Aqui começa a história de Abraão, figura histórica que aparece muito tanto no velho, como no novo testamento.
Abrão (como era chamado no começo), provavelmente nasceu, cresceu foi educado e casou-se na cidade de Ur, da antiga Caldéia. Ur era uma cidade importante na antigüidade, conforme escavações feitas por arqueólogos: a cidade florescia nos tempos de Abrão, tinha um comércio ativo com as regiões circundantes, e uma vasta biblioteca de livros feitos de cerâmica, que recentemente têm sido encontrados ainda em boas condições, traduzidos e lidos.
Seu pai, Terá, teve três filhos: Harã, Naor e Abrão.
- Harã, teve um filho, Ló e duas filhas, Milca e Iscá. Harã morreu antes do seu pai, em Ur dos caldeus.
- Naor nasceu bem mais tarde, pois casou-se com sua sobrinha Milca, filha de Harã. Dela teve um filho chamado Betuel, que foi pai de Labão e Rebeca (que casou com Isaque, filho de Abrão); Labão foi pai de Lia e Raquel, que se casaram com Jacó (filho de Isaque).
- Abrão teve uma esposa chamada Sarai, filha de Terá através de uma segunda esposa (segundo tradições antigas, Terá primeiro casou-se com Iona, com quem teve Abraão, depois casou-se com Teevita, com quem teve Sarai).
Abrão servia a Deus, ao contrário de seu pai e sua parentela, que serviam a outros deuses. Ainda em Ur, Deus apareceu a ele, instruindo-o para que saísse de lá, deixando sua parentela, e fosse para a terra que Deus lhe mostraria (Gênesis 15:7, Neemias 9:7, Atos 7:2-4).
Obediente, Abrão saiu com sua esposa Sarai, e também o seu pai e seu sobrinho Ló - talvez eles morassem juntos e, sabendo do chamado de Abrão, quiseram ir com ele. No versículo 11:31 lemos que "Tomou Tera a Abrão seu filho..." e compreendemos que Terá é aí citado como o líder porque era o chefe da família.
Seu destino era a terra de Canaã, e para ir até ali eles tinham que passar por Arã, onde ficaram, possivelmente por causa da saúde de Terá, pois ele acabou morrendo ali, aos duzentos e cinco anos.
A chamada que lemos em 12:1 a 3 é uma reiteração daquela feita em Ur: Deus promete fazer de Abrão uma grande nação (ele não tinha filhos pois Sarai -minha princesa - era estéril), e é uma referência à nação de Israel, originada com o nascimento sobrenatural de Isaque. Deus promete abençoar Abrão e engrandecer o seu nome, o que se cumpriu de forma material (13:2, 24:35) e espiritual (21:22), tornando-o famoso (23:6).
Também seu relacionamento seria tão íntimo, que Deus promete abençoar os que abençoassem a Abrão, e amaldiçoar os que o amaldiçoassem. Nele seriam abençoadas todas as famílias da terra - antecipando a salvação de alcance universal que viria pelo seu principal descendente: o Messias.
Agora que seu pai havia falecido, Abraão partiu de Harã com sua esposa e seu sobrinho Ló - que poderia ser da mesma idade que ele, setenta e cinco anos ou mesmo mais velho. Seu pai havia retardado a sua viagem, e Ló também haveria de lhe trazer problemas mais tarde. Ele não tinha obedecido completamente a instrução de Deus para que saisse da casa do seu pai e da sua parentela.
Abrão levou seus bens materiais, manadas e rebanhos bem como seu séquito de servos e servas e, chegando a Canaã, foram até Siquém, entre o Mar da Galileia e o Mar Morto, aproximadamente o centro de Canaã (hoje Israel), próximo ao monte Ebal, com 934m de altura, de onde se pode ver toda essa terra.
Entre o monte Ebal e o monte Gerizim, mais ao sul, fica um vale chamado Moré onde, naquele tempo, havia um carvalho. Aqui Deus apareceu novamente a Abrão e prometeu dar essa terra à sua descendência (não a ele!). Neste lugar, Abrão edificou seu primeiro altar ao SENHOR em Canaã.
Em seguida, foi para um monte entre Betel e Ai, talvez o monte Tel Asur com 1.111m de altura, o mais alto da região, e ali construiu outro altar ao SENHOR.
Os cananeus, descendentes de Canaã, filho de Cam, habitavam a terra (dando-lhe o nome). Segundo entendemos, era um povo rude e idólatra. A esta altura não se dizia que a terra "manava leite e mel" - isto só aparece em Êxodo 3:8, quando Moisés foi chamado para libertar o povo de Israel das mãos dos egípcios, uns quinhentos anos mais tarde. Efetivamente, em obediência ao chamado de Deus, Abrão deixou uma cidade sofisticada, civilizada, e avançada para aqueles tempos, e chegou a uma terra selvagem e perigosa.
Abrão não demorou muito por ali: ele levantou sua tenda e seguiu para o sul (não lemos que Deus o mandou sair), em direção ao Neguebe - região pouco populada por causa das secas que, mesmo naquele tempo, assolavam a região.
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