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Magazine na Lanterna

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Idolatria!


idolatria é usualmente definida como a prática de adoração a ídolos, valores e ideias em oposição à adoração a um Deus monoteísta. A idolatria é considerada um dos maiores pecados nas religiões abraâmicas, de outro modo, em religiões onde esta atividade não é considerada como pecado, o termo idolatria é sem sentido. Quais imagens, ideias e objetos, constituem idolatria, e quais constituem uma adoração válida é um assunto de discussões por autoridades e grupos religiosos. É notável o conflito sobre o uso do termo no cristianismo, entre dois dos seus principais ramos, ocatolicismo e o protestantismo.
Um termo originalmente de cunho religioso, a idolatria foi duramente condenada por certas religiões cujos ritos não incluíam imagens de ídolos. A Bíblia, a Torah e o Alcorão são particularmente taxativos quanto à idolatria, comparando-a com alguns dos piores crimes e pecados concebíveis. Por conta desta condenação, o termo "idolatria" é atualmente adotado como forma pejorativa de referência a práticas religiosas não abraâmicas. Desobedecendo as leis de Deus segundo os seus mandamentos.

Índice

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Etimologia

A palavra idolatria herda dos radicais gregos eidolon + latreia, onde eidolon seria melhor traduzido por "corpo", e latréia significando "adoração" - neste sentido representaria mais uma adoração às aparências corporais do que de imagens simplesmente.

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História

Via de regra, os povos da Antiguidade adoravam às criaturas em vez do Criador [carece de fontes]. Em geral, o deus maior nessas crenças idolátricas era o sol. Para os babilônicos e assírios, o deus sol era chamado Shamash, vindo a frente de 66 outros deuses, entre os tais,Tamuz (que, segundo sua mãe, Semíramis, seria o Messias, o Filho da promessa). Semíramis era mulher de Nimrod, bisneto de Noé e fundador e rei da Babilônia. Ela se dizia a Rainha do Céu (ou Astarote), deusa a quem muitas mulheres judias acendiam incenso nas ruas de Jerusalém, como denunciava o profeta Jeremias.
Par os egípcios, o deus sol se chamava , mas eles tinham outros deuses famosos, como OsírisAdonis (equivalente a Tamuz), Ísis,MaatÁpis, etc., e um vasto panteão. Os Fenícios, ou filisteus da Bíblia, que viviam em Canaã, atual Palestina, adoravam a BaalMarduk,MoloqueDagomAstarte) e muitos outros, sendo que alguns deles, como Moloque, exigiam sacrifícios de crianças.
A idolatria não era exclusividade dos povos orientais, visto que os ingleses no ano 1000 ainda sacrificavam o Rei Ano no Solstício do verão para que a colheita fosse farta e os camponeses não passassem fome no último mês do inverno. Os gregos adoravam a deuses concebidos segundo o caráter humano, tendo um para cada situação, como ZeusPoseidonHera e muitos outros. O mesmo acontecia com osetruscos, que deram a Roma sua arquitetura e drenaram o pântano onde estabeleceram a cidade. Eles praticavam augúrios, fazendo seusvaticínios no monte sagrado chamado Vaticano através das vísceras de animais e outras ciências ocultas. Os Latinos, que se entendiam donos de Roma, porque antes da chegada dos etruscos e sabinos eles pastoreavam seus rebanhos nas sete colinas, endeusavam os antepassados mortos e daí vinha a força do soldado romano, que lutava com bravura imbatível, tanto por amor aos antepassados mortos, quanto por medo deles. E por causa da afluência de povos das inúmeras nações as quais Roma subjugou, o panteão romano chegou a 35.000 deuses, entre eles, Dionísio Baco (em parte grego), o deus do vinho, em honra a quem os jovens romanos faziam festas que ficaram conhecidas como "bacanais", e Marte, o deus da guerra.
Os primitivos "americanos" também adoravam a um panteão de deidades, onde o sol se elevava muito acima de qualquer outro deus. Prova é que sacrificavam milhares de pessoas nos festivais anuais no Templo do Sol.
Em Êxodo, capítulo 20, versículo 4, Yaweh diz: "Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra". Comumente os hebreus não produziam para si "imagens de escultura" de coisa alguma, mesmo "do que há em cima nos céus", aos quais, interpretavam como sendo Deus, para as adorar.

