemente ligadas a sofrimento ou desejos físicos. 2. A tentação parece razoável. O errado freqüentemente parece certo. Um homem "tem que comer". Muitas pessoas sentem que necessidades pessoais as isentam da responsabilidade de obedecer às leis de Deus. 3. Precisamos confiar em Deus. Jesus precisava de alimento, sim. Porém, mais do que isso, precisava fazer a vontade do Pai. É sempre certo fazer o certo e sempre errado fazer o errado. Deus proverá o que ele achar melhor; meu dever é obedecer-lhe. É melhor morrer de fome do que desagradar ao Senhor.

Segunda Tentação

A afirmação do diabo: "Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo e lhe disse: Se és filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te sustentarão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra" (Mateus 4:5-6). Jesus tinha replicado à tentação anterior dizendo que confiava em cada palavra do Senhor. Aqui Satanás está dizendo: "Bem, se confia tanto em Deus, então experimenta-o. Verifica o sistema e vê se ele realmente cuidará de ti." E ele confirmou a tentação com um trecho das Escrituras.
As questões: A questão é: Jesus confiará sem experimentar a Deus? Desde que Deus prometeu preservá-lo do perigo, é certo criar um perigo, só para ver se Deus realmente fará como disse?
A resposta de Jesus: "Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus" (Mateus 4:7). A confiança verdadeira aceita a palavra de Deus e não necessita testá-la.
Lições: 1. O diabo cita a Escritura; ele põe como isca no seu anzol os versículos da Bíblia. Pessoas freqüentemente aceitam qualquer ensinamento, se está acompanhado por um bocado de versículos. Mas cuidado! O mesmo diabo que pode disfarçar-se como um anjo celestial (2 Coríntios 11:13-15) pode, certamente, deturpar as Escrituras para seus próprios propósitos. O diabo fez três enganos: Primeiro, não tomou todas as Escrituras. Jesus replicou com: "Também está escrito". A verdade é a soma de tudo o que Deus diz; por isso precisamos estudar todos os ensinamentos das Escrituras a respeito de um determinado assunto para conhecer verdadeiramente a vontade de Deus. Segundo, ele tomou a passagem fora do contexto. O Salmo 91, no contexto, conforta o homem que confia e depende do Senhor; ao homem que sente necessidade de testar o Senhor nada é prometido aqui. Terceiro, Satanás usou uma passagem figurada literalmente. No contexto, o ponto não era uma proteção física, mas uma espiritual. 2. Satanás é versátil. Jesus venceu em uma área, então o diabo se mudou para outra. Temos que estar sempre em guarda (1 Pedro 5:8). 3. A confiança não experimenta, não continua pondo condições ao nosso serviço a Deus, e não continua exigindo mais prova. Em vista da abundante evidência que Deus apresentou, é perverso pedir a Deus para fazer algo mais para dar prova de si.

Terceira Tentação

A afirmação do diabo: "Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou- lhe todos os reinos do mundo e a glória deles e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares" (Mateus 4:8-9). Que tentação! O diabo deslumbrava com a torturante possibilidade de reinar sobre todos os reinos do mundo.
As questões: A questão aqui não era tanto a de Jesus tornar-se um rei (Deus já lhe tinha prometido isso Salmo 2:7-9; Gênesis 49:10), mas de como e quando. O Senhor prometeu o reinado ao Filho depois de seu sofrimento (Hebreus 2:9). O diabo ofereceu um atalho: a coroa sem a cruz. Era um compromisso. Ele poderia governar todos os reinos do mundo e entregá-los ao Pai. Mas, no processo, o reino se tornaria impuro. Então as questões são: Como Jesus se tornaria rei? Você pode usar um meio errado e, no fim, conseguir fazer o bem?
A resposta de Jesus: "Retira-te Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele darás culto" (Mateus 4:10). Nada é bom se é errado, se viola as Escrituras.
Lições: 1. Satanás paga o que for necessário. O diabo ofereceu tudo para "comprar" Jesus. Se houver um preço pelo qual você desobedecerá a Deus, pode esperar que o diabo virá pagá-lo. (Mateus 16:26). 2. O diabo oferece atalhos. Ele oferece o mais fácil, o mais decisivo caminho ao poder e à vitória. Jesus recusou o atalho; Ele ganharia os reinos pelo modo que o Pai tinha determinado. Hoje Satanás tenta as pessoas até na igrejas a usar atalhos para ganhar poder e converter pessoas. O caminho de Deus é converter ensinando o evangelho (Romanos 1:16). Exatamente como ele tentou Jesus para corromper sua missão e ganhar poder através de meios carnais, assim ele tenta nestes dias. 3. O diabo oferece compromissos por bons propósitos. Ele testa a profundeza de nossa pureza. Ele nos tenta a usar erradamente as Escrituras para apoiar um bom ponto ou dizer uma mentira de modo a atingir um bom resultado. Nunca é certo fazer o que é errado.

Conclusão

Nesta batalha entre os dois leões (1 Pedro 5:8; Apocalipse 5:5), Jesus ganhou uma vitória decisiva. E ele fez isso do mesmo modo que nós temos que fazer. Confiou em Deus (1 João 5:4; Efésios 6:16). Usou as Escrituras (1 João 2:14; Colossenses 3:16). Resistiu ao diabo (Tiago 4:7; 1 Pedro 5:9). O ponto crucial é este: Jesus Cristo nunca fez o que ele sabia que não era certo. Que Deus nos ajude a seguir seus passos. (1 Pedro 2:21).

= Que Deus lhe abençoe, em nome de Jesus Cristo! Amém! =

domingo, 28 de setembro de 2014

A Salvação por Jesus Cristo é para todos...

Tão Grande Salvação - um Grande Presente!

Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos que são forasteiros da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia, eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas. Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo. Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo; a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma. Foi a respeito desta salvação que os profetas indagaram e inquiriram, os quais profetizaram acerca da graça a vós outros destinada, investigando, atentamente, qual a ocasião ou quais as circunstâncias oportunas, indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava, ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos referentes a Cristo e sobre as glórias que os seguiriam. A eles foi revelado que, não para si mesmos, mas para vós outros, ministravam as coisas que, agora, vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho, coisas essas que anjos anelam perscrutar. Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo. Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo. Ora, se invocais como Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo as obras de cada um, portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação, sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós que, por meio dele, tendes fé em Deus, o qual o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de sorte que a vossa fé e esperança estejam em Deus” (1 Pe 1.1-21).
O maior presente já concebido e concedido à humanidade é a redenção. Somente um Deus onisciente e onipotente poderia planejar e realizar a redenção dos seres humanos.
O maior presente já concebido e concedido à humanidade é a redenção. Somente um Deus onisciente e onipotente poderia planejar e realizar a redenção dos seres humanos. No primeiro capítulo de 1 Pedro, o Senhor nos lembra, através do apóstolo Pedro, que nossa redenção é baseada na graça, verdade e soberania de Deus.
Pedro escreveu esta epístola aos cristãos judeus e gentios, chamados “forasteiros da Dispersão (Diáspora) no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia” (1 Pedro 1.1).Eles eram peregrinos (forasteiros, residentes temporários), porque seu verdadeiro lar estava no céu.
Embora o artigo definido (a) esteja incluso antes da palavra dispersão (de + a Dispersão), ele não aparece no original grego. Sem o artigo definido, a construção indica qualidades ou características, em vez de apontar para uma identidade particular.
Apesar de a palavra diáspora referir-se normalmente ao povo judeu espalhado pelo mundo, aqui não é assim. Pedro omitiu o artigo definido no versículo 1, revelando que não estava aludindo especificamente aos cristãos judeus, mas a todos os cristãos espalhados pela Ásia Menor (atual Turquia).
Selecionados Para Salvação
Usando uma seleção cuidadosa de palavras, Pedro revelou como o Deus triúno garantiu a salvação.
Eleitos – Em primeiro lugar, Deus Pai selecionou aqueles que seriam salvos. Eles foram“eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação” (v.2). Eleição refere-se ao ato soberano de Deus pelo qual Ele incondicionalmente escolheu homens e mulheres para Si mesmo. A escolha incondicional de Deus não foi baseada em qualquer mérito dos indivíduos, mas foi de acordo com Sua graça e a satisfação da Sua vontade.
Santificados – Em segundo lugar, os crentes são santificados pelo Espírito Santo (v.2). Ou seja, o Espírito Santo aplica os benefícios do sacrifício de Cristo a cada um, pelos quais somos purificados do pecado e separados para o serviço do Senhor.
Aspergidos – Em terceiro lugar, “a aspersão do sangue de Cristo” torna possível às pessoas a salvação e a purificação dos pecados, e capacita-as a viver em submissão obediente ao Senhor e à Sua Palavra.
O Sofrimento dos Santos
Esses novos crentes se alegraram em sua salvação e herança em Cristo. Ao mesmo tempo, eles foram “contristados por várias provações”, por causa da sua fé (v.6). Deus permite esses testes para revelar “a evidência genuína da fé”: “Para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo; a quem, não havendo visto, amais” (vv.7-8).
Como o ouro precisa ser depurado em fogo para ser refinado e purificado, assim o fogo depurador das provações purifica a nossa fé.
Como o ouro precisa ser depurado em fogo para ser refinado e purificado, assim o fogo depurador das provações purifica a nossa fé. Uma fé que resiste às chamas da perseguição é verdadeiramente genuína. O resultado traz ao crente “louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo” – ou seja, reconhecimento e recompensa no retorno de Cristo para Sua igreja (v.7).
Embora Pedro tenha visto o Senhor Jesus fisicamente, ele estava escrevendo aos crentes que não O tinham visto. Estes amavam a Cristo por causa do que Ele tinha feito por eles (v.8). A fé cristã não é sustentada por uma visão física do Salvador, mas através de um relacionamento pessoal com Ele.
Além disto, eles se alegraram pela salvação “com alegria indizível e cheia de glória” (v.8). Ou seja, a alegria deles era tão grande que não havia palavras para expressar sua intensidade e a glória completa que experimentavam. Por causa do seu relacionamento de amor com Jesus Cristo, eles percebiam mais uma vez o objetivo da sua fé, que era a salvação de suas almas (v.9).
Investigando as Escrituras Sagradas
Pedro encorajou esses crentes sofredores fazendo referência aos profetas hebreus: “Foi a respeito desta salvação que os profetas indagaram e inquiriram, os quais profetizaram acerca da graça a vós outros destinada” (v. 10). Séculos antes, o Espírito Santo havia revelado aos profetas (1) a “graça” de Deus que viria para os crentes (v.10); (2) “os sofrimentos referentes a Cristo” no momento da crucificação (v.11); e (3) “as glórias que os seguiriam” através da ressurreição, ascensão e entronização de Cristo (v.11).
Os profetas procuraram diligente e cuidadosamente entender seus próprios escritos. Eles não apenas indagaram e inquiriram o sentido de suas profecias, diz Pedro, mas também investigaram “qual a ocasião ou quais as circunstâncias oportunas, indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava, ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos referentes a Cristo e sobre as glórias que os seguiriam” (v.11). Ou seja, os profetas tentaram descobrir o tempo e as circunstâncias que o Espírito de Cristo estava indicando. O Espírito Santo revelou a esses profetas que a salvação sobre a qual eles haviam escrito não seria cumprida no tempo de vida deles, mas em uma época futura (v. 12).
Seres mais sábios que os profetas do Antigo Testamento, que são os anjos, “anelam perscrutar” vários aspectos da salvação (v.12). A palavra perscrutar descreve uma pessoa inclinada para frente, explorando e examinando algo seriamente e com atenção. Portanto, os santos anjos têm um desejo contínuo e intenso de compreender inteiramente o mistério envolvido na redenção da humanidade, que está fora da esfera da sua compreensão, porque anjos não experimentam a salvação.
A Mordomia dos Santos
Depois de transmitir uma base doutrinária para a fé desses novos crentes, Pedro revelou a responsabilidade que eles tinham de viver por Cristo: “Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo. Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está : Sede santos, porque eu sou santo” (vv.13-16).
Nossa redenção foi adquirida através do sangue precioso de Cristo. Ela foi planejada na eternidade passada, porque Cristo estava predestinado antes da fundação do mundo para dar Sua vida como um sacrifício resgatador pelo pecado.
Primeiro, eles precisavam ter esperança referente à expectativa paciente da volta de Cristo e de todas as bênçãos como recompensa. Deveriam ter esperança na alegria que Cristo vai conceder aos crentes em Seu retorno. Ao escrever “cingindo o vosso entendimento”, Pedro nos diz para termos uma mentalidade ligada às Escrituras, que resulte em preparação para servir ao Senhor.
Segundo, ele disse para sermos sóbrios, significando que devemos manifestar autodisciplina e autocontrole. Os redimidos devem viver “como filhos da obediência”,evitando suas antigas práticas pecaminosas.
Além do mais, somos convocados a ser santos. O povo de Deus deve ter um padrão de vida digno dEle (v.15). Ele é infinitamente santo, e Seu propósito redentor é libertar a humanidade corrupta de toda forma de maldade, a fim de que as pessoas em qualquer lugar possam ser conformadas à imagem de Cristo (Roman 8.29).
Também temos que honrar a Deus. Os cristãos devem ter temor de Deus e prestar-Lhe a devida reverência, vivendo sua peregrinação na Terra em temor, porque Ele julgará suas obras (serviço) sem parcialidade no Julgamento do Trono de Cristo: “Ora, se invocais como Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo as obras de cada um, portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação” (v.17).
Sacrifício Pelo Pecado
Pedro enumerou o grande custo da nossa salvação: “Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo” (vv.18-19).
Nossa redenção foi adquirida através do sangue precioso de Cristo. Ela foi planejada na eternidade passada, porque Cristo estava predestinado antes da fundação do mundo para dar Sua vida como um sacrifício resgatador pelo pecado. Esse plano foi revelado no fim dos tempos (v.20).
Provas do sacrifício redentor de Cristo pelos pecados foram vistas em Sua ressurreição (v.21). Seu ato redentor foi perfeito e confirmou-se quando Deus Pai “o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória” (v.21). Isso aconteceu na ascensão e exaltação de Cristo até seu trono à direita do Pai.
Um dos propósitos fundamentais da redenção era dar aos crentes fé e esperança em Deus. A fé nos capacita a receber a redenção, e em esperança aguardamos a finalização da nossa redenção na Segunda Vinda de Cristo (v.21).
O escritor de Hebreus disse: “Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?” (Hb 2.3). Coloque sua fé em Cristo agora, pois amanhã pode ser muito tarde.


quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Pastor lista “sinais da vinda de Cristo”...

Pastor lista “sinais da vinda de Cristo” e diz que a Grande Tribulação começará no próximo ano (2015)
Pastor lista “sinais da vinda de Cristo” e diz que a Grande Tribulação começará no próximo ano 
A aparição das luas de sangue no início deste ano ainda rende discussões no meio cristão, e agora um teólogo afirma que o período da Grande Tribulação descrito no Apocalipse se iniciará em 2015.
Mark Biltz é um teólogo, pastor e estudioso sobre profecias, e acredita que há sinais claros que estão no céu e na terra de que a Grande Tribulação começará em um ano, no máximo. Para ele, a aparição da primeira lua de sangue na última Páscoa marcou o início do processo.
Desde 2008 ele vem fazendo o que ele chama de “alerta para a Igreja”, através das quatro luas de sangue em datas proféticas entre 2014 e 2015, segundo informações do portal Noticia Cristiana.
Judeu, Biltz passou anos estudando as profecias de Gênesis sobre o sol e a lua, onde a Bíblia afirma que as luzes no céu serviriam como “sinais para as estações do ano”. “O termo hebraico significa que ele não é apenas um sinal, mas um sinal da Sua vinda”, explica Biltz, que explica que a palavra traduzida como “estações” tem o significado de “certo tempo”, o que significa que as celebrações do feriado estabelecidas por Deus no Antigo Testamento seguem o calendário lunar adotado por judeus.
“Os eventos são agora fora de controle”, escreveu o pastor em um artigo. A lista destes “eventos”, inclui ataques contra os cristãos por muçulmanos radicais como Estado Islâmico e Boko Haram. Ele também menciona o surto de Ebola na África, que afeta pelo menos cinco países e ameaça tornar-se uma epidemia continental.
O pastor afirma que, embora com menos espaço na mídia, os ataques terroristas em Jerusalém têm crescido exponencialmente nos últimos meses, de acordo com o Serviço de Segurança de Israel (Shabak).
Em um estudo sobre terremotos, o aumento dos tremores que atingiram mais de 6 pontos na escala Richter foi confirmada. 116 terremotos ocorreram este ano, 70 deles durante a primeira lua do sangue. Ou seja, em 2014, um crescimento médio superior a quatro vezes em relação aos grandes terremotos na última década.
Biltz diz ainda não ter dúvidas de que estas são “as dores de parto da vinda do Messias”, e afirma que estamos vivendo o relógio profético.

Fonte: Gospel+

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Os últimos pecados a morrer!

