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Magazine na Lanterna

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

A oração...


Muitas das providências que estou discutindo poderiam ser olhadas de diferentes pontos de vista. Estou interessado nelas como meios providenciados por Deus para o fortalecimento de nossa relação com ele e para garantir nossa segurança contra a apostasia.

É um privilégio alto e exaltado do qual somos convidados a participar em passagens como Filipenses 4:4-7.

"Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez vos digo: alegrai-vos. Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor. Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus."

Outra passagem assim é 1 Pedro 5:6-7. "Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós."

O privilégio da oração é talvez comparável a um convite a entrar na sala do trono, para uma audiência particular com o rei. Somos convidados a abrir nossos corações ao Criador e Soberano do universo e a dar a ele nossos pedidos.

A oração é a conversa com Deus. Ele nos fala na escritura, e somos convidados a falar com ele na oração. Podemos nos dirigir a Deus como uma pessoa se dirige a outra. Naturalmente, precisamos nos lembrar de quem é Deus e falar com ele com a reverência que lhe é devida. Conta-se que um jovem começou uma oração pública, dizendo: "Olá, Pai". Tal familiaridade não tem nada a ver com a confiança que podemos ter corretamente diante de Deus. Soa desrespeitosa. Pelo menos é o que me parece.

É incrível que queiramos negligenciar uma relação tão elevada e íntima com nosso Pai. Nesta negligência não somos como os primeiros discípulos. Depois da ascensão e antes do Pentecostes foi-nos dito que os apóstolos "Todos estes perseveravam unânimes em oração, com as mulheres, com Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele" (Atos 1:14). A igreja de Jerusalém era uma igreja de orações. "E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações" (Atos 2:42). Quando a perseguição veio, os apóstolos se voltaram para Deus, em oração e "... unânimes, levantaram a voz a Deus..." (Atos 4:23-31). Ele era o seu protetor e não havia mais para onde se voltarem. Tempos depois Tiago foi morto pela espada e Pedro posto na prisão. Lemos que "...mas havia oração incessante a Deus por parte da Igreja a favor dele" (Atos 12:5). Depois que Paulo e Silas receberam muitos açoites com varas, encontramo-los na prisão, cerca de meia noite, e "oravam e cantavam louvores a Deus" (Atos 16:25).

Estou impressionado pelo quanto a oração era parte das vidas dos primeiros cristãos. Eles oravam e cantavam como uma expressão natural de sua relação com o Senhor. Não era só uma questão de ritual. Em Mileto, Paulo parou no seu caminho para Jerusalém e se encontrou com os presbíteros da igreja de Éfeso, onde ele tinha trabalhado laboriosamente por três anos, servindo o Senhor, ensinando, admoestando com "lágrimas". Ele disse-lhes que eles não deveriam esperar rever sua face novamente. Quando ele terminou sua fala, "ajoelhando-se, orou com todos eles. Então, houve grande pranto entre todos, e, abraçando afetuosamente a Paulo, o beijavam, entristecidos especialmente pela palavra que ele dissera: que não mais veriam o seu rosto. E acompanharam-no até ao navio" (Atos 20:36-38). E não porque eram onze horas da manhã de domingo, e hora de "dizer uma oração". Eles não estavam orando por ser hora de orar, mas porque eles queriam. A oração era parte natural de uma tal situação.

Na mesma viagem, quando o navio de Paulo aportou em Tiro, ele encontrou os discípulos e passou uma semana com eles. Lucas escreve:

"Passados aqueles dias, tendo-nos retirado, prosseguimos viagem, acompanhados por todos, cada um com sua mulher e filhos, até fora da cidade; ajoelhados na praia, oramos. E, despedindo-nos uns dos outros, então, embarcamos; e eles voltaram para casa" (Atos 21:5-6).

Em nosso estudo de Atos, não passemos sobre tais cenas muito ligeiramente. Não há nada aqui a ser "restaurado?" Choremos por nós mesmos quando tais cenas não forem, como seria natural, uma parte de nossa irmandade hoje.

A oração, em tal situação, é imensamente diferente de se cumprir uma formalidade ou rotina. Não é só uma questão de dizer algumas frases. É uma comunicação real com Deus, comunicação de uma pessoa (ou várias pessoas) com outra Pessoa viva, real.

No fim de 1 Tessalonicenses, Paulo enfileira, juntas, uma série de diferentes admoestações. Entre elas, estão estas: "Regozijai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco" (1 Tessalonicenses 5:16-18).

E assim, meus irmãos e irmãs, oremos. Oremos freqüentemente e com fervor, não apenas dizendo frases, mas conversando com Deus sobre os problemas que nos têm angustiado. Vamos dar graças a Deus por bençãos especiais e orar a ele sobre situações especiais e sobre pessoas especiais. Nossas mentes provavelmente não se distrairão se orarmos sobre coisas especiais, em vez de fazermos vagos pedidos em geral. Dizer frases que podem ser recitadas sem pensar provavelmente nos levará a desempenhar uma rotina em vez de uma oração real.

Oremos, pelo menos brevemente, mesmo nos dias em que não nos sentirmos dispostos a orar. Tenhamos receio de não fazê-lo. Se não orarmos, bem cedo acharemos fácil passar dias e dias sem orar. Então, os dias se esticarão em semanas e as semanas em meses. Quando isto acontecer, nossa relação com Deus estará suspensa apenas por um fio! Um fio que poderá romper-se duma vez. Esta relação poderá não ser fácil de restabelecer. Não sejamos frívolos em questões tão sérias.

A comunicação diária com Deus pode ser um meio de fortalecer e edificar nosso relacionamento com Deus, unindo-nos a ele mais firmemente. Todas as vezes que nos dirigimos a ele em oração real e honesta, podemos enlaçar-nos mais junto a ele. É um privilégio que não ousamos negligenciar.

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