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Cristianismo

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Igreja primitiva

O símbolo do peixe, recorrente no início daiconografia cristã. O termo "peixe" em grego ἰχθύς (ichthýs) é o acrônimo de Ἰησοῦς Χριστός Θεοῦ Ὑιός Σωτήρ (Iēsoùs Christòs Theoù Yiòs Sōtèr), Jesus Cristo Filho de Deus Salvador[1].
Pintura de Maria (mãe de Jesus)amamentando o Menino Jesus. Imagem doSéculo IICatacumba de Santa Priscila,Roma.
Registros das comunidades cristãs primitivas, especialmente dascatacumbas romanas, indicam que estes representavam Jesuscom imagens e iconografias, como um Peixe, Cordeiro Pascal e um Bom Pastor, e outros ícones representando santos e anjos.[2]Desde o século II os cristãos preservavam relíquias de mártires[3], oravam pelos mortos e acreditavam na intercessão dos santos,[4][5]essas práticas eram conhecidas por alguns antigos grupos judeus, e especula-se que o cristianismo pode ter tomado a sua prática similar. Diversos Padres da Igreja atestam esta doutrina.[6] Por exemplo, em 156 em Smyrna (atual Esmirna na Turquia), após a morte de São Policarpo, seus discípulos recuperaram os ossos e acolheram-nos como objetos sagrados.[7] Muitas catacumbas emRoma estão conservadas imagens feitas pelos primeiros cristãos, como as catacumbas de Santa Priscila, pintadas na primeira metade do século II, que possuem imagens de Maria[8] e Jesus. Os cristãos primitivos não consideravam a confecção de imagens como idolatria.
A partir de 726, o imperador bizantino Leão III, continuado pelo seu sucessor Constantino V, alegou que as imagens de santos nada mais eram do que ídolos, iniciando o iconoclasma naparte oriental da Igreja Católica, pois desejava controlar o poder econômico dos mosteiros, que confeccionavam imagens, proibindo sua fabricação e veneração[9], para isso Constantino V convocou o Concílio de Hieria, que se auto-intitulou ecuménico, embora não contasse com a participação da parte ocidental da Igreja Católica, que não aceitou esta doutrina, tendo ospapas Gregório II e Gregório III considerado-a uma heresia e uma manipulação doutrinal por partes dos imperadores, tendo combatido-a fortemente. Em 787, a imperatriz bizantina Irene e o Patriarca de Constantinopla Tarásio desejavam restaurar a confecção de ícones e se aproximar da parte ocidental da Igreja, e para resolver a polêmica, Tarásio convoca um concílio ecumênico, o Segundo Concílio de Niceia[10], que declarou legítima a veneração de ícones, foi utilizado principalmente como prova as passagens bíblicas de Êxodo 25:19Números 7:89,Ezequiel 41:18, e Gênesis 31:34. Também foram utilizados diversas observações dos Doutores da Igreja.

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Perspectiva católica

Os católicos utilizam objetos religiosos, como estátuascruzes e ícones. Eles apontam para os padrões de culto do Antigo Testamentoseguido pelo povo hebreu, em que eles tratam com reverência ou veneração certos lugares e objetos, sem adorá-los, isto é, prestar-lhes o culto que está devidamente reservado apenas para Deus. A Arca da Aliança foi tratada com grande reverência e incluía imagens de querubins em cima dela (Êxodo 25:18-22), e alguns milagres foram associados a ela.
"Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra." (Êxodo 20:4). Os referidos grupos religiosos acreditam esta passagem teria proibido apenas a representação simbólica de Deus sob a forma de um astro e de um pássaro (que são o "que há em cima nos céus"), de umhomem, de uma planta ou animal ("em baixo na terra" - como ocorreria com o Bezerro de Ouro), ou de um animal aquático("nas águas") (Dt 4:16-18). [11]
"Farás também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório. Farás um querubin na extremidade de uma parte, e outro querubin na extremidade de outra parte; de uma só peça com o propiciatório fareis os querubins nas duas extremidades dele." (Êxodo 25:18-19) Passagem em que Deus ordena a Moisés a confecção de duas imagens de anjos para a Arca da Aliança.
"Josué rasgou suas vestes e prostrou-se com a face por terra até a tarde diante da arca do Senhor, tanto ele como os anciãos de Israel, e cobriram de pó as suas cabeças." (Josué 7, 6) Passagem em que Josué se prosta diante da arca da aliança, sendo um exemplo explícito de veneração de uma imagem ou objeto.
Acreditam que Deus condena o uso de imagens como ídolos de falsos deuses. Sua teologia baseai-se principalmente nos trabalhos de João Damasceno, um dos Pais da Igreja. Para estes grupos religiosos o mandamento bíblico do Antigo Testamento, que proíbe a confecção de imagens de Deus, devia-se ao fato de que Deus era invisível e retratá-lo seria realmente errado, mas que a encarnação de Deus em seu FilhoJesus Cristo"O Verbo se fez carne" (Jo 1:14), assim o Deus invisível se tornou visível em Cristo (Colossenses 1:15) e, portanto é admissível que se retrate Jesus.
Igreja católica ensina que os fiéis sabem "que nas imagens não há nenhuma divindade ou virtude (...) para ser adorada, que os pedidos não podem ser dirigidos as imagens (...) Que a honra que é dada a elas se refere às pessoas (prototypa) que representam, para que através das imagens que nós beijamos, e diante do qual (...) se ajoelhamos, nós adoramos a Cristo, e veneramos os santos". [12]

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Perspectiva Ortodoxa

Igreja ortodoxa ensina que a encarnação de Jesus torna obrigatório a confecção e veneração de seus ícones, a fim de preservar a verdade da Encarnação, pois não venerá-los implicaria negar que Jesus foi totalmente Deus, e negar que Ele tinha um corpo físico real.
A Igreja Ortodoxa não aceita estátuas (pois as considerada como eidolon), mas apenas pinturas.[13]

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Perspectiva "Alta Igreja" protestante

Algumas denominações, bem como segmentos internos de denominações no protestantismo utilizam símbolos visuais em sua liturgia. Anglicanos High Church, Luteranos Hochkirchliche Bewegung, Irmãos Morávios, entre outros, possuem cruzes (mas não crufixos - escultura de Jesus Cristo crucificado), vitrais de cenas bíblicas e santos da cristandade e estátuas monumentais (como a fachada dos mártires na Abadia de Westminister). Em comum, evitam devoções diante voltadas a esses símbolos.