Os Últimos Pecados a Morrer: O Ciúme,
a Inveja e a Contenda



- Aristóteles definia ciúmes como o desejo de ter o que outra pessoa possui. Era originariamente uma palavra boa e referia-se ao desejo de imitar uma coisa nobre da outra pessoa. Mais tarde a palavra passou a ser associada com um desejo lascivo daquilo que pertencia a outra pessoa. Salomão reconheceu a vaidade (inutilidade) desse pecado quando disse: "Então vi que todo trabalho e toda destreza em obras provêm da inveja do homem contra o seu próximo" (Eclesiastes 4:4). Tentar "seguir o padrão de vida do vizinho" é um pecado que não somente nos impedirá de ir para o céu, mas também mesmo nesta vida nos tirará a satisfação (Filipenses4:12-13). Embora o ciúme simplesmente cobice a riqueza e a honra dos outros, a inveja é algo que se faz acompanhar de rancor. A inveja não é necessariamente querer para nós mesmos, mas simplesmente querer que seja tirado do outro. A inveja é o sentimento de infelicidade produzido por presenciarmos a vantagem ou a prosperidade do outro. Os invejosos se incomodam com os sucessos dos amigos.
- O ciúme e a inveja são sempre seguidos da contenda na igreja (Romanos13:13; 1 Coríntios 3:3). Quando nos magoamos por causa daquilo que outros conquistaram, quer financeiramente, quer na reputação, a ambição egoísta nos torna arrogantes contra o nosso irmão (Tiago 3:14). O ciúme dos coríntios para com os pregadores gerou contenda e divisão (1 Coríntios 3:3-4). Os irmãos ciumentos estão associados com a contenda, com a ira, com as disputas, as maledicências, a difamação, a arrogância e as perturbações (2 Coríntios 12:20). O ciúme e a inveja levaram os irmãos de José a querê-lo morto, geraram a rebelião de Coré, levaram Caim a matar Abel, o Sinédrio a matar Jesus e aprisionar os apóstolos. Muitos hoje e no primeiro século pregam e pregaram a Cristo movidos pela inveja (Filipenses 1:15). São zelosos pela causa de Cristo, mas esse zelo é motivado pelo desejo de desacreditarem outros irmãos.

- A contenda nasce da inveja, da ambição e do desejo de prestígio, de posição e de destaque. É o espírito que nasce da competição desmedida e ímpia. A contenda corre solta quando os cristãos odeiam ser superados. Domina quando o homem se esquece que só o que se humilha pode ser exaltado. Os irmãos invejosos e competitivos cobrem o seu pecado com debates "consagrados" sobre as palavras e sobre as questões controversas (1 Timóteo 6:4-5). Que a nossa posição a favor da verdade não seja obscurecida com o motivo pecaminoso da inveja que nos conduz à contenda. Uma vez que a contenda entra na igreja, o culto passa a ser inviabilizado. Os cristãos, e mesmo os presbíteros e pregadores, ficam tão preocupados com os seus direitos, dignidade, prestígio, práticas e procedimentos que fica impossível haver uma atmosfera que dê margem ao louvor e à adoração. Com o ciúmes e a inveja no coração, não podemos fazer julgamentos justos; o julgamento parcial só gera mais contenda. A adoração a Deus e as disputas dos homens não combinam.
-         O ciúme e a inveja parecem ser os últimos pecados a desaparecer da vida do Espírito. Após a longa lista que Paulo apresenta de pecados da carne e do fruto do Espírito em Gálatas 5, ele conclui o seu pensamento com a advertência: "Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.  Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros" (5:25-26). Ninguém acusou os apóstolos durante o ministério de Jesus Cristo de fornicação, impureza, sensualidade, idolatria, feitiçaria, embriaguez e orgias - mas na noite antes de Jesus morrer, eles eram invejosos e cheios de contenda (Lucas 22:24). Não é necessário participar do trabalho da igreja por muito tempo para descobrir que fonte eterna de problemas é a inveja.
-         Como corrigimos o espírito invejoso e ciumento em nós mesmos? "Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram. Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos" (Romanos 12:15-16). "Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes, não pagando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo" (1 Pedro 3:8-9).

-         "Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz" (Tiago 3:18). Todos estamos tentando ceifar uma colheita resultante da boa vida, mas as sementes que produzem essa colheita jamais podem brotar numa atmosfera que não seja aquela com os relacionamentos corretos. O grupo em que há inveja e contenda é um solo infértil, em que não pode crescer nenhuma colheita justa.
   
= Que Deus lhe abençoe, em nome de Jesus Cristo! Amém! =

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

A Lascívia: O Poço de Pecado!

A Lascívia: O Poço de Pecado!


-         Dela, pouco se fala, ao lermos o texto, passa despercebida. Talvez achemos difícil pronunciá-la. Deve ser realmente terrível, perversa, corrupta. Mesmo ao pronunciá-la, sentimos que precisamos do famoso sabão na boca para limpá-la, na verdade, é o poço do pecado. Se você se sente assim com respeito a essa palavra, então fico contente. É pelo menos um indício de que a sua vida não está sendo corrompida pela lascívia. Isso porque a lascívia opõe-se diretamente à vergonha do pecado. É o pecado que se esqueceu de como "ficar vermelho". É um procedimento desavergonhado - sem limites, sem impedimentos, avançando apressadamente sem restrições. Se alguma vez você dirigiu um carro que o acelerador tranca ou montou um cavalo em disparada, talvez você entenda o sentido disso. A todo vapor, fica extremamente difícil controlá-los. Eles correm, avançando para onde querem.
-         O apóstolo Paulo nos passa essa acepção da palavra quando escreve: "Os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução" (Efésios 4:19). São aqueles que perderam a capacidade de "sentir" o grau da gravidade de seu pecado. O pecado deles não os incomoda mais, e pouco lhes importa quem tome conhecimento. A Versão Revista e Atualizada usa a palavra "insensíveis". Examinando o contexto desse texto, podemos observar expressões como: a vaidade dos pensamentos, obscurecidos de entendimento, ignorância, dureza de coração. Claramente, a pessoa não está pensando com clareza. O discernimento entre o certo e o errado ficou escurecido e o pensamento enganoso tomou o comando. Isso no fim resultará na incapacidade de enxergar o erro. Parecerá que está bem, e aceitável - "todo o mundo faz". A palavra carrega a noção de "licença". Ela transmite a idéia de que uma pessoa dissoluta é alguém que crê ter o direito de fazer o que faz. Em Gálatas 5, Paulo levanta a questão da liberdade. "Para a liberdade foi que Cristo nos libertou" (5:1). Mas ele adverte: "Não useis da liberdade para dar ocasião à carne" (5:13). Liberdade não é libertinagem. Liberdade implica policiar-nos - restringindo-nos, controlando-nos. Não há lugar para cavalos em disparada aqui.

