Em 1 João 1, João descreve a comunhão dele com Deus como sendo dependente do andar dele na luz da verdade de Deus. Ele tinha aprendido sobre Cristo, de primeira mão, e depois escreveu essa verdade para nosso benefício, para que possamos ter o mesmo tipo de comunhão que ele gozava, ou seja, comunhão com Deus. Não há comunhão com Deus para aqueles que andam nas trevas no erro e no pecado.
Mas em 3 João 9 e 10, João nos conta sobre alguns de seus irmãos (evidentemente pessoas que estavam em comunhão com Deus) que haviam sido expulsos da igreja. Diótrefes tinha cortado a comunhão com eles, e proibiu que outros tivessem tal comunhão. O que ele fez foi, sem dúvida, errado; mas o fato é que coisas assim podem acontecer e realmente acontecem. Esse é um caso onde Deus mantinha comunhão que os homens negaram.
Aconteceu ao contrário em 1 Coríntios 5. Aqui, um membro da igreja em Corinto (o qual, concluímos, havia tido comunhão com Deus anteriormente) agora vivia na imoralidade. Segundo 1 João 1 (e, implicitamente em 1 Coríntios 5), esse homem tinha cortado sua comunhão com Deus. Ele andava nas trevas, mas os irmãos de Corinto continuavam em comunhão com ele. Isso, também, foi errado; mas aconteceu! Os homens mantinham uma comunhão que Deus negou.
Assim percebemos que há dois tipos de comunhão -- a comunhão com Deus, que depende inteiramente no nosso andar na verdade; e a com homens (até com irmãos) que é sujeita à aprovação ou rejeição dos homens. Dizendo que nós devemos aprovar somente o que Deus aprova (uma afirmação com que eu concordo) não muda os fatos. Irmãos, às vezes, aprovam o que não devem e rejeitam o que devem aceitar. Deus sabe a diferença, e julga apropriadamente; mas o "partido" nem sempre age como Deus quer.
Quando obedecemos o evangelho, individualmente, nós nos entregamos a Deus. Quando chegarmos ao fim da vida, teremos que prestar contas a ele, individualmente (Mateus 16:24; Romanos 14:4,12). De acordo com esse compromisso de lealdade a Deus, e sujeitos às obrigações do nosso acordo com ele, ajuntamos-nos a outros para trabalhar e adorar juntos numa comunhão local (uma congregação). Deus ordena esta união; os laços dessa associação são grandes e suas obrigações são reais; mas ela continua sendo o meio de servir o Senhor, e jamais deve se tornar o nosso Senhor.
Comunhão de homens com homens é um laço terrestre que tem um significado aceitável em termos religiosos somente quando ela ajuda no nosso serviço a Deus. Esta comunhão tem regras divinas, mas homens nem sempre seguem as regras. A pessoa que conta somente com um laço externo de comunhão na "igreja" para garantir sua redenção espiritual, se apoia numa bengala quebrada. Entenda bem: eu não estou desvalorizando a igreja. Eu procuro enfatizar o significado da igreja verdadeira, como as pessoas que pertencem a Deus e fazem o trabalho de Deus da maneira que Deus tem revelado. Essas pessoas são louvadas por sua lealdade e serviço a Deus, e não por sua lealdade ao "partido".
Irmãos que se preocupam principalmente em manter sua comunhão com Deus serão atraídos um ao outro por esse interesse comum, e encontrarão uma comunhão na congregação que predirá as doces bênçãos do céu.
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