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Perspectiva protestante

Há inúmeras linhas doutrinárias protestantes que divergem umas das outras, porém todas concordam neste ponto, nenhuma delas pratica o culto à imagens e estátuas, baseando-se por exemplo em "Não fareis para vós ídolos, nem para vós levantareis imagem esculpida, nem coluna, nem poreis na vossa terra pedra com figuras, para vos inclinardes a ela; porque eu sou o Senhor vosso Deus.Lv 26,1 (outras passagens também são encontradas em Êxodo 20:3-6Sl 97,7; Dt 7,25 e etc.) enxergam católicos como idolatras, e os acusam de "paganismo" pelo uso de imagens e por cultuarem pessoas reais, esculpidas, vivas ou mortas tendo em vista que Jesus Cristo declarou: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." João 14,6

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Perspectiva islâmica

De acordo com o Alcorão, idolatria é um pecado imperdoável, sendo classificado como a confecção de qualquer tipo de imagem relacionada ao divino, bem como arrogância e egoísmo. Historiadores e sociólogos apontam que para "fugir" da proibição de confecção de obras de arte do divino, os árabes desenvolveram sua escrita, enfeitando-a, tornando ela própria uma "obra de arte relacionada ao divino".[14] O Alcorão e a tradição profética (Sunnah), definem quatro categorias principais de idolatria no Islã.
  • Rubūbīyah (senhoria): Esta categoria refere-se negação de existe um ser ou seres iguais à Deus ou quase iguais.
  • Al-Asma In-Sifat (os nomes e os atributos de Deus): Esta categoria inclui as práticas de dar atributos ou imagens a Deus e Sua criação, bem como o ato de dar aos seres criados nomes e atributos de Deus.
  • No al-'Ibadah (Culto): Esta categoria refere-se aos atos de culto que são direcionadas para além de Deus.
  • Ash-eximir al-Asghar (Desvio menor): Pessoas que pratiquem caridade ou boa ação com a finalidade de mostrar para as outras pessoas, não sendo uma sincera devoção a Deus, sendo considerado como "um desvio menor".

Referências

  1.  Análise dos símbolos religiosos (em português) Compreender - Revista Cristã de Reflexão. Página visitada em 18 de Outubro de 2008.
  2.  Catholic Encyclopedia, artigo Simbolismo
  3.  Hippolyte Delehaye SJ, Les origines du culte des martyrs 2nd ed. (Brussels) 1933:50ff.
  4.  Gerald O' Collins and Mario Farrugia, Catholicism: the story of Catholic Christianity (Oxford: Oxford University Press, 2003) p. 36; George Cross, "The Differentiation of the Roman and Greek Catholic Views of the Future Life", in The Biblical World (1912) p. 106; cf. Pastor I, iii. 7, also Ambrose, De Excessu fratris Satyri 80
  5.  George Cross, "The Differentiation of the Roman and Greek Catholic Views of the Future Life", in The Biblical World (1912) p. 106
  6.  Gerald O'Collins and Edward G. Farrugia, A Concise Dictionary of Theology (Edinburgh: T&T Clark, 2000) p. 27.
  7.  Cave, Primitive Christianity: or the Religion of the Ancient Christians in the First Ages of the Gospel. 1840, revised edition by H. Cary. Oxford, London, pp. 84-85).
  8.  Reardon, Wendy J. 2004. The Deaths of the Popes. Macfarland & Company, Inc. ISBN 0786415274
  9.  História Global Brasil e Geral. Volume único. Gilberto Cotrim. ISBN 978-85-02-05256-7
  10.  Gibbon, Edward. The Decline and Fall of the Roman Empire. New York: Random House Inc., 1995. ISBN 0679601481. Pág.: 1693
  11.  Notas explicativas no Décalogo da Tradução da Bíblia Sagrada revisada por Frei José Pedreira de Castro. O.F.M. e pela equipe auxiliar da "Editora Ave-Maria". ISBN 85-276-0549-X.
  12.  Idolatry, Catholic Encyclopedia
  13.  Qual é a diferença entre a Igreja Católica e a Ortodoxa?Mundo Estranho. Página visitada em 2010-02-08.
  14.  Como a Arte Moldou o Mundo (em inglêsHow Art Made the World). Apresentado pela TV Escola2009.


Fonte de Estudos e Pesquisahttp://pt.wikipedia.org - Bíblia Sagrada


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