-         Propositadamente evitei de fazer qualquer aplicação. Agi assim porque quis pintar um quadro o mais abrangente possível do significado dessa palavra. Claro está que sua aplicação encontra-se sobretudo no âmbito dos pecados sexuais ou sensuais. É conhecida pelos seus companheiros: orgias, bebedices, promiscuidade sexual (Romanos 13:13); impurezas, fornicação (2 Coríntios 12:21); concupiscências (1 Pedro 4:3). Mas não posso deixar de ressaltar que esses textos, assim como Gálatas 5, mostram pecados como contendas, ciúmes, iras, dissensões, facções, maledicências, difamações, arrogâncias, idolatrias. Enfim, estou dizendo que a dissolução é a base de muitos pecados. A dissolução, embora seja um pecado específico, deve ser vista como uma postura que temos para com os nossos pecados - sexuais ou de outra ordem. Pode ser designada como uma postura "não-me-importa/não-quero-nem-saber". O coração ciumento e a língua difamadora não encontram raízes na cegueira ilimitada no que diz respeito à culpa verdadeira desses pecados? "Se eu fizer, não é fofoca." O que semeia contenda e dissensão não tem a vaidade de pensamentos em que encontram apoio para agir como agem? Não se envergonham desse procedimento desavergonhado. São arrogantes e voluntariosos por causa da dureza de seu entendimento. "O meu caso é justo." O que fomenta a falsa religião nem pensa em redecorar a casa de Deus. O cavalo segue solto, galopando!

-         É impressionante que, na tentativa de se livrarem da culpa e da vergonha, tornam-se escravos da pior espécie. Enganados e seduzidos pelos seus desejos, são como escravos do barco amarrados aos remos de seus desejos - remando em direção às suas concupiscências.  Pedro fala dos falsos mestres que "proferindo palavras jactanciosas de vaidade, engodam com paixões carnais, por suas libertinagens . . . prometendo-lhes liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção, pois aquele que é vencido fica escravo do vencedor" (2 Pedro 2:18-19).
Que devemos fazer? Seria de grande ajuda fazermos um estudo cuidadoso e refletido de 2 Pedro 2. Esse texto trata desse pecado mais que qualquer outro capítulo da Bíblia. Também precisamos ouvir a Pedro, quando diz que o mundo "estranham que não concorrais com eles ao mesmo excesso de devassidão". Nossas vidas devem ser diferentes. Paulo afirma: "Já é hora de vos despertardes do sono . . . deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz . . . Andemos dignamente . . . e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências" (Romanos 13:11-14). Evitar esse pecado não acontecerá por acaso. Requer consciência, esforço concentrado de nossa parte. E, se nos encontrarmos envolvidos nele, devemos saber que podemos ser perdoados. Arrependa-se! (2 Coríntios 12:21)

domingo, 21 de setembro de 2014

O Êxodo...

[Arqueologia Bíblica] O Êxodo
Figura 1 – Travessia do mar pelo povo hebreu após saída do Egito

E quanto à presença de hebreus no delta do Nilo? Podemos acreditar acreditar que foram os descendentes de Jacó que construíram alguns dos monumentos hoje encontrados no Egito? Entre os modernos cidadãos do Cairo (mulçumanos na sua maioria) chega a ser uma “tolice” supor tal possibilidade. Certa vez, fiz o teste de perguntar a um guia junto às pirâmides de Saqqara, qual a sua opinião sobre a possibilidade dos hebreus haverem contruído alguns daqueles monumentos. Seu semblante que havia sido alegre durante todo o dia decaiu repentinamente e percebi logo que falar de “história hebraica” num ambiente islâmico era algo proibido, mesmo se tratando do Egito que mantêm relações diplomáticas com Israel. Assim, fico me perguntando se o motivo por detrás da negação do Êxodo não é, na verdade, um preconceito étnico recheado de razões políticas que temem fermentar o conflito árabe-israelense caso se confirme o triunfo hebreu descrito na Bíblia.
Mas o método científico não deve contemplar nenhum tipo de xenofobismo. Uma pesquisa séria, desprovida de nacionalismos, deve ser feita para averiguar a realidade dos fatos que nos interessam. Realmente, devemos admitir que não foi encontrada ainda uma menção direta nas fontes egípcias acerca da opressão dos hebreus ou da saga de Moisés. Afinal, como dissemos, ainda há muito a ser descoberto sobre a própria história dos faraós. Ademais, lembremos, havia a prática de alguns monarcas apagarem dos monumentos oficiais, relatos de conquistas que aconteceram antes de seu governo e, em virtude disso, muita coisa está definitivamente perdida. Entretanto, existem algumas preciosas evidências que nos levam a crer que a Bíblia esteja correta ao contar esta magnífica história do Êxodo.
O próprio relado da opressão possui um detalhe que não pode ser passado por alto. O texto bíblico diz que:
“os egípcios, com tirania, faziam servir os filhos de Israel e lhes fizeram amargar a vida com dura servidão, em barro, e em tijolos, e com todo o trabalho no campo” (Êxodo 1:13-14)
É impressionante ver que até hoje moradores pobres das margens do Nilo mantêm a mesma prática milenar de produzir tijolo com barro tirado do próprio rio e misturá-lo com palha como, aliás, a Bíblia menciona acerca dos hebreus, em Êxodo 5:6.
Esse episódio, caso não fosse real, só poderia ter sido criado a partir de coisas que o escriba estivesse acostumado a ver. Contudo, é significativo o fato de que o fabrico de tijolos não era corrente em Jerusalém, onde as edificações eram normalmente feitas de pedras. O mesmo se pode dizer dos babilônicos que, embora fabricassem tijolos, os faziam com técnicas muito mais avançadas que os egípcios, usando, inclusive, fornos elevados a altas temperaturas que dispensavam o secamento do tijolo à luz do sol. Portanto, só resta sugerir que o autor bíblico descrevia uma prática que ele mesmo testemunhara não na Babilônia ou em Jerusalém, mas no próprio Egito.
O dia a dia das olarias egípcias está bem preservado em vários desenhos que decoram as paredes das tumbas egípcias. Uma, em especial, merece ser mencionada. Ela pertenceu a um vizir chamado Rekhmire, que viveu sob o domínio de Tutmés III, cerca do século 15 a.C., isto é, perto da época do Êxodo. Ali temos várias cenas de trabalhadores braçais semitas (muitos deles, certamente hebreus) fabricando tijolos, à semelhança do que descreve o relato bíblico. Os capatazes egípcios são representados com varas nas mãos chicoteando impiedosamente os trabalhadores escravos.


