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Magazine na Lanterna

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A imoralidade em Corinto – Os “malakoi” e os “arsenokoitai”



Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas (1Co 6.9)
A igreja de Corinto estava sendo influenciada pelo meio em que vivia em vez de influenciá-lo. A igreja foi colocada no mundo para influenciá-lo e não para ser influenciada por ele. Porém, na igreja de Corinto o mundo estava ditando normas e os rumos do comportamento da igreja. Em Corinto os crentes estavam sendo influenciados pela cosmovisão daqueles que viviam fora da igreja. A cidade de Corinto era cheia de vários partidos e também profundamente promíscua. Neste capítulo Paulo os exorta e mostra qual deveria ser o procedimento deles. Nesta reflexão trataremos do problema da imoralidade na igreja de Corinto.
A palavra para efeminado é malakoi que significa literalmente “suave, macio, feminino”. O efeminado é a parte passiva numa relação homossexual. A palavra para sodomitas é arsenokoitai, é o homossexual ativo. O estudioso David Prior, diz que essas duas palavras são referências a “parceiros respectivamente passivos e ativos na relação homossexual masculina”.
O estudioso do Novo Testamento Dr. William Barclay faz uma descrição sombria da realidade do homossexualismo no mundo greco-romano:
O pecado do homossexualismo havia se expandido como uma infecção na vida grega, e mais tarde se propagou em Roma. Mesmo um homem notável quanto Sócrates o praticava: o diálogo de Platão O simpósio foi assinalado como uma das maiores obras sobre o amor; mas seu tema não era o amor natural, mas o antinatural. Quatorze dos quinze imperadores romanos praticavam esse vício. Quando Paulo escreveu esta carta, Nero era o imperador. Nero tomara a um jovem chamado Esporo e o castrara. Casara-se com ele em uma grande cerimônia e o levara para seu palácio em procissão e vivia com ele como se ele fosse uma esposa. Nero ainda casou-se com um homem chamado Pitágoras e o chamava seu esposo. Quando Nero morreu e Oto subiu ao trono, a primeira coisa que fez foi se apossar de Esporo. Muito mais tarde o nome do imperador Adriano associou-se para sempre com o de um jovem de Bitínia chamado Antonio. Viveu com ele inseparavelmente, e quando o jovem morreu, ele o deificou e cobriu o mundo com suas estátuas e imortalizou seu pecado, chamando a uma estrela com o seu nome. Esse vício, em especial, na época da Igreja primitiva, cobriu o mundo de vergonha; e existem poucas dúvidas de que foi esse pecado, uma das causas principais de sua degeneração, e da caída final de sua civilização.
Paulo diz à igreja: Vocês precisam fazer um diagnóstico na vida de vocês. Examinem e avaliem a vida de vocês, porque se vocês estão vivendo na prática desses pecados, vocês não herdarão o Reino de Deus.
À luz de 1Coríntios 6.12-20, extrairemos algumas preciosas lições. Em primeiro lugar, observaremos as duas premissas que sustentavam a permissividade dos coríntios (6.12,13).
a)  “Todas as coisas me são lícitas”. Na cidade de Corinto defendia-se uma liberdade total, irrestrita e incondicional. Eles estavam transformando a liberdade em libertinagem. Aquela igreja não tinha limites. Eles chegaram a aplaudir o pecado de incesto e se jactaram dessa posição permissiva. A lei que regia a vida deles era: É proibido proibir! Eles consideravam todas as coisas indistintamente como lícitas sem nenhuma restrição. Eles não suportavam restrições, leis ou proibições.  Este é o retrato da atual sociedade.
b)  “O alimento é para o estômago assim como o sexo é para o corpo”. A máxima da igreja de Corinto para incentivar a imoralidade da igreja era: “O alimento é para o estômago assim como o sexo é para o corpo”. Mas Paulo ensina: “Os alimentos são para o estômago, e o estômago para os alimentos; mas Deus destruirá tanto estes como aquele. Porém o corpo não é para a impureza, mas, para o Senhor, e o Senhor, para o corpo” (6.13). Os coríntios pensavam que assim como o apetite é natural e o corpo precisa de alimento, também o sexo era um desejo natural e precisa ser satisfeito. Para eles uma pessoa não podia reprimir seus apetites sexuais. Eles entendiam que assim como o alimento é preparado para o estômago, o corpo era preparado para o sexo. Dessa maneira eles não poderiam ter quaisquer restrições. Paulo, então, os confronta. Mostra-lhes que eles estão errados. O alimento é para o estômago e o estômago é para o alimento. Porém, o corpo não é para o sexo desenfreado. O corpo é para o Senhor. O corpo é para o Senhor e não para a prostituição. O corpo é para o Senhor e não para  a impureza.
Em segundo lugar, Paulo fala das premissas verdadeiras que desafiam à santidade do sexo (6.12-20). Duas grandes verdades a serem destacadas
A primeira delas é o compromisso da Trindade com o nosso corpo. Isso é algo fantástico. Paulo diz que o próprio Deus está comprometido com o nosso corpo. Porque Deus criou nosso corpo, também o ressuscitará (6.12-14). A filosofia grega não dava nenhum valor ao corpo. O corpo era a prisão da alma. Por isso, os gregos pensavam que tudo aquilo que você faz com o corpo não conta. Paulo, rechaça a filosofia grega e diz que Deus criou o corpo. O corpo é tão importante para Deus que Ele vai ressuscitá-lo. Esse corpo tem origem maravilhosa, pois Deus o criou e terá um fim glorioso.
Paulo diz também que Jesus Cristo comprou e remiu o nosso corpo (6.15-18). Deus Pai criou o corpo e vai ressuscitá-lo. Jesus Cristo comprou o corpo e o redimiu. Esse corpo agora não pertence mais a você, pertence a Jesus Cristo. Seu corpo é um membro de Cristo.
Porém, Paulo conclui dizendo que o Espírito Santo habita nesse corpo (6.19). O nosso corpo é o templo vivo do Espírito Santo. Quando Paulo usa a figura do templo emprega a palavra naós, o Santo dos Santos, o lugar santíssimo onde a glória de Deus habitava. Ou seja, onde quer que vamos, somos portadores do Espírito Santo, templos em que apraz a Deus habitar!
A segunda verdade que Paulo destaca é o elevado propósito divino para o nosso corpo. Destacamos 3 fatos preciosos sobre o corpo:
a)   o propósito do corpo no Senhor. Paulo afirma: “[...] o corpo não é para a impureza, mas, para o Senhor, e o Senhor, para o corpo” (6.13). O propósito de Deus ter lhe dado um corpo é para que você possa viver para Jesus. Servir a Jesus por intermédio do corpo.
b)  A ressurreição do corpo no Senhor (6.14). Para os coríntios, Deus não dava nenhuma importância ao corpo. O corpo era apenas a prisão da alma. No entanto, Deus valoriza o corpo. Deus criou o corpo e o ressuscitará.
c)  A habitação do corpo pelo Senhor (6.19). O seu corpo é santuário do Espírito. Tudo aquilo que não é digno do santuário de Deus não é digno do seu corpo. Nada que seja inconveniente no templo de Deus é decente no seu corpo. Somos a morada de Deus. O nosso corpo é lugar santíssimo, o Santo dos Santos, onde a glória de Deus se manifesta.
Nele, que nos criou, comprou e habita em nós
  
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