Figura 2 – Semitas fazendo tijolos com barro conforme Êxodo 1:13-14 | pond = lagoa | brick wall = parede de tijolos | Tumba de Rekhmire, o vizir em Tebas, datada no período de Tutmés III. (Fonte: Bible.ca).

Desenhos ornamentais encontrados num dos templos de Tebas, mais precisamente no complexo de Karnac, mostram a figura de um egípcio tendo em sua mão uma vara levantada, dizendo aos trabalhadores: “a vara está em minha mão! Não sejam preguiçosos!”. Noutra parede, um relevo de Tutmés III mostra o faraó em pessoa espancando um escravo siro-palestino (ou seja, hebreu) e levantando-o pelos cabelos em sinal de extrema humilhação. O escravo, que acabara de ser subjugado, ergue as mãos implorando misericórdia. Foi uma cena dessas que serviu de impulso para explodir a ira de Moisés, levando-o a matar o feitor egípcio (Êxodo 2:11-15).



Um dos principais capitães do faraó Ahmose I, que liderou suas tropas na guerra contra os hicsos, também se chamava Ahmose (talvez em homenagem ao rei que ele tanto admirava!). Sua tumba foi descoberta pelos arqueólogos e hoje pode ser visitada na vila de El-Mahamid, a poucos quilômetros ao sul de Luxor. As paredes do túmulo seguem  a cultura egípcia de descrever a vida do morto e, portanto, estão repletas de inscrições contando as proezas do capitão a serviço do faraó. O texto descreve sua coragem frente aos inimigos hicsos e relata o nome de dezenove escravos que lhe foram dados pelo próprio rei como prêmio pelas batalhas vencidas. O curioso é que a maioria dos alistados tem nomes semitas, pelo que não nos parece impossível supor, com boa probabilidade de acerto, que se tratassem de escravos hebreus! Não podiam ser escravos hicsos (embora também fossem semitas) porque esses, quando dominavam o Baixo Egito, adotaram inteiramente os costumes egípcios. Não somente se autoproclamaram “faraós”, como também seguiram a religião local e assumiram nomes totalmente egípcios para si e seus filhos. Portanto, os hebreus ainda permanecem como os mais fortes candidatos para a lista encontrada no túmulo de Ahmose.

AS PRAGAS
De todas as evidências que poderíamos citar a favor do Êxodo, nenhuma é tão espetacular quanto o testemunho externo das pragas que ocorreram no Egito. Ao que tudo indica, esse foi um vexame notório que ficou registrado por muitos anos na mente do povo. Tanto é assim que Deodoro Siculo, um tardio historiador grego do 1° século a.C., escreveu o seguinte testemunho que permanece até hoje:
“Nos tempos antigos houve uma grande praga no Egito e muitos a atribuíram ao fato de Deus estar ofendido com eles por causa dos estrangeiros que estavam em seu país (…) Os egípcios concluíram que, a menos que os estrangeiros fossem mandados embora de seu país, eles jamais se livrariam de suas misérias. Sobre isso, conforme nos informaram alguns escritores, os mais eminentes e estimados daqueles estrangeiros que estavam no Egito foram obrigados a deixar o país (…) [portanto] eles se retiraram para a província que agora se chama Judéia. Ela não fica longe do Egito e estava desabitada na ocasião. Aqueles emigrantes foram pois conduzidos por Moisés, que era superior a todos em sabedoria e poder. Ele lhes deu leis e ordenou que não fizessem imagens de deuses, pois só há um Deus no céu que está sobre tudo e é Senhor de tudo”[1]
As ruínas da cidade de Avaris também possuem marcas do que poderiam ser as pragas do Egito. Não obstante, o papiro de Ipuwer, encontrado no Egito em 1820, é o que mais nos interessa por sua clara conexão com o Êxodo. Imediatamente após descoberto, ele foi levado para o museu da Universidade de Leiden, na Holanda, onde permanece até hoje. Seu texto, decifrado originalmente por Alan H. Gardner, só veio a público após 1909 e revelou um conteúdo surpreendente.

Figura 4 – Papiro de Ipuwer, sacerdote egípcio, que descreve algumas pragas relatadas em 
Êxodo 7

Trata-se de um lamento e admoestação cerimonial escrito por um antigo sacerdote egípcio chamado Ipuwer. Ele se dirige diversas vezes ao faraó, questionando acerca do que estaria acontecendo na terra do Nilo. Afinal, segundo sua declaração:
“Os estrangeiros [hebreus?] vieram para o Egito (…) [eles] têm crescido e estão por toda parte [lit. “em todos os lugares, eles se tornaram gente”] (…) o Nilo se tornou em sangue (…) [as casas] e as plantações estão em chamas (…) a casa real perdeu todos os seus escravos (…) os mortos estão sendo sepultados pelo rio (…) os filhos dos nobres estão morrendo inesperadamente (…) o [nosso] ouro está no pescoço [dos escravos?] (…) o povo do oásis está indo embora e levando as provisões para o seu festival [religioso?]”[2]
Essas palavras nos soam muito parecidas com as pragas descritas em Êxodo 7:14-24, especialmente a primeira e a última. A referência  aos escravos que agora se vão e ainda levam consigo algumas riquezas parecem ecoar o comentário bíblico de que os hebreus foram e “pediram aos egípcios objetos de prata e ouro (…) de modo que estes lhes davam o que pediam. E despojaram os egípcios” (Êxodo 12:35-36).
Ainda existe um debate acerca do período ao qual as admoestações de Ipuwer se referem. Embora o manuscrito tenha sido escrito entre a 19° ou 20°dinastia (1335-110 a.C.) seu original certamente pertence a um tempo anterior. Não tão antigo como propõe John Wilson (que atribui a antes de 2050 a.C.)[3], nem no período hicso, como faz supor Van Seters[4], mas certamente nalguma ocasião imediatamente anterior ao Êxodo, quando as pragas castigavam o delta do Nilo.

O FARAÓ DO ÊXODO


Existe um detalhe em Êxodo 1:11 que ainda intriga os pesquisadores. O texto diz:
“E os israelitas edificaram a Faraó as cidades-celeiro, Pitom e Ramesses”.
Que cidades seriam essas? Embora não exista hoje no Egito nenhuma metrópole com tais nomes, é certo que houve um faraó chamado Ramsés II que governou de 1292-1225 a.C., durante a 19° dinastia, e construiu uma cidade chamada Pi-Ramese ou “casa de Ramsés”.
Um sítio arqueológico localizado por volta da década de 1930, em Tânis (atual San el-Hagar), a nordeste do delta, revelou a presença de enormes edifícios e várias estátuas de Ramsés. Desde então, os especialistas passaram a crer que seria essa a cidade mencionada em Êxodo e que teria sido edificada pelos hebreus.
Contudo, estudos posteriores enfraqueceram tal hipótese. Percebeu-se que as pedrarias, monumentos e inscrições desenterradas em Tânis não estavam em sua posição original, algumas jaziam de ponta cabeça, ou viradas para o lado. Os alicerces, também não coincidiam com a estrutura que estava por cima deles. Logo, o mais provável é que o templo e outros edifícios não pertencessem àquele lugar, mas tivessem sido transportados para ali, bloco por bloco, numa data bem posterior ao reinado de Ramsés II.
Hoje, o consenso quanto à localização original de Pi-Ramese é o de identificá-la com a moderna Tell el-Dab’a, ou seja, o mesmo sítio que abriga as possíveis ruínas do palácio de José e que mencionamos em capítulo anterior. Ela se localiza a trinta quilômetros de Tanis, e a menos de três da moderna Khatana-Qantir. De quando em vez, escavações locais ainda desenterram ali azulejos reluzentemente petrificados e pequenas estruturas arquitetônicas, mas quase não dá para enxergar nada acima do chão. Só para lembrar, foi neste mesmo sítio que se localizava a antiga Avaris, capital dos hicsos durante sua permanência no Egito.
Quanto à cidade de Pitom, os especialistas acreditam que seria uma corruptela hebraica do nome egípcio Pi-Atum, isto é, “casa de Atum (o deus sol)”. Sua localização é mais difícil de ser determinada. Alguns egiptólogos a identificaram no passadocom a moderna Tell el Maskhuta, que fica na região oriental do delta. Mas ainda hoje não se têm certeza absoluta sobre sua localidade.[5]
Sobra-nos, no entanto, um último problema: se, com base em Êxodo 1:11, considerarmos Ramsés II, o faraó da opressão e seu sucessor Merneptá (1225-1215 a.C.) o faraó do Êxodo, teremos um conflito com o texto de 1 Reis 6:1 que diz que o 4° ano do reinado de Salomão ocorreu 480 anos depois que os filhos de Israel saíram do Egito. Ora, embora as datas do período monárquico ainda oscilem cerca de 10 anos, o quarto ano de Salomão deve corresponder mais ou menos a 967 a.C., que é a data proposta pela clássica obra de Edwin Thiele, The mysterious numbers of the hebrew kings.[6]
Assim, somando 480 a 967 (pois as datas a.C. são em ordem decrescente) chegamos a 1447 a.C. como sendo o ano-limite para a ocorrência do Êxodo. Essa não é uma data exata, é claro. Estudos recentes publicados por E.W. Faulstich (baseados em pesquisa astronômica de Oliver R. Blosser)[7] têm sugerido uma conversão de calendários que retardaria o Êxodo para pelo menos 1461 a.C. De qualquer modo, um período muito anterior ao reinado de Ramsés II!
Para mim, uma maneira simples, porém não absoluta, de resolver essa aparente incongruência seria sugerir que a descrição do Êxodo tenha recebido uma pequena adição editorial, nalgum manuscrito posterior a Moisés. Isso não é, de modo algum, um endosso à alta-crítica, mas a admissão de pequenas anotações explicativas que não teriam porque serem barradas pela Providência uma vez que não maculam o texto bíblico. Deuteronômio 24, por exemplo, que descreve a morte de Moisés, certamente não foi escrito por ele mesmo!
Seguindo essa suposição, creio que o problema fica amenizado se entendermos que um escriba posterior “atualizou” o texto, para indicar que aquela cidade que os hebreus edificaram tinha, na atualidade, o nome de Ramesses. Tal acréscimo não seria de modo algum um erro, se lembrarmos que nossos livros de história convencionalmente dizem que Colombo descobriu a “América”, embora todos saibamos que em 1492 (data da descoberta) ainda não havia nenhum continente com esse nome.
Nossa conclusão, portanto, é que o Êxodo ocorreu em algum período anterior a 1447 a.C. e os contemporâneos da trama seriam: Tutmés II, meio irmão e marido de Hatsepsut, a princesa que adotou Moisés, e Tutmés III, filho de Tutmés II, mas não de Hatsepsut (que embora tenha gerado duas filhas, parece não ter tido nenhum filho homem). Esse possivelmente tenha sido um inimigo natural de Moisés, a quem Hatsepsut queria empossar no trono. Porém, com a fuga do hebreu para Midiã, o caminho ficou livre para ele assumir o trono no lugar de Moisés. E, por fim, temos Amenófis II (também chamado Amenhotep II), o possível faraó do Êxodo, embora se assim for, resta saber a identidade daquele que se afogou sob as águas do Mar Vermelho.[8]

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
  1. Diodorus Siculus, The library of history. (Cambridge: Harvard University Press, 1993), 12 v.
  2. ANET, p. 441-444.
  3. John Wilson, em ANET, p. 441.
  4. John Van Seters, The Hyksos (New Haven: Yale University Press, 1960), p. 103-120.
  5. E. Uphil, Pithom and Ramses: Their location and significance, Journal of Near East Studies 28 (1969(, p. 15-39.
  6. Edwin R. Thiele, The mysterious numbers of the hebrew kings (Grand Rapids: Zondervan, 1983).
  7. Citado por Randall Price, The stones cry out (Eugene: Harvest House Publishers, 1997), p. 411, nota 16.
  8. SDABC, v.1, p. 1102.
  9. http://www.bibliaonline.com.br - Biblia Sagrada 

sábado, 20 de setembro de 2014

Salvação – dádiva divina ou conquista humana?

Lições da História da Igreja...


Salvação – dádiva divina ou conquista humana?

Desde o início têm existido duas tendências no cristianismo com respeito à salvação. De um lado, salienta-se a prioridade da graça divina e a salvação como resultado da iniciativa soberana e misericordiosa de Deus. Nessa perspectiva, a única participação do indivíduo é receber, por meio da fé, o que lhe é oferecido graciosamente por Deus. De outro lado, dá-se ênfase a um maior envolvimento do ser humano na experiência de salvação. Ao invés da aparente passividade da fé, acentua-se a prática de ações positivas ou “boas obras” como requisito igualmente importante para o recebimento da salvação. No Novo Testamento, a primeira abordagem é representada principalmente pelo apóstolo Paulo e a segunda, por Tiago.

Na maior parte da história da igreja, a segunda abordagem tem tido predominância, e isso desde uma época muito remota. Os historiadores e teólogos chamam a atenção para uma clara mudança de perspectiva nos escritos cristãos posteriores ao Novo Testamento. Entre os anos 95 e 150 foi composto um conjunto de documentos que ficaram conhecidos como “pais apostólicos”. Os principais são a 1ª epístola de Clemente, sete cartas de Inácio de Antioquia, a Didaquê, a Epístola de Barnabé e o Pastor de Hermas. Poucas décadas os separam do Novo Testamento. Todavia, a mudança de perspectiva é sensível: em contraste com a ênfase paulina na graça e na fé, a salvação passa a ser entendida em termos de obediência a uma nova lei. Ela não é vista primordialmente como uma dádiva graciosa de Deus, mas como fruto do esforço e da fidelidade dos cristãos.

Em parte, essa mudança foi uma reação contra o crescente antinomismo (rejeição da lei e dos mandamentos) que se difundia entre os cristãos. Muitos crentes, entendendo o evangelho de maneira parcial, tendiam a desprezar o conteúdo ético da vida cristã. Esqueciam-se de que a fé genuína precisa ser acompanhada por frutos (Gl 5.6). No entanto, essa preocupação com a obediência levou a um entendimento legalista e moralista da vida cristã que persistiu ao longo dos séculos. Uma das poucas vozes que defenderam a perspectiva paulina da supremacia da graça e da fé foi o grande bispo Agostinho de Hipona (354-430). Porém, seu pensamento nessa área foi rejeitado pela igreja. Solidificou-se a idéia de que a salvação é um processo que dura a vida inteira, no qual a perseverança e a prática do bem por parte dos cristãos contribuem decisivamente para o resultado final. Somente com a Reforma do século 16 seria resgatado o ensino do apóstolo Paulo de que “pela graça sois salvos mediante a fé, e isso não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8).

Dolorosamente, essa mensagem libertadora tem sido esquecida por grande número de herdeiros da Reforma. Muitos evangélicos atuais, embora teoricamente comprometidos com a doutrina da justificação pela graça mediante a fé, vivem na prática um entendimento legalista da salvação. Esta é vista como uma transação com Deus, na qual Deus abençoa e recompensa os crentes na medida em que estes se mostram obedientes e zelosos na prática de determinadas ações, como orar, contribuir e freqüentar a igreja. Quando isso ocorre, o relacionamento com o Senhor deixa de estar fundamentado na graça, e sim nos merecimentos humanos. É por isso que tantos se sentem à vontade para reivindicar direitos e até dar ordens a Deus, esquecendo-se de uma verdade destacada por Martinho Lutero: “Somos todos mendigos”, isto é, plenamente carentes da graça divina. Existe um lugar importantíssimo para a obediência e as boas obras na vida cristã, mas não como condição para sermos aceitos e abençoados pelo Deus gracioso.

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